
A piromania é uma perturbação do foro mental, cuja principal característica é o fascínio de um indivíduo por atear fogo, nos mais variados tipos de objetos ou por iniciar incêndios, de maior ou menor extensão.
O indivíduo que reúna os critérios de diagnóstico de piromania necessita de ser acompanhado em psiquiatria, uma vez que o seu desejo por atear fogo pode provocar um comportamento impulsivo que o leva a iniciar pequenos incêndios sem que se consiga controlar. Este desejo e fascínio pelo fogo coloca em risco a vida do indivíduo e a de outras pessoas, bem como os bens materiais e ambientais. O pirómano demonstra sentir um grande prazer em atear fogo, planear o ato e colocar em prática cada etapa prévia do incêndio.

Segundo o Manual de Diagnóstico es Estatística das Perturbações Mentais (DSM-V), os critérios de diagnóstico para esta perturbação incluem o desejo incontrolável por atear fogo em objetos ou iniciar incêndios em terrenos, imóveis, etc.; ter uma sensação de prazer ao observar o fogo: sentir fascínio pelas chamas ou por isqueiros, fósforos, velas, etc.; revelar interesse desproporcional por crimes de incêndio; apresentar sentimentos de culpa ou vergonha depois de atear fogo em algo; sentir tensão e/ou excitação antes de atear fogo em algo; sentir alívio depois de atear fogo; ter grande curiosidade e interesse pelo fogo e pelo seu contexto situacional como equipamentos, usos e consequências e ter prazer em testemunhar incêndios.

É importante levar em consideração o facto de que o pirómano nem sempre tem os comportamentos incendiários, podendo haver intervalos entre uma ação e outra, o que pode dificultar o diagnóstico, principalmente se os outros não perceberem a ação do sujeito. Ainda não existem dados concretos que possam determinar com clareza as causas da piromania. No entanto, acredita-se que se trata de uma perturbação com causas multifatoriais, que podem estar relacionadas com hereditariedade, contexto social, fatores stressores, os seja, o problema pode ocorrer devido a uma variedade de fatores que podem ser divergentes entre um sujeito e outro, tendo em conta as suas particularidades e experiências prévias de vida.

Em termos de tratamento, estas pessoas habitualmente necessitam de uma abordagem combinada, que inclua a psiquiatria (medicamentos) e a psicologia (terapia). Em termos de medicação, o psiquiatra pode prescrever, por exemplo, estabilizadores dos impulsos. A avaliação médica pode mesmo levar ao internamento em instituição de saúde mental, até à diminuição dos sintomas e possível integração na sociedade. Em termos de psicoterapia, torna-se essencial a identificação dos “gatilhos” que conduzem à ação, bem como o ensino e treino de estratégias para ensinar o indivíduo a lidar com a sua impulsividade, tendo em vista a sua segurança (e de outros), a sua saúde mental e a sua qualidade de vida. O pirómano deverá conseguir re-significar o que cada situação representa para si, ao mesmo tempo que toma consciência de si mesmo e desenvolve o autocontrolo. A psicoterapia permite ainda ao indivíduo expressar as suas angústias e medos no sentido de poder aliviar as tensões que podem potencias os comportamentos impulsivos.

Fonte:
DSM-V – Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (Quinta edição) de American Pshychiatric Association.