A inteligência emocional é a capacidade que cada um de nós tem para identificar as suas próprias emoções (raiva, zanga, frustração, alegria, surpresa, tristeza, etc.) e de as conseguir gerir e controlar de modo a poder pensar de forma clara, conter a impulsividade e tomar as melhores decisões. É ainda a nossa capacidade de reconhecer as emoções dos outros, ou seja, de se conseguir colocar no lugar do outro.
A Inteligência emocional é fundamental para que o indivíduo se possa conhecer a si mesmo e compreender os outros ao mesmo temo que pode fazer de nós seres altruístas, empáticos, com facilidade nos relacionamentos sociais e que evitam o conflito. Reconhecer as nossas próprias emoções, significa identificar o que sentimos e ter a capacidade de o expressar de forma adequada. Por exemplo, se conseguirmos utilizar um sentimento de zanga, em benefício de algo que está a funcionar mal e em consequência da nossa acção, a situação melhorar, isso é ser emocionalmente inteligente. Pelo contrário, se sentirmos raiva e usarmos esse sentimento para agredir ou destruir algo, nada vai melhorar e o problema que despoletou esse sentimento possivelmente vai permanecer ou até mesmo piorar.
A inteligência emocional relaciona-se com o autoconhecimento, autocontrolo e expressividade, e pode ser treinada. O autoconhecimento pressupõe uma percepção clara da nossa personalidade, onde estão incluídas as forças, as fraquezas, as crenças, as nossas motivações e emoções – o nosso modo de pensar e de funcionar.
O autocontrolo ou equilíbrio emocional tem a ver com o modo como nos regulamos a nós mesmos, com a nossa capacidade de controlar os impulsos para que eles não sejam expressos através da fala ou de acções, com a intenção de diminuir o impacto externo que essa expressão não controlada poderia provocar. A comunicação não-verbal é a base para a expressão de emoções, mas, na maioria das situações, é também necessária a capacidade de explicar, com verbalizações coerentes e de forma assertiva, o que sentimos e desejamos transmitir ao outro. Uma pessoa emocionalmente inteligente é ou pode ser uma pessoa socialmente competente.
As competências sociais referem-se à nossa capacidade, auto-avaliada ou avaliada por terceiros, em revelar um desempenho que garanta simultaneamente: a concretização dos objectivos de uma situação interpessoal, a manutenção ou melhoria da sua relação com o interlocutor, onde se inclui a busca de equilíbrio do poder e das trocas nessas relações, a manutenção ou melhoria da auto-estima e a manutenção ou aumento dos direitos humanos socialmente definidos (Del Prette, 1996).
As competências sociais podem ser aprendidas e treinadas de forma a nos tornarmos pessoas com melhores habilidades relacionais, logo, mais facilmente adaptáveis aos nossos vários contextos de vida. O treino de competências sociais pode ter utilidade em várias situações: dificuldade na adaptação ao contexto escolar ou de trabalho, dificuldade em estabelecer relacionamentos, problemas de solidão ou isolamento, baixa autoestima e autoconfiança, conflitos ou problemas emocionais, comunicacionais ou comportamentais que possam afectar as relações com os outros.