A ansiedade é uma resposta emocional e fisiológica orientada para a antecipação de ameaça, frequentemente acompanhada por respostas fisiológicas de ativação , hipervigilância e padrões de pensamento caracterizados por preocupação persistente.
No contexto clínico, a Teoria Cognitivo-Comportamental (TCC) conceptualiza a ansiedade como resultado da interação entre processos cognitivos, comportamentais e fisiológicos que mantêm o ciclo de ameaça e evitamento. Entre os fenómenos cognitivos mais comuns associados à ansiedade encontram-se os pensamentos intrusivos: conteúdos mentais involuntários, repetitivos e frequentemente angustiantes, que surgem sem intenção consciente e que tendem a ser interpretados como indicadores de risco, falha pessoal ou perda de controlo.
O perfeccionismo, frequentemente valorizado numa sociedade orientada para o desempenho, é muitas vezes confundido com rigor, competência ou motivação para alcançar padrões elevados. Contudo, do ponto de vista da Psicologia Cognitivo-Comportamental (PCC), o perfeccionismo constitui um conjunto de crenças rígidas e exigências internas que pode comprometer significativamente o bem-estar emocional, o funcionamento interpessoal e o rendimento académico ou profissional. Longe de ser apenas “gostar de fazer bem”, o perfeccionismo envolve uma relação disfuncional com o erro, com a autoavaliação e com a perceção de valor pessoal.
A PCC conceptualiza o perfeccionismo como um padrão cognitivo caracterizado por pressupostos condicionais e regras absolutistas do tipo: “Tenho de acertar sempre”, “Se falhar, significa que não sou capaz”, ou “Os outros só me valorizam se eu fizer tudo na perfeição”. Estas crenças, aprendidas ao longo da vida, frequentemente em contextos familiares muito exigentes, ambientes competitivos ou experiências precoces de crítica, tornam-se esquemas orientadores do comportamento. A pessoa passa a interpretar o mundo através de um filtro que associa erro a fracasso pessoal, e desempenho a validação. O resultado é um ciclo constante de autoavaliação negativa, hipervigilância em relação a falhas e evitamento de situações onde exista risco de imperfeição.
As férias de verão, tradicionalmente encaradas como um período de descanso e convívio familiar, podem paradoxalmente tornar-se fonte de tensão e conflito nas relações conjugais. Embora a expectativa de qualidade de tempo juntos seja elevada, a experiência real pode revelar vulnerabilidades relacionais, exacerbadas por alterações bruscas de rotina, aumento de tempo em coabitação e diferenças nas expectativas pessoais. A psicologia cognitivo-comportamental (PCC), enquanto modelo terapêutico amplamente validado cientificamente, oferece uma lente útil para a compreensão estas dificuldades e propõe estratégias eficazes de intervenção.
O Dia dos Namorados, celebrado a 14 de fevereiro, é frequentemente associado ao romantismo, às demonstrações de afeto e à valorização das relações amorosas. No entanto, do ponto de vista da Psicologia Cognitivo-Comportamental (PCC), esta data pode ter impactos variados na saúde mental, dependendo das crenças e dos esquemas cognitivos de cada pessoa.
A PCC baseia-se na ideia de que os nossos pensamentos influenciam as nossas emoções e comportamentos. Assim, o Dia dos Namorados pode ser interpretado e vivenciado de formas diferentes consoante as cognições individuais. Para algumas pessoas, a data reforça sentimentos de felicidade e segurança emocional, enquanto para outras pode desencadear ansiedade, tristeza ou frustração.
A síndrome do impostor relaciona-se com a avaliação que cada um faz de si próprio e do seu desempenho. Refere-se a um sentimento de descrença no seu valor, mesmo quando confrontado com provas da sua competência em tarefas bem-sucedidas.
A síndrome do impostor tem a ver com a forma como nos avaliamos a nós próprios, bem como a forma como avaliamos o nosso desempenho. Muitas vezes, quando temos um bom desempenho em determinada tarefa, acabamos por atribuir as responsabilidades do sucesso a fatores externos, não conseguindo aceitar que o sucesso tem a ver principalmente com a qualidade do nosso trabalho. Algumas pessoas com síndrome do impostor, avaliam-se a si mesmas como uma “fraude”, chegando mesmo a recear serem descobertas, sem que verdadeiramente haja motivo para tal. É como se não aceitassem como válidas as suas capacidades e duvidassem das suas competências.
Alguém que sofre da síndrome do impostor pensa frequentemente que se fez algo bem, foi porque teve sorte e não porque se esforçou ou se preparou bem para a tarefa, chegando mesmo a pensar que numa próxima vez, as coisas não irão correr tão bem. No fundo trata-se de uma falta de confiança e de uma perceção distorcida da sua autoeficácia.
Os sintomas mais frequentes da síndrome do impostor estão relacionados com o pensamento, havendo um medo recorrente de se ser descoberto como fraude. Outro sintoma comum é o estabelecimento de comparações com os outros, acreditando que estes são mais inteligentes e capazes. A imagem idealizada daquilo que é suposto atingir numa situação, é outra característica destes indivíduos, que acabam por nunca ficar satisfeitos com o resultado final do seu trabalho, por consideraram que não está suficientemente bom. A síndrome do impostor faz ainda com que a pessoa tenha uma tendência para se escusar de receber elogios, lidando mal com os mesmos, por acreditar que o sucesso não é por responsabilidade sua. Esta situação poderá também conduzir a problemas de ansiedade.
Foram identificados alguns fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da síndrome do impostor, sendo eles a baixa autoestima ou os elevados padrões de exigência durante a infância, como por exemplo a exigência por parte dos pais por notas máximas em provas escolares, ou até por um comportamento social exemplar. Quando sistematicamente o indivíduo sente que estava aquém do que esperavam dele, ou isso estava implícito na cultura familiar, este vai achar que é insuficiente e que nunca vai conseguir fazer suficientemente bem, originando ansiedade (variável de pessoa para pessoa) e dependência da validação externa.
O primeiro passo para ultrapassar o mal-estar provocado pela síndrome do impostor é a tomada de consciência. Há que separar a realidade, daquilo que são pensamentos disfuncionais e emoções por eles geradas. Há que conseguir perceber que é necessário alterar a perceção que se tem da realidade, isto é, pensar que a função que se desempenhou e que foi elogiada, estava de facto bem conseguida, graças às capacidades e empenho do próprio e não a fatores como a sorte. Há ainda que ajustar as espectativas e refletir acerca do que se é e do que se pretende ser, no sentido de evitar a frustração. O apoio das pessoas significativas pode ser determinante neste trabalho de aceitação de si e também do erro, uma vez que este faz parte de qualquer processo.
O apoio psicológico pode ajudar na necessária reestruturação cognitiva, orientando e acompanhando o processo de mudança!