Burnout ou exaustão emocional

Para uma boa parte dos adultos, a profissão e o trabalho são fonte de grande satisfação e realização pessoal. No entanto, em algumas situações, pode revelar-se igualmente uma fonte de experiências stressantes e de enorme desgaste emocional.

Atualmente, as exigências profissionais e as condições de trabalho nem sempre são compatíveis, ou seja, exige-se mais trabalho, em menos tempo, com menos recursos humanos ou mesmo materiais, o que pode desencadear nos indivíduos sentimentos de insegurança e de instabilidade. Decorrente desta realidade torna-se cada vez mais frequente identificar nos trabalhadores, níveis baixos de satisfação no trabalho, problemas de saúde, elevado absentismo, menor produtividade e consequentemente um aumento dos custos económicos para a sociedade em geral.

O stresse ocupacional crónico, também denominado Burnout, destaca-se de entre os riscos psicossociais que emergem na sociedade atual. Este é constituído por um conjunto de sintomas, que surgem na sequência de uma exposição prolongada no tempo, ao stresse ocupacional. Algumas profissões são particularmente vulneráveis a estas situações, nomeadamente as relacionadas com a saúde e o cuidar, como é o caso de médicos, psicólogos, enfermeiros, entre outros. Os sintomas de Burnout têm vindo cada vez mais a aparecer nestes grupos profissionais, que á partida podiam não ser considerados de risco, por envolverem tarefas vocacionais e gratificantes para os próprios. Contudo, parece verificar-se um aumento de casos neste tipo de profissões e em indivíduos sem patologia prévia e com personalidades aparentemente ajustadas e equilibradas.

Alguns autores consideram que as principais fontes de Burnout são a carga excessiva no trabalho (trabalho mais intensivo, mais complexo e que exige mais tempo), a falta de controlo, os baixos salários, a falha na equidade e na justiça, a fadiga e fragmentação das relações interpessoais e o conflito de valores. Todos estes fatores prolongado no tempo, contribuem para a exaustão emocional e física.

O Burnout pode definir-se como uma síndrome de cansaço físico e emocional, que conduz a uma falta de motivação para o trabalho, levando a um progressivo sentimento de inadequação e fracasso. É devido essencialmente ao stresse crónico, associado à falta de condições no trabalho e às exigências das tarefas. O Burnout pode ser uma consequência do conflito de papéis e da falta de suporte social por parte dos colegas e superiores hierárquicos, mas também resultado da combinação de uma longa e persistente exaustão emocional, fadiga física, falta de envolvimento no trabalho e baixa realização pessoal.

Assim, o Burnout envolve 3 dimensões: a exaustão emocional acompanhada de esgotamento físico e pela sensação de não poder dar mais de si aos outros, a despersonalização, ou seja, a diminuição do grau e da intensidade das relações com os outros, e a redução de realização pessoal, que se traduz por um sentimento completo de inadequação pessoal e profissional no local de trabalho e na incapacidade para responder ao que lhe é pedido.

Se se revê em algum ou em vários destes sintomas, talvez seja o momento de procurar apoio psicológico…

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