A premissa de que a criança desenha menos o que vê e mais o que sabe de um objecto é comum a diferentes correntes teóricas sobre o desenvolvimento do desenho. O desenho, entre o jogo simbólico e a imagem mental, subordina-se às leis da conceituação e da percepção (Piaget, 1973).
O desenho é uma das formas através das quais a função de construção e designação de significado se expressa. Desenvolve-se ao mesmo tempo que outras habilidades, entre as quais a linguagem verbal e a marcha, sendo também um período em que a criança adquire muita autonomia. A evolução do desenho tal como o processo de desenvolvimento, passa por etapas que caracterizam a maneira da criança interpretar mundo que a rodeia.
É aproximadamente ao longo do segundo ano de idade que a criança dá início à sua primeira actividade gráfica e por volta dos 36 meses ela descobre que os seus desenhos podem representar, com mais ou menos precisão, um objecto, e começa a aplicar-se na tarefa se for encorajada pelos adultos. Os anos seguintes são destinados à aquisição de critérios de representação e de semelhança com o seu meio cultural. A actividade gráfica espontânea é a área privilegiada onde a criança adquire progressivamente o controlo dos seus impulsos motores. A aquisição da linguagem permite-lhe nomear as formas desenhadas o que vai constituir um modo de interacção entre o pensamento e o gesto.
Ao desenhar a criança exprime o seu mundo e através dessa expressão pode-se fazer uma avaliação não só cognitiva mas também emocional. O desenho assume um papel relevante na evolução infantil, em vários domínios, e constitui-se como um importante contributo no desenvolvimento de competências verbais, visuais, motoras, cognitivas e sociais.
Incentive a sua criança a exprimir-se pelo desenho!