Intimidade e Afeto na Relação Terapêutica

Em psicologia, a relação terapêutica é uma relação de ajuda, assimétrica e colaborativa, entre o psicólogo/a e o cliente ou paciente. Esta relação vai evoluindo ao longo do tempo, à medida que o cliente vai percepcionando a mudança e o benefício obtido pela intervenção, o que frequentemente corresponde ao modo como este se vai sentindo confiante, compreendido, seguro e contido na sua relação com o psicólogo/a.

Enquanto psicóloga clínica, a minha relação com o cliente/paciente, tem início com um pedido de ajuda/apoio feito por parte do próprio cliente ou por alguém em seu nome, motivado por problemas, dificuldades ou perturbações relacionadas com a saúde mental ou psicológica. As dificuldades podem ser de origem diversa e múltipla, e os vários pedidos de ajuda, embora por vezes tão distintos entre si, têm sempre um objetivo comum e muito específico – promover a mudança, de modo a aumentar a saúde, o bem-estar, a qualidade e a satisfação com a vida, da pessoa em sofrimento.

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O possível efeito terapêutico da Banda Desenhada

A arte em geral, e a Banda Desenhada em particular, têm várias funcionalidades, entre elas a diversão, a educação, a libertação de tensões e até mesmo a catarse. Será correto afirmar que a Banda Desenhada, à semelhança de outras formas de arte ou de literatura, tem um poder terapêutico sobre o seu criador e sobre quem a aprecia?

A Banda Desenhada, designada por alguns como “a 9ª arte” e também conhecida como “arte sequencial”, é uma forma de arte que conjuga texto e imagens, com o objetivo de narrar histórias dos mais variados géneros, sendo estas em geral, publicadas no formato de revistas, livros, ou em tiras publicadas em revistas e jornais. O objetivo do artista, consiste essencialmente na transmissão de uma mensagem que vai ser percepcionada pelo leitor, através da descodificação e interpretação de estímulos visuais. Com base em conhecimentos anteriores e envolvendo vários recursos cognitivos, o leitor vai tomar consciência, através da emoção e dos efeitos que lhe provoca a apreciação da obra, sendo que a sua expectativa e o contexto irão também determinar o modo como este a vai interpretar.

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A Banda Desenhada à luz da Psicologia

Os heróis de Banda Desenhada não envelhecem, permanecem iguais a si mesmos ao longo de um interminável número de aventuras. Embora algumas colecções de Banda Desenhada sejam “infindáveis” e já muito antigas, a verdade é que tanto o herói protagonista como os seus personagens, não acusam a passagem do tempo, preservando-se a sua imagem inicial.

A força fantástica dos super heróis, os seus poderes sobrenaturais e a sua excelente forma física, mantêm-se inalteráveis ao longo de décadas. Os heróis mantêm-se jovens e robustos e apesar das inúmeras aventuras, lutas e peripécias conservam ao longo do tempo, as suas capacidades e habilidades intactas. A banda desenhada encerra em si aspectos emocionais, motivacionais, cognitivos e comportamentais, tanto do ponto de vista do apreciador como do seu criador. No que diz respeito às emoções, será que podemos dizer que reler Banda Desenhada dos seus heróis de infância, reflete uma necessidade do indivíduo em voltar atrás no tempo e recuperar alguma ingenuidade infantil, de forma a reencontrar em si a sensação de que o tempo não passou?

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Saúde mental no masculino

A doença mental no masculino é um tema particularmente importante, na medida em que o estigma que ainda hoje está associado a estas questões, pode fazer com que muitos homens evitem ou adiem a procura de ajuda, com consequências potencialmente graves na sua funcionalidade e na sua satisfação com a vida.

Felizmente, cada vez mais o estigma relacionado com as perturbações do foro psicológico ou psiquiátrico, tem vindo a ser desconstruído, no sentido de “normalizar” a avaliação e o acompanhamento psicológico, aos homens que possam enfrentar dificuldades, nesta área da saúde em geral, mas também por desafios específicos do género. Contudo, estas dificuldades, que por vezes são banalizadas ou ignoradas, levam a que a tomada de consciência e a procura de ajuda sejam adiadas ou até mesmo evitadas. As expectativas sociais, estigmas culturais e atitudes em relação à vulnerabilidade e à procura de apoio psicológico por parte dos homens, constituem-se como uma “barreira” por vezes difícil de transpor.

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