
Atualmente, a Internet está presente em todos os contextos das nossas vidas, para o bem e para o mal. Se algumas pessoas têm mais facilidade em controlar a sua utilização e fazê-la de forma adequada, outras tendem a deixar-se levar mais facilmente pela diversidade de temas e atividades a que ela dá acesso. E como é com as crianças?
Se para muitos adultos, pode ser difícil dar bom uso à Internet e ao que ela permite, para as crianças será certamente mais difícil. Os mais novos têm tendencialmente maior dificuldade em controlar o tempo despendido em atividades online, bem como a selecionar conteúdos adequados á sua faixa etária. Quem tem filhos ou crianças pequenas a seu cargo, poderá seguir algumas recomendações muito úteis e que, se levadas a sério e de forma consistente, podem ajudar prevenir situações de dependência da Internet. Este é um tema que preocupa cada vez mais pais, educadores e outros profissionais que lidam diariamente com essa problemática.

Procure seguir as indicações da Organização Mundial da Saúde (OMS) que em 2019 recomendou que, crianças menores de dois anos não tivessem exposição a nenhum tempo de ecrã, enquanto as crianças dos dois aos cinco anos não deveriam ter mais do que uma hora por dia. Procure manter os computadores e outros dispositivos eletrónicos de comunicação, fora do espaço onde a criança faz os trabalhos de casa ou estuda. Ela precisa de um espaço privado, sossegado e longe de distrações. Defina as regras da casa como por exemplo, desligar os ecrãs à hora das refeições enquanto conversam e 1 hora antes de a criança ir dormir. Monitorize e limite o acesso a dispositivos eletrónicos no quarto da criança e garanta que esta dorme o tempo suficiente todas as noites. Supervisione os conteúdos aos quais a criança tem acesso. Saiba o que ela está a ver, jogar, ou a fazer online. A Internet não deve ser “diabolizada”, pois a criança pode aprender muitas coisas e desenvolver algumas competências importantes. No entanto, devemos salvaguardar que a criança apenas tenha acesso a temas e atividades adequadas à sua idade.

Verifique o conteúdo e a classificação dos programas de televisão, filmes, jogos, músicas ou sites e ensine a criança a planear o seu tempo de ecrã. Utilize os filtros de controlo parental. Faça por limitar a quantidade de conteúdo violento a que a sua criança é inevitavelmente exposta, e monitorize o seu comportamento depois de visionar notícias, cenas de filmes ou jogos assustadores ou violentos. Garanta que os outros cuidadores (ex. irmãos mais velhos, avós…) estão conscientes das regras da casa, relativamente ao tempo e aos conteúdos a que a criança poderá ter acesso. Assegure-se de que cumprem essas regras na sua ausência, de forma consistente. Assista a programas de televisão, filmes ou jogue e navegue na Internet com os seus filhos. Fale com eles sobre o que estão a ver e ajude-os a questionar as mensagens e valores que esses conteúdos transmitem.

Adequando a sua linguagem à idade da criança, fale com ela e esclareça-a sobre conteúdos de cariz sexual e violento, sobre estereótipos, estratégias de publicidade direcionadas às crianças, assim como às mensagens irrealistas de muitos anúncios e programas. Poderão ser momentos muito úteis de aprendizagem, partilha de ideias e interação familiar. Seja um modelo a seguir. Limite o seu próprio tempo de ecrã e dê atenção ao que vê quando as crianças estão por perto. As atividades ao ar livre, jogos de tabuleiro ou a leitura, são exemplos de boas opções que pode oferecer às suas crianças, para lhes diminuir o tempo de écran. Educar e disciplinar não são tarefas fáceis e envolvem muito esforço, paciência e insistência.

Ofereça alternativas saudáveis e sejam felizes!