Autoconhecimento e Autoconfiança: um Possível Caminho para a Aceitação Emocional

Muitos dos pedidos de ajuda que chegam à consulta de psicologia clínica, incluem as dificuldades do foro emocional, particularmente no que se refere a sentimentos de medo e ansiedade. Muitos pacientes têm grande dificuldade em experienciar e conviver com as suas experiências emocionais mais intensas e disfuncionais, pois estas vêm acompanhadas de desconforto ou até mesmo de intenso sofrimento emocional (e físico).

Uma vida ao serviço do desejo de não sentir ansiedade nem medo, especialmente quando regrada de forma rígida e inflexível, pode ter um impacto muito limitador, sendo possível que esse modo de operar defina de forma extensiva, a vida dos pacientes que chegam ao consultório à procura de ajuda” (Lucena-Santos, Pinto-Gouveia & Oliveira, 2015). Entendendo o autoconhecimento como a capacidade do indivíduo para se conhecer a si mesmo e ao seu padrão de funcionamento psicológico, é ele que possibilita o aperfeiçoamento de todas as outras competências psicológicas. “ (…) O autoconhecimento posiciona realisticamente o indivíduo no momento presente, conectando-o ao seu histórico de experiências, no qual tem origem o seu repertório comportamental, que atualmente pode exibir” (Poubel & Rodrigues, 2018). Neste sentido, um indivíduo com maturidade e realismo no que se refere ao autoconhecimento, estará em melhores condições de perceber, descrever e escolher os seus comportamentos atuais e futuros, tornando-se num agente mais ativo da sua própria história.

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Psicologia, Bem-Estar Emocional e Qualidade de Vida

O bem-estar emocional é um estado de equilíbrio que envolve a capacidade de lidar de forma eficaz com as emoções e com os desafios do dia a dia, contribuindo para uma vida mais plena e satisfatória. A psicologia desempenha um papel fundamental neste processo, oferecendo ferramentas e conhecimentos que favorecem o desenvolvimento do autoconhecimento e a adoção de estratégias adequadas à promoção da saúde mental.

Os psicólogos e as psicólogas são os profissionais de saúde capacitados para realizar uma avaliação detalhada do estado emocional do indivíduo, identificando os principais fatores que possam ter impacto no seu bem-estar, bem como avaliar no sentido de identificar a presença de doença mental Através dessa avaliação, é possível compreender melhor de que forma o stresse, os conflitos internos, as dificuldades emocionais e até o padrão de funcionamento psicológico podem afetar a qualidade de vida da pessoa. A avaliação psicológica permite também a identificação de padrões de pensamento e de comportamento, que podem contribuir para a manutenção de problemas emocionais ou até mesmo para o desenvolvimento de psicopatologia.

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Outubro: Mês da Saúde Mental

O mês de Outubro está marcado como o Mês da Saúde Mental, sendo um período dedicado à conscientização e ao diálogo sobre a importância do bem-estar psicológico. No dia 10 de outubro, celebra-se o Dia Mundial da Saúde Mental, data promovida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde 1992, com o objetivo de aumentar a compreensão sobre as perturbações mentais e reduzir o estigma que muitas vezes impede as pessoas de procurarem ajuda.

A saúde mental vai para além da ausência de patologia, sendo definida como um estado de equilíbrio e bem-estar emocional, psicológico e social. A falta de saúde mental afeta a forma como pensamos, sentimos e agimos no nosso dia-a-dia. Problemas como depressão, ansiedade e stresse, podem ter um impacto profundo na nossa qualidade de vida e nas nossas relações pessoais e profissionais. Assim, é essencial promover a literacia em saúde, nomeadamente em saúde mental, no sentido de aumentar a conscientização e o cuidado com a mente de forma contínua, especialmente num mundo que tem enfrentado desafios como a pandemia, as crises económicas e as pressões sociais.

