É comum ouvirmos dizer que a idade nos traz sabedoria mas afinal o que é isso de se ser sábio?
É possível definir-se sabedoria como a capacidade de se ter aprendido com a experiência, de ter ideias e de ter em conta diferentes pontos de vista. A sabedoria relaciona-se com o conhecimento interpessoal e intrapessoal do indivíduo e com a riqueza e complexidade de informação a que vai sendo exposto ao longo do seu ciclo de vida.
Ser sábio é ter um tipo de pensamento flexível, conseguir ver e entender diferentes perspectivas de uma única situação mas é também ter a capacidade de usar o humor para equilibrar as emoções, a capacidade de relativizar e de lidar com as situações difíceis de forma menos penosa.
Os mais velhos e as emoções
De um modo geral, os indivíduos mais velhos expressam o seu sentir de uma forma mais controlada e têm tendência a valorizar mais as emoções positivas do que as negativas, o que tem sem dúvida um efeito adaptativo. Tendem a recuperar as capacidades de resiliência para fazerem face às situações de stresse. Apesar das vicissitudes, descrevem a sua vida de forma mais positiva, e procuram preservar a valorização dos aspectos afectivos com os seus cuidadores.
A androginia no processo de envelhecimento
Com o avançar da idade e por vezes de maior dependência, parece haver por parte dos homens, a descoberta do mundo dos afectos e de formas adaptativas tendencialmente mais atribuídas às mulheres. Estas, numa idade mais tardia e por vezes associada à perda do companheiro, deparam-se frequentemente com a descoberta do mundo das competências, da assertividade e do controlo dos outros, formas adaptativas ditas masculinas.
A história de um indivíduo serve como orientação para a sua compreensão. O efeito cumulativo de experiências ao longo da vida acaba por determinar a forma de estar do mais velho.
Será então que a idade nos traz mesmo sabedoria ou será Ernest Hemingway um verdadeiro sábio ao escrever “A sabedoria dos velhos é um grande engano. Eles não se tornam mais sábios, mas sim mais prudentes”?