À medida que o final do ano letivo se aproxima, muitos estudantes académicos em Portugal enfrentam um aumento significativo de stresse, ansiedade e exaustão emocional. A pressão das avaliações, a incerteza quanto ao futuro e a sobrecarga de tarefas acumuladas ao longo do semestre tornam esta fase particularmente exigente. Neste contexto, a procura por apoio psicológico tem-se tornado não só mais frequente, mas também mais urgente e necessária.
Não é novidade que a saúde mental dos estudantes universitários se encontra fragilizada. Um estudo realizado pelo Observatório Nacional da Saúde Mental Estudantil (ONSAME) em 2023 revelou que cerca de 63% dos estudantes inquiridos referiram sentir níveis elevados de ansiedade durante o período de exames, e 41% admitiram ter considerado procurar ajuda psicológica, embora muitos não o tenham feito devido a estigmas ou à falta de recursos acessíveis.
A menopausa é uma fase natural na vida de todas as mulheres e que marca o fim do período reprodutivo. Normalmente ocorre entre os 45 e os 55 anos, embora possa surgir mais cedo ou mais tarde. Esta etapa, caracterizada pelo final da menstruação devido à redução na produção de estrogénios e progesterona pelos ovários, traz consigo diversas alterações físicas, emocionais e psicológicas que merecem uma abordagem holística.
As mudanças hormonais que acompanham a menopausa são frequentemente acompanhadas por sintomas físicos, como afrontamentos, insónias, secura vaginal, aumento do peso e alterações no metabolismo. Embora estas manifestações sejam físicas, têm um impacto direto na qualidade de vida e no bem-estar emocional das mulheres. Por exemplo, a insónia, comum neste período, pode gerar cansaço acumulado, aumentando a irritabilidade e diminuindo a capacidade de concentração. Os afrontamentos, especialmente quando inesperados e intensos, podem levar à ansiedade social, uma vez que as mulheres podem sentir-se desconfortáveis em ambientes públicos.
A mudança de emprego é uma experiência que pode ter um impacto significativo na saúde mental e no bem-estar psicológico dos indivíduos. Embora a mudança esteja frequentemente associada à busca de melhores oportunidades, um ambiente de trabalho mais saudável ou uma maior satisfação pessoal, esta transição não é isenta de desafios emocionais e psicológicos.
O impacto positivo da mudança de emprego
Mudar de emprego pode ser uma oportunidade para o crescimento pessoal e profissional. Muitas vezes, essa decisão surge, por exemplo, da necessidade de ultrapassar um ambiente de trabalho tóxico, a monotonia profissional ou limitações no desenvolvimento de capacidades. Ao ingressar num novo emprego, os indivíduos podem beneficiar de uma maior motivação, devido à novidade das funções e à oportunidade de aprenderem e desenvolverem novas competências. Estas experiências positivas podem aumentar a autoestima, reduzir o stresse e proporcionar uma sensação de realização e autoeficácia. Além disso, uma mudança de emprego pode melhorar a qualidade de vida, especialmente se o novo papel oferecer melhores condições de trabalho, um salário mais justo ou maior flexibilidade horária. Estes fatores contribuem para um equilíbrio mais saudável entre a vida pessoal e profissional, promovendo o bem-estar geral (Oliveira et al., 2013).
A ansiedade é um fenómeno cada vez mais prevalente entre os jovens universitários, sendo frequentemente considerada um reflexo das pressões sociais, académicas e pessoais que caracterizam esta fase de transição. Estudar no ensino superior implica novos desafios e responsabilidades, muitas vezes enfrentados longe do ambiente familiar, o que pode amplificar sentimentos de insegurança e vulnerabilidade.
Uma das principais causas de ansiedade nos estudantes universitários é a carga académica. A necessidade de obter boas classificações para garantir o sucesso profissional futuro exerce uma pressão significativa. Os prazos apertados, os exames exigentes e a competitividade entre colegas criam um ambiente onde a autocrítica e o medo do fracasso prosperam. Este tipo de ansiedade pode manifestar-se em sintomas físicos como insónias, fadiga e dores musculares, bem como em sintomas psicológicos como dificuldade de concentração e irritabilidade.
