Com o alargamento da esperança média de vida e o consequente aumento de pessoas idosas, torna-se fundamental rever o seu papel na sociedade, na família e perante si mesmas.
O idoso encontra-se numa época de redescoberta, de recreação da sua própria identidade e de reorganização de objectivos, pelo que é importante que elabore nesta idade, um plano ou projecto de vida.A reforma ou aposentação é uma experiência vivida de forma diferente pelos homens e pelas mulheres, assim como é também vivida de forma diferente dependendo da geração a que pertencem e ainda da sua condição sócio-económica. Para isso contribuem os diferentes recursos e competências de que dispõem. A reforma é normalmente uma transição entre uma fase activa e uma fase mais passiva mas pode ser considerada uma época de enriquecimento pessoal e de formação.
Após a reforma, o individuo pode optar por continuar a trabalhar de forma remunerada ou em sistema de voluntariado. As mulheres, do ponto de vista da reforma, assumem com frequência a função de “cuidar” embora a tendência actual seja a de equilíbrio em relação aos homens uma vez que vão tendo maior nível de formação.
Fala-se então de envelhecimento activo, que, como proposta publicada em 2002 por ocasião da II Assembleia Geral das Nações Unidas sobre o envelhecimento, se enquadra no novo paradigma do campo da investigação sobre o envelhecimento – a perspectiva positiva.
Esta perspectiva situa-se num paradigma um tanto revolucionário de que envelhecer pode não ser apenas negativo, mas sim pode dar lugar a uma experiência satisfatória que pode e deve ser valorizada.
A OMS (2002) define o envelhecimento activo como um processo ao longo da vida, que optimiza o bem-estar físico, social e mental com o objectivo de prolongar as expectativas de saúde, de participação e de prolongar com isso a qualidade de vida, à medida que se envelhece.
É necessário conceptualizar o envelhecimento de uma forma diferente, através da contribuição e participação activa na sociedade em que os indivíduos estão inseridos. É de extrema importância promover a actividade principalmente nos jovens idosos (65-75 anos) de modo a que vivam os muitos anos que ainda possam ter pela frente da melhor forma possível.
Torna-se assim necessário, eliminar preconceitos errados sobre o envelhecimento e promover estilos de vida saudáveis, treinar estratégias para optimizar competências cognitivas, emocionais, motoras e sensoriais e promover o desenvolvimento pessoal e a participação social.
A saúde é um factor essencial para o envelhecimento activo pois a sua manutenção permite a preservação da autonomia, capacidade de tomada de decisão, controlo sobre a própria vida, a independência e a manutenção da funcionalidade nas actividades da vida diária, que inclui o sentido de poder dar e ajudar os outros – a solidariedade multigeracional.
A passividade conduz a um retrocesso das capacidades do individuo. Ser activo quer dizer implicar-se socialmente, economicamente, espiritualmente e não apenas fisicamente.
Não basta dar anos à vida mas sim dar vida aos anos.