Qualidade de vida

O conceito de qualidade de vida tem vindo a ser referenciado desde a segunda metade do século XX e aplicado em diversos contextos, desde a saúde, a política ou o meio académico, entre outros, no sentido de se poder “medir” os níveis de vida das diversas populações mundiais. Nos dias de hoje, este conceito tem ainda uma definição imprecisa, no entanto, com toda a subjetividade que encerra, o conceito de qualidade de vida tem assumido um cada vez maior relevo, quando se fala de saúde e bem-estar.

Inicialmente, a investigação associava a qualidade de vida a um conceito quantitativo, ligado principalmente aos recursos materiais disponíveis para um sujeito ou sociedade. Com o passar do tempo, esta associação foi perdendo alguma força e passou a haver uma tendência para se entender a qualidade de vida através de uma abordagem mais ampla e integrativa. Assim, a Organização Mundial da Saúde (OMS) propôs atribuir uma natureza multifatorial a e pluridimensional a este conceito. Deste modo, passou a medir-se a qualidade de vida em termos de saúde física, saúde mental, nível de independência, qualidade das relações sociais e ambiente. Trata-se de uma perspetiva global e abrangente, que leva em consideração as várias dimensões do ser humano, na determinação dos níveis de qualidade de vida de cada indivíduo.

Entendendo o conceito como a sensação de bem-estar do indivíduo, este baseia-se tanto em fatores subjetivos, mais difíceis de quantificar e comparar, como objetivos, mais palpáveis e específicos. Deste modo, alguns autores consideram a qualidade de vida como uma condição complexa e multifatorial sobre a qual é possível desenvolver algumas formas de medidas objetivas, através de uma série de indicadores. Porém, a experiência que o indivíduo tem de si mesmo, tem também um papel muito significativo. O facto de o indivíduo ter recursos materiais ótimos de sobrevivência, não é garantia de que o seu nível de qualidade de vida seja elevado, uma vez que o que a determina, é a forma e a capacidade do indivíduo em perceber e se apropriar dessas condições e de outras. A própria conjuntura política ou cultural, influenciam a forma como o indivíduo percebe a sua vivência e a classifica como mais ou menos satisfatória.

Maslow, ao construir a sua pirâmide das necessidades, cujos sistemas de necessidades podem ser tomados também como parâmetros de promoção da qualidade de vida, defende que uma vez satisfeitas as necessidades relacionadas à simples sobrevivência (fisiológicas), outros grupos de necessidades dominariam o indivíduo hierarquicamente (segurança, amor, estima, etc.), fazendo-o avançar nas suas condições de bem-estar. Assim, conclui-se que a qualidade de vida se eleva através de uma escala de valores que avança desde a satisfação das necessidades básicas do ser humano, em direção ao sentimento de bem-estar subjetivo e social, levando a uma definição possível como sendo a condição biopsicossocial de bem-estar, relativa a experiências humanas objetivas e subjetivas e considerada dentro das particularidades individuais e sociais de cada caso particular. Trata-se de uma definição de caráter contextual, devendo ser entendida dentro das especificidades de cada situação, e multidimensional, considerando os vários determinantes da condição humana.

A intervenção psicológica tem múltiplos objetivos, porém visa sempre o aumento da qualidade de vida do indivíduo. Neste contexto, as ações dirigidas à saúde em particular, adquirem grande relevância. Uma boa saúde é o melhor recurso para o progresso pessoal, económico e social, sendo uma dimensão muito importante da qualidade de vida. Se compreendermos a saúde como elemento fundamental no conjunto de condições indispensáveis à qualidade de vida, a sua promoção deve ser uma prioridade. Um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença, potencia a elevação da qualidade de vida do indivíduo.

Cuide da sua saúde física e mental. Ambas concorrem para o aumento dos seus recursos, quer materiais e palpáveis, quer subjetivos e particulares, que farão de si uma pessoa com maior qualidade de vida e consequentemente, uma pessoa mais feliz!

A família e o desenvolvimento da criança

Família e criançasO desenvolvimento saudável da criança pressupõe a satisfação das suas diversas necessidades básicas. Desta forma a criança terá uma favorável adaptação aos vários contextos em que se movimenta. A família assume assim um papel fundamental enquanto contexto de interações privilegiadas por proximidade física e afetiva.

Na infância, a criança ainda não adquiriu todas as competências e capacidades necessárias à satisfação das suas necessidades básicas, à sua autonomia e ao equilíbrio do seu desenvolvimento. Deste modo, é na família, principalmente nos pais, que a criança encontra o seu suporte. Em parte, são as competências parentais que vão determinar o curso do desenvolvimento da criança e da sua adaptação ao mundo. A saúde, a educação, o autocuidado, o desenvolvimento afetivo, a identidade, os relacionamentos familiares e sociais, são as dimensões definidas como fundamentais para o desenvolvimento favorável da criança. Continue a ler “A família e o desenvolvimento da criança”

A pirâmide das necessidades

NecessidadesSe comer, dormir e respirar são três das necessidades básicas do Homem, estas referem-se apenas a necessidades fisiológicas. No entanto, há outras necessidades nas quais nem sempre pensamos como sendo básicas e essenciais ao funcionamento do ser humano, mas que são importantes e sem as quais não poderá haver equilíbrio, harmonia e plena satisfação com a vida.

Na década de 50 do século passado, o psicólogo norte-americano Abraham H. Maslow teorizou acerca desta temática e criou a Pirâmide de Maslow ou a Hierarquia das Necessidades, tendo como objetivo determinar o conjunto de condições necessárias ao Homem, para que este possa alcançar a satisfação com a vida, quer a nível pessoal como profissional ou social. O autor considera a organização das necessidades de forma hierárquica, ao defender que estas se agrupam conforme o grau de importância e urgência na sua satisfação. Continue a ler “A pirâmide das necessidades”