A adolescência corresponde a uma fase do desenvolvimento que começa com a entrada na puberdade, tendo por isso um início biológico marcado por transformações às quais o jovem tem que se adaptar. O final da adolescência poderá ser determinado pela independência do jovem em relação aos pais, logo tem um carácter psico-social e uma idade indeterminada, no entanto podemos estabelecer como final da adolescência os vinte e poucos anos.
Em termos psicológicos a tarefa básica do adolescente é a aquisição do sentimento de identidade. Descobrir e experimentar coisas novas, assim como ensaiar vários papéis característicos do adulto, são tarefas típicas deste período. Para isso é fundamental que o contexto relacional do adolescente lhe forneça a segurança e o apoio necessário à experimentação e à sua estruturação enquanto individuo. É uma fase de paradoxos uma vez que há uma inconstância de sentimentos e emoções que levam o jovem a oscilar entre o desejo de estar só e a vontade de sentir atenção e companhia, “Entre o medo e o desejo de crescer” (M. Fleming, 2005).
A fase da adolescência é também considerada a transição entre a infância e a idade adulta, assistindo-se a uma perda de privilégios, típicos da infância, e à aquisição de características e competências que capacitam o indivíduo a assumir os deveres e papéis sociais do adulto. Esta fase da vida é marcada por vários tipos de luto, o luto pelas fontes de segurança representadas geralmente pelas figuras parentais, o luto pelo objecto edipiano, o luto pelo ideal do eu ao desidealizar os pais, ficando mais entregue a si mesmo e por fim, o luto pelo grupo de pares, após a aquisição da autonomia e capacidade de estar só, que corresponde ao final da adolescência.
A autonomia e a vinculação são processos complementares e interdependentes uma vez que, uma vinculação segura irá permitir ao jovem a possibilidade de se tornar autónomo de uma forma mais tranquila e adaptativa, pois assim ele saberá que tem nas suas figuras de vinculação o seu porto seguro, ficando deste modo com maior disponibilidade para abraçar os novos desafios e com menos receio do futuro sempre incerto.
Gosto dos seus textos, Gracinda. Parabéns. Estou me especializando na área da cognição e comportamento do adolescente e do adulto. Atualmente trabalho com a população universitária e tenho sentido que também a “ansiedade” neste grupo tem aumentado vertiginosamente. Uma das soluções passa pela vigilância dos pensamentos diários. Outra, que tem dado bons resultados, está na focagem dos pontos positivos e de sucesso do passado (pode ser uma dica para outro texto)… Vou continuar a ler as suas postagens.Um grande abraço, minha querida.
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Obrigada Joyce pelo teu comentário. Espero continuar a ir ao encontro dos teus interesses e prometo que vou aceitar a tua dica e em breve escreverei sobre a ansiedade na adolescência 🙂
Um beijinho e muito sucesso para a tua carreira!
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