A psicologia diferencial e os seus antecedentes

A psicologia diferencial é o campo da psicologia que estuda as diferenças individuais e as diferenças inter grupos, em variáveis psicológicas. Existem três grandes domínios de investigação em psicologia diferencial: as diferenças individuais, as variedades das diferenças psicológicas inter grupos e a explicação das diferenças psicológicas.

A psicologia diferencial nasce de um conjunto de antecedentes, inerentes tanto a outros campos científicos como a um contexto social específico. No que diz respeito aos antecedentes históricos, podemos referir a filosofia, a astronomia, a psicofísica, a psicologia científica, a biologia e a estatística. A filosofia teve uma influência direta e foram vários os filósofos e as escolas de pensamento que contribuíram para o surgimento da psicologia diferencial: Platão, Aristóteles e Hipócrates, entre outros. De um modo geral, os principais contributos da filosofia têm a ver com a constatação das diferenças individuais, com as tentativas de explicar e/ou classificar essas diferenças, mas também com a polémica que se instalou entre o Inatismo de Platão e o Empirismo de Locke.

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Crianças, regras e limites

O estabelecimento regras e limites e o cumprimento dos mesmos, é fundamental para um bom desenvolvimento infantil, uma vez que facilita a aquisição de competências relacionais. Respeitar limites, ensina a criança a compreender a importância das regras sociais e potencia a sua autorregulação, promovendo o seu adequado relacionamento com os vários elementos dos contextos em que a criança está inserida.

São os adultos, na sua relação com as crianças, que lhes ensinam o que são e quais são, os limites de cada interação. Através da observação e imitação dos comportamentos dos adultos, as crianças aprendem com as reações e respostas dos mesmos perante os seus comportamentos e atitudes. No exercício da parentalidade, os pais devem ensinar mais do que punir, ou seja, em vez de agredir, ameaçar ou castigar a criança perante um comportamento desadequado, os pais devem chamar a atenção para o que está errado, no momento certo e logo que possível ensinar qual seria o comportamento adequado para a aquela situação. Assim, a criança tem a oportunidade de compreender o que fez mal e de aprender como fazer de forma correta, ou seja, de acordo com o que é esperado pelas normas da convivência familiar, cultural ou social.

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Regresso à escola e ansiedade

O mês de Setembro trás consigo o final das férias e o regresso à escola. Depois de algum tempo de descanso, descontração e alívio das responsabilidades letivas, o reinício de um novo ano escolar pode apresentar desafios, por vezes vividos com alguma ansiedade, quer pelas crianças, quer pelos pais ou educadores.

O regresso às aulas apresenta-se habitualmente como um momento muito esperado pela maioria das crianças, um vez que tem associado o reencontro com amigos, o conhecer novos colegas e ainda o entusiasmo pela descoberta dos professores e dos conteúdos de um novo ano letivo. Neste ano de pandemia, em que tanto a intermitência da permanência física na escola como a consequente adaptação a diferentes formas de exposição dos conteúdos, por parte dos professores, foi uma constante, muitas crianças anseiam o retomar da normalidade a que estavam habituadas ou aquela que lhes era anteriormente apresentada. Assim sendo, é expectável que para muitos alunos este recomeço seja um momento muito aguardado, embora ao mesmo tempo, potencial gerador de alguma ansiedade. Por outro lado, o ainda “fantasma do Covid-19” que paira sobre as nossas cabeças pode contribuir para um crescente estado ansioso, pelo receio de poderem contrair ou transmitir a doença.

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Ansiedade e faculdade, uma associação normativa

O momento em que os jovens terminam o enino secundário é um marco nas suas vidas. Aqueles que optam por continuar a sua formação em meio académico, enfrentam um grande desafio, desde o momento em que se candidatam, já para não falar, da por vezes difícil tomada da decisão acerca do curso e da instituição de ensino superior que irão escolher mas também até saberem se foram colocados, onde e em que curso. Tudo isto pode ser naturalmente, gerador de ansiedade.

A ansiedade é uma resposta natural do organismo a uma situação de alarme, medo, surpresa, desafio ou novidade. Por norma, aquilo que não conhecemos ou controlamos, pode provocar-nos ansiedade. É uma emoção normativa e por vezes muito protetora e adaptativa, no entanto, a ansiedade intensa e associada a sensações de angústia e a sintomas fisiológicos, pode tornar-se incapacitante e conduzir a patologia, causando um mal-estar significativo e pondo em causa a funcionalidade do indivíduo. A eminência da mudança, de um meio escolar conhecido e na maioria das vezes confortável, para ingressar no ensino universitário, novo e desconhecido, pode levar a uma expetativa apreensiva e causar sentimentos de ansiedade relacionados com a necessidade de adaptação ao contexto e ás vivências académicas.

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