
Tradicionalmente, as famílias cristãs celebram o nascimento de Jesus na noite de 24 para 25 de Dezembro. O Natal carrega em si uma simbologia própria e caracteriza-se pelas reuniões de família, refeições com pratos típicos como o bacalhau, o Perú e as filhós, troca de presentes e em muitos casos a participação em celebrações religiosas, como é o caso da Missa do Galo.
A época do Natal inicia-se cada vez mais cedo, uma vez que é marcada também por um maior consumismo. Os estabelecimentos comerciais enfeitam-se de acordo com as tradições e oferecem promoções para incentivar a aquisição de presentes e assim dinamizar a sua economia. As autarquias e juntas de freguesia empreendem os seus melhores esforços no sentido de dar cor, luz e por vezes música, às ruas de cada bairro e cidade. Cada pessoa à sua maneira, e dentro daquilo que são as suas crenças e possibilidades, vive a época natalícia com maior ou menor entusiasmo. Muitas pessoas vivenciam o espírito da festa religiosa que simboliza esta quadra, outras, não crentes, vivem o Natal com espírito de festa e com um entusiasmo e alegria mais mundanos. Será então “legítimo” que os não cristãos vivenciem o Natal e lhe atribuam outro significado que não propriamente o religioso?

Para muitos, o facto de algumas pessoas poderem atribuir ao Natal uma simbologia mais profana, e de vivenciarem a época natalícia “apenas” pela festa e convívio que ela proporciona, é motivo para crítica e indignação. Mas será que o Natal não poderá ser “aquilo que um Homem quiser”? Esta é a questão que gostaria de colocar e apelar à reflexão e opinião de quem lê este texto. Será ou não aceitável, que o Natal seja festejado sem que seja levada em consideração a sua raiz cristã? Será menos digna uma quadra natalícia vivida apenas pelo prazer de juntar a família, pela felicidade de dar e receber presentes, pela partilha de um tempo tão carregado de memórias e tão propício à criação de novas memórias para os mais pequenos? E poder aproveitar este momento, para em família recordar os que já partiram e celebrar a vida e o amor, dos que os recordam e se mantêm unidos? E porque não fazer também do Natal uma festa de amigos, ou não são estes a família que escolhemos?

Estas são as questões que deixo á consideração de quem quiser dar a sua opinião, partilhar a sua experiência ou ainda manifestar o seu desejo. O que é para cada um de vós o Natal?
Aproveito para desejar a todos os meus leitores um Bom Natal, com muita saúde, paz e a liberdade de poderem fazer do vosso Natal, aquilo que cada um de vós entender, vos fizer sentido e vos fizer felizes!

Bem-hajam!