Depressão, como e quando tratar

Na depressão, ou de uma forma mais generalizada, nas síndromes depressivas, o humor fica necessariamente alterado e observa-se no indivíduo uma reação disfórica, habitualmente caracterizada por uma tristeza permanente, por falta de respostas de humor positivas. Desde a forma mais ligeira, até á forma mais profunda, a sintomatologia depressiva não deve ser ignorada ou desvalorizada, sob pena de se poder tornar crónica.

Para que se possa identificar um quadro depressivo, é necessário que, em primeiro lugar identifiquemos períodos de tempo marcados pelo humor depressivo, mas não só. É necessário avaliar outros sintomas afetivos, cognitivos e comportamentais. Em relação aos primeiros, a presença de sentimentos de culpabilização, o sentimento de desamparo e auto desvalorização, a falta de confiança em si mesmo e a baixa autoestima, são exemplos concretos de sintomas depressivos. No que diz respeito aos sintomas cognitivos, salientam-se as dificuldades de concentração, atenção, memória, o pessimismo, uma visão negativa acerca do passado, presente e perspetiva de futuro, bem como os pensamentos intrusivos ou até mesmo os pensamentos suicidas.  Os sintomas comportamentais que caracterizam a depressão são essencialmente o isolamento, o choro fácil, a tensão muscular, as alterações do apetite, por excesso ou por defeito, e, em casos mais extremos, a automutilação e as tentativas de suicídio.

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A depressão não tem que ser um “bicho papão”

Falar de depressão é falar de um assunto muito sério, muito perturbador, muito prevalente e muito dispendioso. Sério porque é uma doença. Perturbador porque a depressão pode ser muito incapacitante ou por outro lado, pode ser “disfarçada” sendo por vezes incompreendida e desvalorizada. Prevalente porque os números da OMS não deixam dúvidas (a nível global, estima-se que cerca de 300 milhões, ou seja, 4,4% da população mundial sofra de depressão) e dispendiosa porque para além de poder levar a uma situação de incapacidade para o trabalho e consequente quebra do rendimento, pode exigir também uma quantidade de recursos técnicos e farmacológicos, difíceis incluir em alguns orçamentos familiares.

A maioria das pessoas já teve um ou mais episódios depressivos. Estes caracterizam-se pela perda temporária da disposição, quebra do humor, alterações do apetite, dificuldades de sono, dificuldade em executar tarefas quotidianas, dificuldade de atenção ou concentração, perturbações da memória, menor interesse em atividades anteriormente prazerosas, diminuição da líbido, entre outros sintomas. Estes podem permanecer por um período de tempo mais ou menos durador e ter uma intensidade que pode ir de ligeira a grave. Quando os episódios depressivos se tornam intensos e frequentes e não isolados, então podemos estar perante uma perturbação depressiva, ou seja, uma depressão.

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