A Importância Psicológica do Dia da Mãe

O Dia da Mãe é, para muitos, uma data carregada de afetos, memórias e gratidão. Celebrado em Portugal no primeiro domingo de maio, este dia presta homenagem à figura materna — símbolo de cuidado, proteção e amor incondicional. No entanto, do ponto de vista psicológico, a maternidade (e a relação com a mãe) é um tema bem mais complexo e profundo do que o gesto de oferecer flores ou um cartão.

Desde cedo, a mãe — ou a figura cuidadora principal — desempenha um papel central no desenvolvimento emocional da criança. A teoria do apego, desenvolvida por John Bowlby, sublinha a importância das primeiras relações na construção da segurança emocional e da capacidade de estabelecer vínculos saudáveis ao longo da vida. Um apego seguro com a mãe está associado a uma maior autoestima, melhor regulação emocional e relações interpessoais mais estáveis.

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Compreender a Ansiedade de Separação nas Crianças

A ansiedade de separação é uma reação emocional comum nas crianças, caracterizada pelo medo e desconforto intensos ao serem afastadas dos pais ou das suas figuras de referência.

Este comportamento é especialmente frequente em crianças pequenas, geralmente entre os seis meses e os três anos de idade, quando o desenvolvimento emocional e cognitivo ainda está em formação. Este tipo de ansiedade pode ser indicador de um desenvolvimento saudável, pois representa o vínculo forte que a criança possui com os cuidadores, essencial para a sua segurança e bem-estar. No entanto, quando a ansiedade se torna exagerada ou persiste em idades mais avançadas, pode indicar uma perturbação de ansiedade de separação, que requer atenção.

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Perturbação Dissociativa da Personalidade

A Perturbação Dissociativa da Identidade (PDP) surge recentemente na literatura e envolve uma controvérsia associada principalmente à dificuldade na definição do termo dissociação. Entre outras formas, a dissociação pode ser descrita como uma falha na integração de dois ou mais diferentes sistemas de ideias e funções que constituem a personalidade.

O fenómeno dissociativo movimenta-se num espectro que vai desde a dissociação não patológica (ex. sonhar acordado ou estar intensamente focado numa tarefa) até à Perturbação Dissociativa da Personalidade, esta sim uma patologia do foro mental, habitualmente associada a experiências traumáticas. O processo dissociativo implica a alteração de um estado de consciência que não é organicamente induzida. Ou seja, envolve uma alteração temporária ou a separação de processos mentais que em situação normal estariam integrados. Segundo Bultler (2004), a natureza dos processos dissociativos normativos cinge-se a uma intensa concentração e envolvimento cognitivo em alguns aspetos da consciência, em detrimento de outros componentes. O grau de dissociação oscila num continuum desde os processos normativos e transitórios, decorrentes do dia-a-dia, até aos processos de dissociação patológicos, classificados como crónicos e severos.

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