Aprender estudando e aprender brincando

Se é verdade que é na sala de aula que se aprendem conteúdos fundamentais para o desenvolvimento do conhecimento humano, não é menos verdade que fora da sala de aula também se fazem muitas aprendizagens essenciais a uma adequada adaptação do indivíduo ao meio.

Alguns pais apresentam uma grande tendência para se focarem demasiado no desempenho escolar dos seus filhos, sobrevalorizando-o em detrimento de outras aprendizagens. Se é de grande importância que os conteúdos programáticos sejam adquiridos e compreendidos e se vejam refletidos em boas notas, também as aprendizagens feitas em contexto escolar mas fora da sala de aula são importantes. A aprendizagem social, as competências relacionais e as interações com o grupo de pares são de uma enorme riqueza por vezes desvalorizada. Também o tempo do “brincar” é por vezes diminuído, em virtude das inúmeras atividades extracurriculares estruturadas, que sobrecarregam as crianças e as obriga uma rigidez de horários que deixa muito pouco tempo livre para as brincadeiras desestruturadas, descontraídas, criativas e prazerosas.

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Perturbação da linguagem

Dentro do vasto espectro das perturbações mentais e do desenvolvimento, podem ser várias as perturbações da comunicação. Estas incluem défices na linguagem, na fala e na comunicação.

A fala corresponde à produção expressiva de sons e inclui a articulação, a fluência, a voz e a qualidade da ressonância de um indivíduo. A linguagem tem a ver com a forma, a função e a utilização de um sistema convencional de símbolos – palavras faladas, palavras escritas, linguagem gestual ou imagens, orientadas por regras de comunicação. A comunicação inclui todos os comportamentos verbais e não-verbais, intencionais ou não, que influenciam o comportamento, o pensamento ou as ideias e atitudes de outro indivíduo. Para uma correta avaliação das capacidades de fala, linguagem e comunicação, dever-se-á ter em conta o contexto linguístico e cultural do indivíduo, principalmente tratando-se de pessoas que se desenvolvem em contextos bilingues ou multiculturais.

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A importância da intervenção psicológica em crianças e adolescentes

Se uma criança/adolescente conseguir modificar o seu comportamento ou o seu modo de pensar acerca de uma dificuldade, pode por um lado melhorar o seu desempenho, ou por outro lado adaptar-se à sua condição, de modo a aprender a lidar com ela de forma a que ela seja menos perturbadora, ou até mesmo transformar a sua fraqueza em força.

De acordo com a opinião de vários especialistas nesta área, a intervenção psicológica em crianças e adolescentes deve contemplar vários domínios: físico, cognitivo, emocional e social. Qualquer avaliação implicará a inclusão destes 4 domínios, no sentido de perceber o funcionamento da criança e de orientar o plano de intervenção de modo a torna-lo mais completo, atrativo e eficaz. Ainda que as dificuldades apresentadas pela criança/jovem possam manifestar-se essencialmente num dos domínios, certo é que todos eles se interrelacionam e influenciam. Deste modo e a título de exemplo, se um jovem apresenta dificuldades ao nível do sono, o ensino e treino de estratégias de higiene de sono, que ao mesmo tempo incluem mudanças de comportamento e aquisição de hábitos de vida saudáveis, irá não só beneficia-lo no que diz respeito à qualidade do sono como também trazer-lhe vantagens ao nível físico, cognitivo e emocional.

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Comunicar não é só falar

Comunicar é uma necessidade inata ao ser humano. Desde sempre que os indivíduos procuram encontrar formas de interação em substituição da comunicação verbal ou em complemento a ela. A comunicação não-verbal tem vindo a ser utilizada e explorada, assumindo grande importância nas relações interpessoais.

Inicialmente, antes de haver uma linguagem estruturada, quer falada, quer escrita, a comunicação acontecia por meio de gestos e símbolos. Hoje em dia, continuamos a utilizar esse tipo de comunicação, mesmo que por vezes não tenhamos consciência disso. A comunicação não-verbal diz tanto sobre quem somos e sobre a forma como pensamos, que é necessário estar atento a ela, no sentido de salvaguardarmos as nossas relações interpessoais. Um dos componentes da linguagem não-verbal é a aparência. A aparência física é responsável pela primeira impressão causada no outro e pode expressar credibilidade ou a falta dela. O modo como nos vestimos mas também a forma como cuidamos o cabelo, a barba no caso dos homens, ou a maquilhagem no caso das mulheres, produzem a nossa imagem completa perante os outros. Adequar a imagem à situação é extremamente importante para uma comunicação e interação eficazes e transmissoras de confiança.

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A pandemia e o sono

Um sono de qualidade é fundamental para a manutenção de uma boa saúde física, psicológica e qualidade de vida de todos nós. Dormir bem aumenta a nossa capacidade de atenção e concentração, promove a regeneração celular e potencia a disposição para enfrentarmos as nossas rotinas, entre outros benefícios.

São várias as dificuldades de sono que nos podem afetar. São apenas alguns exemplos as insónias, os pesadelos, o sonambulismo ou a privação do sono. Estes problemas podem levar à diminuição da qualidade de vida dos indivíduos, quer pela sua interferência na saúde física, quer pelo seu impacto negativo na saúde mental. Dormir pouco e dormir mal aumenta a probabilidade de se ter acidentes, diminui a nossa capacidade de trabalho, faz baixar a produtividade e o desempenho, ao mesmo tempo que pode levar à deterioração da saúde física, aumentando a nossa vulnerabilidade à doença. Também as nossas emoções podem sofrer devido às dificuldades de sono. Noites mal dormidas potenciam o surgimento de emoções negativas como a tristeza ou a irritabilidade, levando a um mal-estar psicológico e a sentimentos de tristeza e angústia.

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