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Gestão da ansiedade: exercícios simples e eficazes

A ansiedade faz parte das nossas vidas. Até certo ponto é adaptativa e protetora, contudo por vezes parece querer tomar conta de nós. Lidar com a ansiedade pode ser bastante desafiante, mas existem vários exercícios práticos que podem ajudar a aliviar os seus sintomas. Aqui estão algumas técnicas que poderá experimentar:

1. Respiração Controlada

 Sente-se ou deite-se num lugar confortável. Inspire lentamente pelo nariz, contando até 4. Sustenha a respiração por 4 segundos, depois expire lentamente pela boca, contando até 4 novamente. Faça 5 a 10 repetições até se sentir mais relaxado. A respiração profunda ativa o sistema nervoso parassimpático, ajudando a acalmar o corpo e a mente.

2. Atenção Plena (Mindfulness)

Concentre-se no momento presente. Observe os seus pensamentos e sensações corporais sem os julgar. Poderá praticara atenção plena durante qualquer atividade do seu dia-a-dia, como ao lavar a louça ou caminhar, focando-se totalmente na experiência. A prática de mindfulness ajuda a diminuir o stresse e as preocupações com o futuro, trazendo a mente de volta ao momento presente.

3. Exercício de Ancoragem

Quando sentir ansiedade, foque-se em cinco coisas que você possa ver, quatro que possa tocar, três que possa ouvir, duas que possa cheirar e uma que possa saborear. Este exercício pode ajudar a desviar a atenção dos sintomas da ansiedade, conectando-o ao seu ambiente imediato e ao momento presente.

4. Atividade Física

Dedique pelo menos 20-30 minutos do seu dia a atividades físicas moderadas, como caminhar, correr, fazer yoga ou outras da sua preferência. O exercício físico liberta endorfinas, que são neurotransmissores que melhoram o humor e reduzem o stresse.

5. Técnica do Caderno

Anote as suas preocupações ou pensamentos ansiosos num caderno ou no bloco de notas do seu telemóvel. Depois, escreva possíveis soluções ou reinterpretações mais positivas acerca desses mesmos pensamentos. Escrever ajuda a organizar os pensamentos e pode proporcionar uma sensação de alívio ao expressar aquilo que está a sentir.

6. Relaxamento Muscular Progressivo

Sente-se ou deite-se confortavelmente. Comece por exercer tensão em cada um dos grupos musculares, começando pelos pés e pernas e ir seguindo no sentido ascendente para coxas e glúteos, abdómen e costas, peito e ombros, braços e mãos e por fim rosto e pescoço. Mantenha os músculos de cada grupo contraídos durante 5 segundos e de seguida relaxe-os. Este exercício ajuda a reduzir a tensão muscular, que é comum em estados de ansiedade e promove uma sensação de relaxamento. Peça à sua psicóloga um guião de relaxamento e treine com ela em consulta.

7. Visualização Guiada

Feche os olhos e imagine um lugar onde se sinta calmo e seguro. Pode ser uma praia, uma floresta, ou qualquer outro lugar. Pode ser o seu lugar preferido. Visualize os detalhes do ambiente, como as cores, procure sentir os cheiros e ouvir os sons ou até recordar um sabor associado a esse lugar. Permaneça nesse cenário por alguns minutos sem se distrair. A visualização de lugares tranquilos pode ajudar a distrair a mente das preocupações e promover uma sensação de paz e descontração.

8. Rotina de Autocuidado

Inclua atividades diárias de que goste e que promovam o seu bem-estar, como ler, ouvir música, tomar um banho relaxante ou conversar com um amigo (entre muitas outras opções à sua escolha).Ter uma rotina de autocuidado regular ajuda a reduzir a ansiedade, proporcionando momentos de prazer e relaxamento.

Todos estes exercícios sugeridos, podem ser combinados e adaptados de acordo com o que funciona melhor para si. Praticá-los regularmente pode fazer uma grande diferença na gestão da sua ansiedade. Se sentir necessidade, fale com a sua psicóloga!