Este é um daqueles temas que muitas pessoas evitam ou só conhecem através de estereótipos errados. Quando pensamos em esquizofrenia, é fácil lembrarmo-nos de filmes ou séries que mostram pessoas completamente desconectadas da realidade, mas a verdade é bem mais complexa e, sobretudo, muito mais humana.
A esquizofrenia é uma perturbação psiquiátrica grave que afeta a forma como a pessoa pensa, sente e percebe o mundo à sua volta. Normalmente, os primeiros sinais aparecem no final da adolescência ou no início da idade adulta. Não é, como algumas pessoas pensam, uma “dupla personalidade” ou simplesmente “loucura”. É uma condição séria que pode ter um grande impacto na vida da pessoa doente e das pessoas à sua volta.
A Psicologia Clínica é uma área fundamental da Psicologia que se dedica à avaliação, diagnóstico, prevenção e tratamento de dificuldades emocionais, cognitivas e comportamentais. Uma psicóloga clínica trabalha com indivíduos, casais, famílias ou grupos, ajudando-os a compreender e superar problemas que afetam o seu bem-estar psicológico e qualidade de vida.
As relações interpessoais são de um modo geral exigentes e desafiantes. As relações de casal são tudo isso e muito mais, tornando-se por vezes tão difíceis que desistir parece ser a única opção. No entanto, há algumas estratégias que podem melhorar, simplificar e muitas vezes “resolver” estas relações, apesar de em alguns momentos as situações de conflito e desentendimento fazerem parecer que já nada as pode salvar.
Muitos casais enfrentam diariamente relações difíceis, conflituosas e desgastantes, em que a ideia de desistir aparece sistematicamente. Porém, mesmo quando a harmonia e a felicidade parecem já não existir, quando o amor e o companheirismo se fundem com o ressentimento, a raiva e a frustração, ainda assim pode haver uma forma de contornar e reverter este desequilíbrio, onde os sentimentos de culpa por norma assumem lugar de destaque. Para caminhar na direção da restauração de uma relação que parece já não ter “pernas para andar”, é fundamental que os dois elementos do casal assumam as suas responsabilidades no conflito. Só reconhecendo os próprios erros é que cada um pode escolher modificar comportamentos e atitudes, o que se vai refletir na dinâmica do relacionamento e permitir que ambos fiquem novamente disponíveis para a relação.
Em primeiro lugar, comecem por impedir que os ressentimentos destruam o vosso relacionamento. Ignorar a situação causadora de conflito não irá ajudará a resolve-la. Muitas vezes, quando os conflitos são muito frequentes, os casais podem ter tendência para bloquear a comunicação, para se protegerem. No entanto, dialogar sobre as dificuldades e as divergências é fundamental para manter saudável a relação e para encontrarem respostas ou soluções. Por outro lado, é importante que ambos percebam que a crítica e o “apontar o dedo” dificilmente levam á reconciliação. Ao colocarem o foco é na pessoa e não o seu comportamento, esta irá sentir-se atacada, o que pode criar automaticamente uma barreira. Procure dizer ao seu parceiro/a como se sente com determinado comportamento ou de que forma a sua atitude perante si a/o fazem sentir. “Sinto-me triste porque não tive a oportunidade de dar a minha opinião”, em vez de “tu nunca ouves a minha opinião”.
A crítica poderá sempre existir mas apenas se for construtiva. Em conjunto com o seu parceiro/a definam um período de tempo em que as críticas não são permitidas. Durante esse período, procurem estar menos defensivos/as e procurem adotar uma comunicação mais positiva. É igualmente importante que escolham ter uma comunicação baseada na honestidade, ou seja, tenham a certeza de que falam sobre as vossas preocupações, que expressam as vossas dificuldades e que expõem os vossos sentimentos de desejos, de forma assertiva, ou seja, respeitando o ponto de vista do outro. Procurem não esconder sentimentos, nem mesmo os negativos e não confundam honestidade com vulnerabilidade ou fraqueza.
Por vezes, as discussões acontecem. Embora não seja desejável, por vezes pode haver tendência para perder o foco do problema e orientar a discussão para o ataque pessoal. Se acontecer, procurem a monitorização e o auto questionamento. “Onde é que esta minha atitude me vai levar?”, “Preciso mesmo de dizer-lhe isto?”. Evite revelar indiferença ou desprezo pelo outro, pois não vai contribuir em nada para a relação e pode ainda aumentar o desconforto. Procure pensar nas qualidades do seu parceiro/a e expresse sentimentos positivos sempre que possível. Faça um esforço para perceber o ponto de vista do outro, colocar-se “nos seus sapatos” e, mais uma vez, ser assertivo/a na comunicação.
