Crianças e adolescentes online: como proteger?

Com a abrangência da internet e a diversidade de dispositivos à qual se pode aceder, as crianças e os adolescentes desta era digital, têm ao seu dispor plataformas e conteúdos, a qualquer hora e a partir de qualquer lugar. Queremos acreditar que na maioria dos casos, a ligação à internet proporciona oportunidades positivas e benefícios, no entanto, sabemos que oferece também riscos, aos quais devemos estar muito atentos.

A internet permite que estejamos ligados ao mundo, com tudo o que isso tem de positivo, mas também de negativo. Se por um lado, as crianças e adolescentes podem utilizar a internet para estudar, pesquisar e adquirir conhecimento, comunicar com os amigos, jogar e fazer atividades em grupo, partilhar fotos, enfim, um sem número de possibilidades de interação e socialização, por outro lado, têm também a possibilidade de “cair em armadilhas” que os podem conduzir a situações de perigo, que no limite, podem por em causa a sua integridade física e moral. A violência e os conteúdos de cariz sexual, são exemplos de riscos aos quais as crianças e jovens podem estar expostos através do acesso à internet, podendo estes ser alvo de exploração e abusos.

A revolução tecnológica e as redes sociais, constituem um desafio para pais e educadores, uma vez que cabe a estes alertar, proteger e monitorizar os mais novos, na utilização que estes fazem da internet. Como tal, e como resposta a este desafio, a eficaz comunicação entre pais, filhos e outros educadores é cada vez mais importante. Uma comunicação aberta com crianças e jovens, o alertar para os diversos tipos de perigos e o envolvimento nas suas atividades, são fundamentais para a sua proteção. Isto pressupõe envolver-se nas atividades da criança/adolescente, mostrando interesse pelas mesmas, pedindo explicações quanto ao seu funcionamento e objetivo e mantendo-se alerta para situações que possam ser excessivas, como por exemplo o tempo que os mais novos passam em atividades desse tipo.

É imperativo que os pais protejam ativamente a reputação e identidade dos seus filhos menores, para que estes não caiam em redes de abuso, exploração ou chantagem. Há que transpor as competências parentais para o universo online. A supervisão parental implica uma atenção e cuidado constantes. No caso de crianças até aos 8 ou 9 anos, o tempo que passam online deverá ser controlado e acompanhado, de modo a que um adulto possa avaliar a sua adequação, bem como a dos conteúdos visionados, e ter a possibilidade de “filtrar” o que não é próprio ou benéfico. Os pais não se devem limitar a proibir e a impedir o acesso a determinados sites ou interações, devem também explicar e dialogar sobre o assunto, de modo a esclarecer dúvidas que a criança possa apresentar. Por outro lado, a utilização de antivírus, filtros parentais e um nível elevado nas definições de privacidade, pode ser uma ajuda para impedir o acesso das crianças a informação desadequada e perigosa.  

As crianças mais velhas, até aos 12 ou 13 anos, continuam a necessitar da orientação parental na sua utilização da internet. A promoção do diálogo entre pais e filhos, dá a estes a possibilidade de utilizarem as tecnologias de modo seguro e responsável. Proibir o acesso à internet, é uma vez mais uma estratégia orientada para o fracasso, pois eles irão fazê-lo de qualquer forma, com os seus dispositivos ou com os dos amigos, sem o conhecimento do pais, o que envolve maiores riscos. Os pais devem ensinar os jovens a salvaguardar a sua identidade e privacidade online, sem nunca partilharem informação pessoais identificáveis como moradas, números de telefone ou nomes completos. Devem também ensinar como podem bloquear e/ou denunciar pessoas. Estabelecer laços de confiança permitirá que as crianças/jovens peçam ajuda se se virem envolvidos em alguma situação insegura ou violenta.

Os adolescentes mais velhos, embora possam dominar as tecnologias como ninguém, também não estão isentos de risco na sua utilização da internet, uma vez que esta é tendencialmente maior. De qualquer forma, os pais devem procurar fazer um “acordo familiar” sobre a utilização das tecnologias, no sentido de os encorajar a fazerem um uso equilibrado das mesmas. É muito importante ficar atento a sinais de alarme que o adolescente possa apresentar, principalmente durante ou após a sua utilização. Sintomas como irritabilidade, agitação, expressão de raiva, ou, pelo contrário, isolamento, podem indicar que algo se está a passar e que o jovem não está a saber lidar com o problema. As mudanças de comportamento observadas, devem ser discutidas em família, para que o adolescente possa ser ajudado a ultrapassar qualquer questão que o esteja a perturbar. Em casos mais graves, ou quando a relação pais-filho não está no seu melhor, o apoio de outro familiar, amigo, professor ou profissional de saúde, pode ser necessário.

A internet e as tecnologias a ela associadas oferecem uma diversidade de possibilidades que apoiam o desenvolvimento infantojuvenil. Podem ter inúmeros benefícios, aprendizagens e muita diversão, porém, também envolvem muitos riscos. Cabe á comunidade adulta dos diversos contextos onde as crianças e jovens se movimentam, zelar pelo seu bem-estar digital e pela sua segurança. Fique atento! Tempo e conteúdos são dois tópicos que têm que ser regulados e supervisionados.

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