A doença mental no masculino é um tema particularmente importante, na medida em que o estigma que ainda hoje está associado a estas questões, pode fazer com que muitos homens evitem ou adiem a procura de ajuda, com consequências potencialmente graves na sua funcionalidade e na sua satisfação com a vida.
Felizmente, cada vez mais o estigma relacionado com as perturbações do foro psicológico ou psiquiátrico, tem vindo a ser desconstruído, no sentido de “normalizar” a avaliação e o acompanhamento psicológico, aos homens que possam enfrentar dificuldades, nesta área da saúde em geral, mas também por desafios específicos do género. Contudo, estas dificuldades, que por vezes são banalizadas ou ignoradas, levam a que a tomada de consciência e a procura de ajuda sejam adiadas ou até mesmo evitadas. As expectativas sociais, estigmas culturais e atitudes em relação à vulnerabilidade e à procura de apoio psicológico por parte dos homens, constituem-se como uma “barreira” por vezes difícil de transpor.
O Fernando e a Luísa são casados há 5 anos e procuraram apoio psicológico há cerca de 1 ano. A relação enfrentava desafios, ao momento, que ameaçava a sua manutenção e a felicidade de ambos. No início, a Luísa vinha sozinha ás consultas, mas ao fim de poucas semanas, pediu-me se podia incluir o Fernando no processo terapêutico. Sim, claro que sim. Como mediadora nesta relação, que continua “de vento em poupa”, fui-lhes mostrando diferentes perspectivas, diferentes formas de pensar, diferentes formas de agir. Aos poucos foram aprendendo a conhecerem-se melhor, a verbalizar os seus sentimentos, a compreender os desejos e as escolhas um do outro, a aceitarem o que não se consegue modificar e também a perdoar…
Muitos estudantes enfrentam períodos em que se sentem desmotivados em relação aos estudos, por diversas razões. No entanto, muitas vezes a falta de motivação e o baixo rendimento, prende-se com o facto de não terem desenvolvido ainda, métodos de estudo eficazes. Aqui ficam algumas estratégias simples, que podem ajudar os alunos a recuperar o entusiasmo e a encontrar a motivação necessária para o sucesso.
Em primeiro lugar recomenda-se que sejam definidos objetivos claros e alcançáveis para os estudos. Falamos de metas de curto prazo, como executar ou concluir uma tarefa específica, mas também metas de longo prazo, como obter uma determinada nota a uma determinada disciplina ou até mesmo passar de ano! Analisar e definir exatamente o que tem que ser feito, é o primeiro passo para se organizar o tempo para estudar, sem esquecer que também é preciso tempo para se divertirem.
A Sexualidade é um tema indissociável do ser humano, presente em todos os contextos e capaz de desencadear todo o tipo de reações, como o riso, a vergonha, a dúvida ou a curiosidade. Qualquer comportamento sexual tem uma componente biológica, psicológica, e interpessoal, baseando-se em conceitos culturais de normalidade e moralidade.
A Saúde Mental é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), não apenas como a ausência de doença, mas também como um estado de bem-estar em que cada indivíduo realiza o seu próprio potencial, conseguindo lidar com os desafios normativos da vida, como por exemplo, trabalhar de forma produtiva e assim contribuir para a sociedade. Para a OMS, a sexualidade inclui vários aspetos da experiência humana: as diferenças biológicas entre mulheres e homens, as identidades e papéis de género, a orientação sexual, o erotismo, o prazer, a intimidade e a reprodução. A interligação entre variáveis como o sexo atribuído à nascença, o género, e a orientação sexual, e a forma como estas se relacionam é tão fluída e livre como a complexidade da própria existência humana.
