Verão, Férias e Psicopatologia: Uma relação mais complexa do que se possa pensar

O verão, frequentemente associado à leveza, ao descanso e ao bem-estar, é para muitos um período aguardado com entusiasmo. Contudo, esta estação, marcada por alterações de rotinas, exposição prolongada ao calor e maior pressão social para se “ser feliz”, pode ter efeitos contraditórios sobre diversas psicopatologias. De facto, longe de ser um antídoto universal para o sofrimento psíquico, o verão e as férias podem intensificar ou até desencadear certas condições clínicas, revelando uma relação mais complexa entre o ambiente sazonal e a saúde mental.

Comecemos por considerar as perturbações do humor. Existe um fenómeno bem documentado que é a perturbação afectiva sazonal, geralmente associada ao inverno, mas que, em menor grau, pode também manifestar-se no verão. A chamada “depressão de verão” caracteriza-se por insónia, irritabilidade, ansiedade e perda de apetite, contrastando com a forma invernal, mais marcada por letargia e hiperfagia (Rohan et al., 2009). As causas são ainda pouco compreendidas, mas sabe-se que fatores como a alteração dos ritmos circadianos, a exposição intensa à luz solar e o calor extremo podem contribuir para um desequilíbrio neurobiológico.

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A Influência do Verão no Humor e na Saúde Emocional

A relação entre o sol, o verão e o bem-estar psicológico tem sido objeto de crescente interesse na área da psicologia. À medida que os dias se tornam mais longos, as temperaturas mais amenas e a exposição à luz solar mais frequente, muitas pessoas relatam melhorias significativas no humor, na energia e na motivação. Esta ligação entre o clima e o estado mental não é apenas uma percepção popular, está suportada por diversas evidências científicas que demonstram os efeitos positivos do sol e da estação estival na saúde mental.

Em primeiro lugar, a exposição à luz solar promove a produção de vitamina D, essencial para o bom funcionamento do organismo e associada a uma menor prevalência de sintomas depressivos. A deficiência desta vitamina tem sido correlacionada com um aumento do risco de depressão, particularmente nos meses de inverno, quando a incidência de luz natural é mais reduzida. O verão, ao proporcionar uma maior quantidade de luz solar direta, contribui assim para a regulação de processos fisiológicos que influenciam o humor (Holick, 2007).

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