Ciúme e amor romântico

O ciúme é uma emoção universal, que em maior ou menor grau, todo o ser humano experiencia, em algum momento da sua vida. Transversal às relações pessoais e sociais, o ciúme pode ser vivenciado em diversos tipos de relacionamentos: romântico, familiar ou de amizade.

Definir o ciúme não é fácil, mais fácil é sem dúvida identifica-lo. No entanto, podemos referir as suas principais características que incluem o facto de ser um sentimento perante uma ameaça percebida, que pressupõe a existência de um rival, quer este seja real ou imaginário, e é uma reação que tem como objetivo eliminar o risco da perda do “objeto amado”. Foquemo-nos então no amor romântico e no respetivo ciúme. Este é um ciúme que acontece entre casais, tipificado por um conjunto complexo de pensamentos, emoções e ações perante a ameaça da perda do amor do outro e do respetivo relacionamento. O ciúme decorre da existência de um triângulo social, ainda que imaginário o que desperta sentimentos como o medo, a raiva ou a tristeza e que podem levar o indivíduo a comportamentos por vezes irracionais e desadequados.

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Isolamento ou afastamento social na adolescência

Numa altura em que a palavra de ordem é isolamento, no sentido de mantermos distanciamento pessoal dos outros, importa entender o isolamento na adolescência. Muitos jovens, ao longo da difícil tarefa de crescer e se tornarem adultos, passam por momentos mais ou menos dolorosos em que por vezes se isolam, tornando esses momentos um tanto ou quanto perturbadores para os que com eles coabitam.

Comum no período da adolescência, o isolamento dos jovens geralmente ocorre em relação aos seus familiares mais diretos (pais) mas por vezes também em relação ao seu grupo de pares e à vida social em geral. A razão pelas quais o adolescente se isola pode ser de várias ordens. Por um lado, pode haver uma necessidade de se diferenciar em relação aos outros e de quebrar barreiras de autoridade que sente em relação a pais e professores. Mais do que isolamento, trata-se de um afastamento, por vezes marcado pela rebeldia, em que o jovem procura ter novas experiências, quebrar regras e testar limites. Por vontade própria relacionada com traços de personalidade, pressão dos pares ou por necessidade de se sentir parte integrante de um determinado grupo, o adolescente tende a afastar-se das ideias, opiniões e recomendações dos adultos significativos e fecha-se no seu mundo, passando a viver centrado em si em busca do auto-conhecimento e da autonomia.

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A família e o desenvolvimento da criança

Família e criançasO desenvolvimento saudável da criança pressupõe a satisfação das suas diversas necessidades básicas. Desta forma a criança terá uma favorável adaptação aos vários contextos em que se movimenta. A família assume assim um papel fundamental enquanto contexto de interações privilegiadas por proximidade física e afetiva.

Na infância, a criança ainda não adquiriu todas as competências e capacidades necessárias à satisfação das suas necessidades básicas, à sua autonomia e ao equilíbrio do seu desenvolvimento. Deste modo, é na família, principalmente nos pais, que a criança encontra o seu suporte. Em parte, são as competências parentais que vão determinar o curso do desenvolvimento da criança e da sua adaptação ao mundo. A saúde, a educação, o autocuidado, o desenvolvimento afetivo, a identidade, os relacionamentos familiares e sociais, são as dimensões definidas como fundamentais para o desenvolvimento favorável da criança. Continue a ler “A família e o desenvolvimento da criança”

Quem cuida do cuidador?

Cuidadores informais

Ser Cuidador Informal implica uma enorme sobrecarga a nível físico, psíquico, social e financeiro. Todos os benefícios que possam ser atribuídos a estas pessoas irão ajudar na manutenção da sua saúde, do seu bem-estar e da sua qualidade de vida.

São considerados Cuidadores Informais, os cônjuges ou unidos de facto, parentes ou afins até ao quarto grau da linha reta ou da linha colateral da pessoa cuidada, que acompanham e cuidam dela de forma permanente ou regular. Estima-se que em Portugal existam entre 230 mil a 240 mil pessoas cuidadas em situação de dependência. O Estatuto do Cuidador Informal foi aprovado em 2019 por uma lei que tem como objetivo regular os direitos e os deveres do cuidador e da pessoa cuidada, estabelecendo as respetivas medidas de apoio, entre as quais a atribuição de um subsídio de apoio, o descanso a que têm direito e medidas especificas relativamente à sua carreira contributiva ou proteção laboral, no caso do cuidador não principal, isto é, aquele que cuida de forma regular mas não permanente. Continue a ler “Quem cuida do cuidador?”

Pensar o Natal

NatalEntrámos uma vez mais na quadra natalícia! De uma forma ou de outra, cada um de nós vive o Natal à sua maneira. Mas que maneiras são essas de vivermos o Natal? As crenças cristãs, a festa da família ou o momento das compras e dos presentes, são modos de se vivenciar esta quadra, de forma mais ou menos adaptativa, mais ou menos feliz e que merece alguma reflexão.

Entre o final de Outubro e o início do mês de Novembro, começam a ver-se as lojas enfeitadas, as ruas iluminadas, as grandes superfícies movimentadas e as pessoas, mais ou menos entusiasmadas com a aproximação do Natal! Mas que significado atribuem ao Natal todas essas pessoas? Pois bem, parecem haver três formas distintas ou complementares de se vivenciar a quadra natalícia: o Natal cristão, o Natal do convívio e da confraternização e o Natal do consumismo. Á semelhanças de outras situações, a vivência do Natal deveria ser pautada pelo equilíbrio entre cada uma destas formas de se lhe atribuir importância. A palavra Natal deriva do latim natalis, que vem de nascor, que significa nascimento e que tem como referência o nascimento de Jesus que se celebra todos os anos no dia 25 de Dezembro. Esta data tem o valor simbólico da esperança e da possibilidade de mudança para melhor, que poderá advir do novo ano que se avizinha. Continue a ler “Pensar o Natal”