A senhora salvou-me a vida…

A Paula é uma mulher de 35 anos que está em acompanhamento psicológico há cerca de um ano. O diagnóstico inicial foi uma depressão major, com encaminhamento para psiquiatria, tendo sido imediatamente medicada, ao mesmo tempo que iniciou intervenção psicológica cognitivo-comportamental. A Paula tinha uma ideação suicida muito forte, tendo já havido uma tentativa prévia. Não conseguia trabalhar, não conseguia cuidar da sua filha de 3 anos…

A Paula tem sido muito cooperante e estabeleceu uma forte relação terapêutica. Não falha uma consulta e faz todos os “trabalhos de casa”. A melhoria é significativa, embora haja ainda um caminho a percorrer. Há dias, em sessão, verbalizou: “Não sei o que seria de mim sem a Dra., a senhora salvou-me a vida“…

O mérito é todo dela!

Não deixe que o preconceito ou os estereótipos a/o impeçam de pedir ajuda. Não deixe que um impulso a/o ponha em risco. Cuide de si!

É de pequenino que se forma o autoconceito

Cada indivíduo, reserva no seu mundo exterior uma parcela destinada à perceção de si mesmo. Da mesma forma que o indivíduo percebe e atribui valor à realidade que o cerca, percebe e atribui valor e significado a si mesmo, formando gradualmente o seu autoconceito.

Desde a infância, e á medida que nos relacionamos com os outros e com os diversos contextos nos quais vamos estando inseridos, desenvolvemos também a nossa perceção de nós mesmos, ou seja, o nosso autoconceito. Assim, com base no modo como nos avaliamos e julgamos a nós próprios, o nosso autoconceito vai-se formando, influenciando de forma direta a nossa autoestima. O autoconceito deriva da forma como interpretamos as nossas emoções, o nosso comportamento e a comparação que fazemos de nós próprios com os outros.

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A psicologia e o turismo

A Psicologia do Turismo surge como uma área inovadora da psicologia, que se centra no estudo do comportamento humano em contexto de turismo, especificamente do turista, do residente e do profissional da área da hotelaria e turismo.

 A Psicologia como a ciência que estuda o comportamento, os sentimentos e as emoções do ser humano, emerge como uma forte aliada aos estudos no âmbito do turismo. Ainda que á partida possam ser encaradas como duas áreas científicas incongruentes, na realidade, não o são. O turismo é um meio potenciador de movimento humano. Assim sendo, o seu foco são as pessoas, o mesmo foco que a psicologia tem na sua essência. Deste modo, psicologia e turismo cruzam-se no indivíduo enquanto turista, residente ou profissional da área do turismo. A psicologia permite o desenvolvimento de estratégias que podem ajudar a suportar e impulsionar a inovação neste campo.

No âmbito do turismo, pode-se destacar o importante contributo da psicologia positiva, ciência que visa a promoção do bem-estar e que tem tudo a ver com a experiencia do turista, uma vez este busca essencialmente experiências enriquecedoras e promotoras de bem-estar físico e psicológico. Assim, a riqueza de ideias e estratégias da psicologia positiva pode potenciar a inovação e diferenciação dos destinos turísticos. Da aplicação prática da psicologia positiva ao turismo, podem-se destacar três áreas com potencial de crescimento: a participação de psicólogos na construção de atividades para os turistas, no desenvolvimento de estratégias de promoção de experiências significativas ou ainda no desenvolvimento de intervenções de bem-estar junto dos turistas, trabalhadores e residentes.

O turismo pode ser um campo de atuação da psicologia, numa perspetiva diferenciadora, criativa e inovadora, com inúmeros benefícios para a sociedade, bem como para a evolução da ciência psicológica, nomeadamente através do desenvolvimento de investigação sobre temáticas de interesse no turismo, na construção de materiais cientificamente validados para a avaliação das variáveis psicológicas em contextos turísticos e a investigação empírica de variáveis psicológicas junto dos turistas. Pelos estudos já realizados, é clara a pertinência da aliança entre a psicologia e o turismo. Abrem-se as portas para a investigação científica psicológica neste contexto, mas simultaneamente abrem-se portas para a prática psicológica em contexto de turismo, nos seus diferentes domínios.

Fonte:

Garcês, S., Pocinho, M., & Jesus, S. (2020). The best tourism island destination in the world and meaningful experiences: A systematic literature review. Revista Portuguesa de Estudos Regionais, 53, 23-34.

Piromania: o fascínio pelo fogo

A piromania é uma perturbação do foro mental, cuja principal característica é o fascínio de um indivíduo por atear fogo, nos mais variados tipos de objetos ou por iniciar incêndios, de maior ou menor extensão.

O indivíduo que reúna os critérios de diagnóstico de piromania necessita de ser acompanhado em psiquiatria, uma vez que o seu desejo por atear fogo pode provocar um comportamento impulsivo que o leva a iniciar pequenos incêndios sem que se consiga controlar. Este desejo e fascínio pelo fogo coloca em risco a vida do indivíduo e a de outras pessoas, bem como os bens materiais e ambientais. O pirómano demonstra sentir um grande prazer em atear fogo, planear o ato e colocar em prática cada etapa prévia do incêndio.

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