Vivemos num tempo de excesso de informação. A cada instante, surge uma notificação, uma nova atualização, uma notícia urgente, um acontecimento que parece exigir a nossa atenção imediata. Mas estaremos preparados para lidar com este fluxo incessante de dados, sem prejuízo para a nossa saúde?
O nosso corpo e mente, não foram concebidos para processar continuamente a enorme quantidade de notícias, imagens e opiniões, a que estamos sujeitos nos dias de hoje, sem qualquer pausa. Muitas vezes, sentimo-nos pressionados a estar informados para nos mantermos relevantes ou para não parecer que ignoramos o sofrimento do mundo. No entanto, esta necessidade constante de estar atualizado tem um custo elevado, pago muitas vezes em ansiedade, stress e um afastamento crescente de nós próprios. Quantas vezes já sentiu a necessidade de se desconectar, mas não o conseguiu fazer? Talvez tenha aberto as redes sociais apenas para um olhar rápido e, sem se aperceber, passaram longos minutos ou até horas. Ou então leu sobre crises globais ao ponto de ficar com um peso no peito, como se o destino do mundo dependesse de si. Esta reação é compreensível e humana, mas insustentável ao longo do tempo.

As notificações, os algoritmos e os alertas são desenhados para capturar a nossa atenção e mantê-la presa. Mesmo quando pensamos que controlamos o nosso consumo de informação, muitas vezes acabamos por ser consumidos por ela. Não se trata apenas do conteúdo que absorvemos, mas também da velocidade e intensidade com que o fazemos. Estamos constantemente expostos a guerras, crises internacionais, tragédias pessoais e a uma avalanche de publicidade. E o mais preocupante ainda é a crença de que desconectar-se é sinónimo de ignorância ou indiferença. Mas não é. Pelo contrário, desligar é um ato de autocuidado, muito necessário à nossa saúde.

É fundamental reconhecer que não temos de saber tudo. Não precisamos de carregar o peso do mundo sobre os ombros. Deste modo, é essencial estabelecer regras para si mesmo, definindo horários específicos para se informar o suficiente para ficar a par do que vai no mundo, seja de manhã, durante o pequeno-almoço, a meio ou ao fim do dia. Se necessário, pode usar alarmes para evitar perder a noção do tempo e, fora desses períodos, limitar o consumo de notícias e de “deambulações” pelas redes sociais. Além disso, é importante saber selecionar fontes fiáveis, pois nem tudo o que circula na internet é relevante ou verdadeiro.

Por fim, reflita sobre o impacto da informação que consome. Após ler notícias ou passar tempo online, questione-se: “Como me sinto agora”? O que ganhei ?” Esta reflexão ajudará a perceber os efeitos da informação na sua saúde mental e permite-lhe ajustar os seus hábitos de consumo. Desligar não é ignorar, mas sim cuidar de si. O mundo continuará a girar, mesmo quando decide fazer uma pausa. Essas pausas são fundamentais para que se possa reconectar consigo mesmo.

Desligar não é falta de empatia mas sim um sinal de inteligência emocional!