A avaliação psicológica deve contemplar um leque tão alargado quanto possível de testes, técnicas e informadores. Em psicologia pediátrica, o teste do Desenho de Família de Corman é um dos mais utilizados, não só pela facilidade da sua aplicação como também pela boa recetividade que tem por parte das crianças e também pela riqueza da informação que esta técnica permite.
O teste do Desenho de Família de Corman é um teste gráfico que tem como finalidade a exploração do funcionamento interno da criança, da sua perceção em relação à família, do lugar que ocupa na mesma, do relacionamento com os diversos elementos que a constituem e do modo como os vários elementos se relacionam entre si, entre outras dimensões passíveis de serem avaliadas. A técnica consiste em solicitar à criança que desenhe uma família e não a sua família: “Imagina uma família e desenha-a”. No decorrer do teste, o examinador, habitualmente um psicólogo, vai registando alguns pontos como a orientação do desenho, a posição da folha de papel, o detalhe, a ordem em que as várias personagens aparecem no desenho, a duração da tarefa, a firmeza do traço, o tamanho dos desenhos mas também a linguagem verbal e não-verbal da criança durante a prova assim como as suas verbalizações.
Quando a criança dá o desenho por terminado, é-lhe feito um conjunto de perguntas que conduzem à descrição do desenho e dos vários elementos nele representados. Questões como quem são, que idade têm, o que estão a fazer ou quem é o mais simpático, são exemplos do inquérito que constitui a segunda parte da prova. Analisando esta prova, é possível perceber as dificuldades de adaptação ao meio familiar, os conflitos parentais, as relações de fratria, etc.. Além do mais, reflete o desenvolvimento intelectual da criança e a sua maturidade, embora não seja o mais relevante ou preciso. É uma técnica de exploração dos afetos da criança das mais reconhecidas dentro das provas projetivas.