As relações com os outros, principalmente as relações românticas, precisam que se lhes dedique tempo. Com a correria do quotidiano e as rotinas por vezes difíceis de conciliar, corremos o risco de nos esquecemos de ser simpáticos e amáveis com o parceiro/a. Pequenos gestos como, “Como correu o teu dia?” ou “O que te apetece fazer este fim-de-semana”, ou ainda “Precisas de ajuda para…?”, podem fazer a diferença. Conversar, revelar empatia pelo outro, validar a sua opinião e compreender as suas emoções, faz com que ele/a sinta que estamos ao seu lado, cúmplices e disponíveis, pode ajudar a manter o vínculo e dar significado ao casal.
Por fim, é importante que tenha a capacidade de perdoar. Perdoar não significa tolerar comportamentos ou atitudes prejudiciais ou desrespeitosas, no entanto, nas devidas situações, poderá permitir a continuidade da relação. Para seguirem o mesmo caminho, navegarem no mesmo barco, é muito importante aceitar algumas fraquezas do outro, reforçar as qualidades e procurar sempre o caminho da compreensão, tendo em vista a recuperação da harmonia e da felicidade que um dia vos juntou.
As relações pessoais são essenciais ao ser humano. Com elas podem vir as maiores alegrias, aprendizagens e partilhas. No entanto, muitas vezes são também fonte de discórdia, tensão, mágoas ou sentimentos de incompreensão. A empatia permite-nos colocar no lugar do outro e melhorar significativamente as relações, as interações e a nossa própria satisfação com os outros e com a vida.
A empatia é a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, de “calçar os seus sapatos” e o perceber emocionalmente, com o objetivo de estabelecer uma ligação profunda e verdadeira. É a capacidade de nos identificarmos com alguém e partilhar os seus sentimentos e motivações. Só consegue ser empático aquele que desenvolveu a sua inteligência emocional e que, por isso, tem a capacidade de identificar, reconhecer e lidar com os seus sentimentos e com os dos outros.
Nem todas as pessoas conseguem ser espontaneamente empáticas, porém, se quiserem podem aprender a desenvolver essa competência. Há um conjunto de características que definem uma pessoa empática, como por exemplo ser curiosa, observadora, sensível, disponível, saber escutar, ser recetiva às emoções dos outros e ter uma boa capacidade de reflexão. Algumas pessoas são naturalmente mais empáticas que outras mas esta é uma competência que se pode aprender e desenvolver ao longo da vida.
Os três principais passos para o desenvolvimento da empatia são: saber praticar a escuta ativa, evitar “frases feitas” que servem para qualquer situação e tentar pensar e sentir como a outra pessoa. O primeiro passo é sem dívida saber ouvir. Focar-se na conversa sem distrações, adotar uma postura corporal que expresse o seu interesse no outro, evitando por exemplo, cruzar os braços, não interromper o discurso da outra pessoa, fazer apenas perguntas pertinentes, clarificar o que possa não ter entendido bem e ter um interesse real no que a pessoa lhe está a dizer.
Ainda que sejam ditas com a melhor das intenções e para tranquilizar a outra pessoa, frases “cliché” como “não te preocupes”, “vai correr tudo bem” ou “isso resolve-se”, não só não ajudam, como podem criar uma barreira na comunicação impedindo que a pessoa desabafe e expresse os seus sentimentos. Do mesmo modo, os conselhos, em determinados momentos não são recomendados uma vez que podem ser entendidos como um sermão ou uma verdade absoluta. Quando não sabemos o que dizer, o melhor mesmo é não dizer nada, nunca esquecendo que saber ouvir pode ser a melhor ajuda a dar naquele momento.
Pensar e sentir como a outra pessoa, é o terceiro passo para a empatia mas sem dúvida o mais difícil e desafiante. Colocarmo-nos no lugar do outro, perceber a sua perspetiva e procurar compreender e aceitar os seus sentimentos e emoções, pode exigir um enorme esforço da nossa parte. Tendemos a tirar conclusões ou fazer julgamentos sobre o que está a ser dito ou sobre o que está a acontecer, com base no nosso sistema de crenças, história de vida e expectativas. Porém, para sermos empáticos, é fundamental que deixemos de acreditar que os outros devem viver como nós e agir como achamos conveniente, aceitando a diferença, e, se possível, aprendendo com ela.