Tecnologias e famílias

Gracinda e a Psicologia

O contributo dos meios de informação e comunicação para a socialização assume um enorme relevo nos dias de hoje. As crianças nascidas nesta era de avanço tecnológico, fazem inúmeras aprendizagens através da sua utilização. No entanto, parece haver alguns fatores familiares que influenciam o modo como crianças e adolescentes interagem com os meios digitais em detrimento de outro tipo de experiências.

As tecnologias de informação e comunicação exercem uma grande influência na aprendizagem, na socialização e no lazer. Quando se investigam as práticas digitais informais de crianças e adolescentes importa ter em consideração os seus contextos familiares e perceber as dinâmicas nas relações com as suas figuras de referência (ex. pais, avós…), tanto no que se refere a oportunidades como a restrições. Podemos identificar diferentes estilos de mediação parental no que diz respeito ao acesso das crianças e adolescentes à internet: a mediação ativa, a mediação restritiva ou a…

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Tecnologias e famílias

O contributo dos meios de informação e comunicação para a socialização assume um enorme relevo nos dias de hoje. As crianças nascidas nesta era de avanço tecnológico, fazem inúmeras aprendizagens através da sua utilização. No entanto, parece haver alguns fatores familiares que influenciam o modo como crianças e adolescentes interagem com os meios digitais em detrimento de outro tipo de experiências.

As tecnologias de informação e comunicação exercem uma grande influência na aprendizagem, na socialização e no lazer. Quando se investigam as práticas digitais informais de crianças e adolescentes importa ter em consideração os seus contextos familiares e perceber as dinâmicas nas relações com as suas figuras de referência (ex. pais, avós…), tanto no que se refere a oportunidades como a restrições. Podemos identificar diferentes estilos de mediação parental no que diz respeito ao acesso das crianças e adolescentes à internet: a mediação ativa, a mediação restritiva ou a mediação instrutiva. A primeira resulta num estilo de mediação em que os pais se preocupam em conhecer os conteúdos dos programas e das atividades online dos seus filhos, ao mesmo tempo que também procuram ser uma referência pelas suas próprias práticas, dando o exemplo. A mediação restritiva pressupõe o recurso aos meios tecnológicos como recompensa ou como punição, num quadro de interdições ou de reforços comportamentais. A mediação instrutiva é aquela em que os pais procuram informar, conversar e explicar aos seus filhos quaisquer dúvidas que estes possam ter em relação aos conteúdos veiculados pelos referidos meios, levando em consideração o processamento das emoções, a compreensão da informação e a avaliação feita pelas crianças e jovens.

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Cansados da pandemia, cansados do confinamento

Após quase um ano de pandemia por Covid-19 em Portugal, o cansaço está a apoderar-se de muitos de nós. É um cansaço físico por redução da atividade, mas essencialmente psicológico devido às constantes adaptações às mudanças que nos foram impostas e que em tanto alteraram o nosso quotidiano.

Depois de terminarmos o fatídico ano de 2020 que tanta mudança operou nas nossas vidas, vimo-nos, ao contrário do que muitos esperávamos, confrontados com uma situação de aumento de casos de infeção por Covid-19 e consequentemente, um aumento de mortes e hospitalizações muito preocupante que puseram à prova a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde e dos decisores políticos. Bem ou mal, depende do entender de cada um, o confinamento foi decretado novamente e voltamos a ficar impedidos de levar as nossas vidas, com a “normalidade” a que já nos estávamos a habituar… Mas pelos dados que vão chegando ao nosso conhecimento, o confinamento está a ter eficácia, quer pelo decréscimo de número de novos infetados que se tem vindo a observar nos últimos dias, quer por algum desafogo nas unidades de cuidados intensivos. No entanto, não deixa de ser penoso, preocupante e altamente stressante o esforço que cada um de nós está a fazer para se manter confinado.

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Os mais velhos, as memórias e as emoções

O desempenho da memória nas pessoas mais velhas e a sua relação com as emoções, conduz para a possibilidade de haver um enviesamento para as memórias positivas. Parece haver evidência de que os adultos mais velhos apresentam uma tendência para recordar mais facilmente imagens associadas a emoções positivas do que a emoções negativas.

De um modo geral, quando se discutem tarefas relacionadas com a utilização da memória, a população idosa parece demonstrar alguns défices na sua realização quando comparada com a população de adultos mais jovens. No entanto, ao proceder-se ao estudo de tarefas relacionadas com formas de bem-estar e regulação emocional, os idosos, em comparação com os jovens adultos, revelam melhorias e não o declínio que seria esperado. Este declínio seria esperado uma vez que a nível fisiológico se dá uma redução do volume da massa cerebral com o avançar da idade. Porém, apesar dessa redução, as estruturas cerebrais relacionadas com o processamento das emoções e memória, em concreto a amígdala cerebral, não sofrem alterações estruturais significativas.

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Medir a criatividade

A criatividade envolve a produção de ideias originais. É um constructo abstrato que para ser estimulado tem que ser definido, avaliado e que exige uma reflexão critica uma vez que é multifatorial.

A criatividade é um processo que envolve a combinação do conhecimento já existente, numa nova forma através da aplicação de ideias antigas a novos contextos ou através da perspetivação inovadora de conhecimentos antigos, ou ainda, através de um rompimento com o passado, emprestando o que já se conhece a novos conceitos. A raiz etimológica da palavra criatividade vem do termo latim creare que significa criar, produzir, formar. Há cerca de 100 anos o estudo ou reflexão sobre a criatividade fazia-se apenas com base nas biografias de figuras eminentes. As primeiras abordagens científicas à criatividade eram abordagens dinâmicas inspiradas na teoria de Freud e a psicanálise abriu portas a interpretações criativas.

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