A história pessoal de cada indivíduo e a forma como se relaciona com os outros e com o mundo, é de certo modo influenciada pelo género e pela sexualidade. A a sua expressão pode mudar ao longo da vida, desde a adolescência até à idade adulta avançada. O género e a sexualidade estão presentes na vivência humana, na forma como a paixão é experienciada, na intimidade, no amor, no modo como cada um de nós se afirma perante a sociedade, na elaboração e na construção das relações afetivas e na forma como cresceremos nessas mesmas relações.
As diversas formas de expressão da sexualidade humana são todas elas normativas e legítimas, desde que sejam vivenciadas de forma saudável e que não interfiram com a liberdade e a vontade dos outros. A vivência da sexualidade pode por vezes conduzir a períodos de angústia, tristeza, ansiedade, medo, vergonha, ou até mesmo desalento e resignação. Em alguns desses momentos, a partilha com um profissional de saúde habilitado, poderá ajudar a encontrar soluções para as dificuldades apresentadas. Estes podem oferecer informação, sugestões e estratégias para ajudar a lidar com as dificuldades, assim como poderá, após avaliação do caso, encaminhar para outro profissional especializado.
As crenças e normas sociais atuais, podem por vezes ainda não estar ajustadas à diversidade humana, que se vê forçada muitas vezes a inserir numa sociedade que ainda pune e ostraciza muitas das expressões individuais da sexualidade, como é o caso dos indivíduos com incongruência entre o género sexual vivenciado e o seu género atribuído à nascença. A mudança de género e o processo de reatribuição sexual são processos organizadores na vida dos indivíduos, no entanto, são questões ainda fraturantes numa sociedade binária, apesar de terem vindo a ser feitos progressos nesta área.
A sexualidade e a doença mental podem influenciar-se ou determinar-se mutuamente. As perturbações depressivas, as perturbações de ansiedade, o consumo de substâncias psicoativas, a perturbação bipolar ou a esquizofrenia, são exemplos de perturbações que podem dar origem ou estar em comorbilidade com dificuldades ao nível da sexualidade. Por outro lado, as disfunções sexuais podem de igual modo agravar ou desencadear patologia do foro psicológico ou psiquiátrico.
O estilo de vida é também por si só potenciador das dificuldades ao nível da sexualidade, como por exemplo os consumos de álcool, tabaco ou drogas, que influenciando a saúde física se podem repercutir na saúde mental e sexual. Também as perturbações do sono, a alimentação e a ausência de atividade física, têm impacto a esse nível o que não deve ser desvalorizado. Outro fator que pode ter grande impacto na função sexual do indivíduo é alguma medicação crónica, pelos seus efeitos secundários. Este é um fator muito relevante e que merece toda a atenção, uma vez que é muitas vezes é a causa principal para o abandono da medicação, com todo o risco que isso pode implicar.
As dificuldades ao nível da sexualidade e da sua vivência, podem ocorrer em qualquer idade e relacionam-se com a forma como o corpo, a mente, a intimidade se relacionam. As dificuldades sexuais resultam muitas vezes em sentimentos de culpa e de falha e fracasso. O apoio psicológico pode ser uma importante ajuda uma vez que fornece um “lugar” de contenção, de segurança para a expressão emocional, para a reestruturação de alguns pensamentos desadaptativos e também para o ensino e treino de estratégias para lidar com o problema. Estas perturbações são geralmente reversíveis com abordagens relativamente simples, sendo a sua maior barreira a desvalorização do problema ou a tardia procura de ajuda.
Não deixe que sentimentos de vergonha, culpa, inferioridade ou desalento tomem conta da situação. Procure ajuda!
O apoio social ou suporte social integram o ambiente social e as pessoas que fazem parte da rede social real do indivíduo. O apoio social pode ser entendido como objetivo ou subjetivo, ou seja, apoio recebido e apoio percebido.
O apoio subjetivo ou percebido traduz-se na experiência pessoal de se saber que “aquelas pessoas” estão lá, se for necessário, ainda que não haja uma interação direta e objetiva. Ter a consciência de que se tem alguém a quem recorrer, se necessário, parece ser mais tranquilizante e securizante do que propriamente pedir e usufruir de ajuda efetiva. O apoio social objetivo e por isso recebido refere-se ao conjunto de interações e trocas que o indivíduo recebe daqueles por quem se considera querido, desejado, respeitado e envolvido. O sujeito vai reconhecer a disponibilidade dos que lhe são próximos, e a possibilidade de recorrer a estes e ser correspondido se o necessitar, o que lhe trás conforto e segurança.
