Perfeccionismo: Entre a Excelência e a Autossabotagem

O perfeccionismo, frequentemente valorizado numa sociedade orientada para o desempenho, é muitas vezes confundido com rigor, competência ou motivação para alcançar padrões elevados. Contudo, do ponto de vista da Psicologia Cognitivo-Comportamental (PCC), o perfeccionismo constitui um conjunto de crenças rígidas e exigências internas que pode comprometer significativamente o bem-estar emocional, o funcionamento interpessoal e o rendimento académico ou profissional. Longe de ser apenas “gostar de fazer bem”, o perfeccionismo envolve uma relação disfuncional com o erro, com a autoavaliação e com a perceção de valor pessoal.

A PCC conceptualiza o perfeccionismo como um padrão cognitivo caracterizado por pressupostos condicionais e regras absolutistas do tipo: “Tenho de acertar sempre”, “Se falhar, significa que não sou capaz”, ou “Os outros só me valorizam se eu fizer tudo na perfeição”. Estas crenças, aprendidas ao longo da vida, frequentemente em contextos familiares muito exigentes, ambientes competitivos ou experiências precoces de crítica, tornam-se esquemas orientadores do comportamento. A pessoa passa a interpretar o mundo através de um filtro que associa erro a fracasso pessoal, e desempenho a validação. O resultado é um ciclo constante de autoavaliação negativa, hipervigilância em relação a falhas e evitamento de situações onde exista risco de imperfeição.

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O Poder da Música na Saúde Mental

A música é um fenómeno universal que atravessa culturas, épocas e geografias, acompanhando a humanidade desde os seus primórdios. Mais do que um entretenimento ou arte, a música é uma força capaz de transformar o estado de espírito, de unir pessoas e de promover bem-estar. Num tempo em que as perturbações de saúde mental atingem números recorde, é urgente olhar para a música como uma aliada na promoção da saúde psicológica — não apenas como passatempo, mas como intervenção séria e eficaz.

Do ponto de vista científico, os benefícios da música estão bem documentados. Estudos de neurociência demonstram que ouvir ou criar música estimula a libertação de dopamina, substância associada ao prazer e à motivação, e reduz os níveis de cortisol, a hormona do stresse. Esta combinação favorece o relaxamento e melhora o humor, funcionando quase como um “ansiolítico natural”, mas sem efeitos secundários. A prática musical regular, além disso, desenvolve a plasticidade cerebral, reforçando memória e concentração. São evidências que sustentam a inclusão da música em estratégias de prevenção e tratamento de problemas como ansiedade, depressão e insónia.

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Treino Cognitivo: O que é e como realizá-lo em segurança?

O treino cognitivo refere-se a um conjunto de atividades ou intervenções, estruturadas com o objetivo de melhorar ou preservar as funções cognitivas, como a memória, a atenção, a concentração, a linguagem e o raciocínio. Este tipo de treino é amplamente utilizado em diferentes faixas etárias e contextos, desde crianças com dificuldades de aprendizagem, até idosos que desejem prevenir o declínio cognitivo associado ao envelhecimento.

Apesar do seu potencial, é essencial que o treino cognitivo seja realizado de forma segura e adequada às necessidades individuais, evitando práticas que possam ser frustrantes ou ineficazes. O treino cognitivo pode ter diferentes finalidades, dependendo das necessidades de cada pessoa. A prevenção do declínio cognitivo, em idosos, ajuda a preservar as funções cerebrais e a promover o envelhecimento saudável. Em crianças e adolescentes, potencia competências como a resolução de problemas e a atenção e concentração. Em indivíduos com défices cognitivos decorrentes de doenças, como a demência ou lesões cerebrais, o treino de estimulação cognitiva pode ajudar a recuperar ou compensar funções perdidas.

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Estudo eficaz!

Muitos estudantes enfrentam períodos em que se sentem desmotivados em relação aos estudos, por diversas razões. No entanto, muitas vezes a falta de motivação e o baixo rendimento, prende-se com o facto de não terem desenvolvido ainda, métodos de estudo eficazes. Aqui ficam algumas estratégias simples, que podem ajudar os alunos a recuperar o entusiasmo e a encontrar a motivação necessária para o sucesso.

Em primeiro lugar recomenda-se que sejam definidos objetivos claros e alcançáveis ​​para os estudos. Falamos de metas de curto prazo, como executar ou concluir uma tarefa específica, mas também metas de longo prazo, como obter uma determinada nota a uma determinada disciplina ou até mesmo passar de ano! Analisar e definir exatamente o que tem que ser feito, é o primeiro passo para se organizar o tempo para estudar, sem esquecer que também é preciso tempo para se divertirem.

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