A satisfação individual com o apoio social está muito associada à saúde e ao bem-estar físico e psicológico, bem como à satisfação com a vida e à existência de afetos positivos em relação a si mesmo e aos outros. Deste modo, a perceção do suporte social ou as expectativas de que o apoio existirá se for necessário, tem sido considerado um elemento facilitador do bem-estar pessoal e social dos indivíduos, perante desafios e dificuldades com que se vão confrontando ao longo do seu percurso de vida. É um fator mediador do impacto das situações adversas ou perturbadoras do bem-estar físico e emocional.
O suporte social pode ter uma função preventiva e/ou curativa em relação aos acontecimentos de vida negativos e à doença, e uma função estimulante e gratificante, promotora de mais felicidade e de vivências positivas. Este suporte está positivamente associado ao confronto com novas situações ou situações potencialmente stressantes, reduzindo a tensão e a sensação de falta de controlo das mesmas.
No que diz respeito às crianças e á família enquanto grupo de apoio social, parece haver um efeito protetor para a maior parte das crianças e adolescentes, quando a família lhes dá atenção adequada e apropriada durante o primeiro ano de vida, mesmo quando estes estão inseridos em ambientes de risco. Fatores como a confiança, a atenção, a empatia, a disponibilidade, o respeito e as expectativas elevadas relativamente aos resultados escolares e comportamentais, o suporte, o afeto e os bons modelos comportamentais são considerados responsáveis por este efeito protetor.
A partilha das tarefas do dia-a-dia em família pelos dois elementos do casal é encarada como benéfica para o desenvolvimento infantil, sendo a preocupação com os limites e as regras, a presença conjunta em atividades de lazer e o investimento no incentivo de responsabilidades, fatores fulcrais para o desenvolvimento do ajustamento psicológico de crianças e jovens e para o seu bom desempenho escolar.
Outro fator que permite potenciar o papel positivo da família, no ajustamento da criança ou do jovem, é a possibilidade de permitir a sua participação ativa em contexto familiar, criando condições para que este seja ouvido e a sua opinião possa ser levada em consideração nas tomadas de decisões importantes para a família ou na programação de atividades familiares, por exemplo de lazer. Este fator é muito importante uma vez que potencia o desenvolvimento do sentimento de pertença e de responsabilidade, aumentando também as expectativas em relação ao futuro e promovendo a persistência para a definição e alcance de metas e objetivos.
Uma família enquanto grupo protetor e apoiante, deverá ter a preocupação de comunicar de forma positiva e efetiva, fornecer apoio á criança ou adolescente, facilitar a expressão de pensamentos e sentimentos, permitir a discussão dos assuntos relevantes, minimizar os conflitos, negociar os planos da família e desenvolver a cooperação e a confiança entre pais e filhos. Pode ser necessário, em alguns casos, recorrer a um apoio familiar regular para que estas sejam ajudadas adquirir as competências necessárias para que possam a agir de forma a potenciar o adequado desenvolvimento emocional das suas crianças/jovens.
Os seres humanos relacionam-se de forma única e profunda com os seus animais de estimação, podendo mesmo considera-los como membros da família. O afeto reciproco destas relações leva a que a sua perda seja muito significativa e possa ter grande impacto no bem-estar emocional dos seus tutores.
A profunda ligação entre seres humanos e animais, pode ser comparada ás relações humanas, sendo que em alguns casos pode mesmo ser mais profunda, gratificante de amor incondicional. Quando se vêm confrontados com a perda ou a eminencia da perda dos seus animais de companhia, muitas vezes após longos nos de ligação, os sentimentos gerados pela perda podem ser muito dolorosos para o indivíduo ou para a família.