Crianças à mesa…

Crianças à mesa

Quem é que nunca ouviu alguém dizer, ou não disse já, que a sua criança é muito “má para comer”? Pois é, há crianças com as quais as horas das refeições são uma autêntica dor de cabeça. O almoço e o jantar podem mesmo constituir momentos de grande stresse familiar.

Por vezes, a criança começa por não querer deixar o que está a fazer para ir comer. Depois, mostra dificuldade em se sentar à mesa de forma adequada e pior ainda, recusa-se permanecer à mesa durante toda a refeição. E quem nunca caiu na tentação de colocar a criança em frente do televisor ou do tablet para que fique distraída e lá vá comendo a sopa? Enfim, um problema, já para não falar da sujidade que algumas crianças fazem com a comida e que leva os pais a ficarem “à beira de um ataque de nervos”, ou as que deixam a comida toda no prato…

Pois bem, se se revê em alguma destas situações, tente ficar calmo e saiba em primeiro lugar que não está sozinho, e em segundo lugar que há estratégias que podem ajudar a evitar algumas destas situações. O melhor mesmo é começar por entender o que se passa com a sua criança em termos de desenvolvimento.Desenvolvimento infantilA partir dos 3 anos as crianças crescem, tornam-se mais esguias e perdem a face arredondada característica de quando eram “bebés”. As suas proporções corporais tornam-se mais semelhantes ás do adulto. Estas mudanças físicas e observáveis são o reflexo do que se passa no interior do seu corpo. Os ossos e os músculos já estão bastante desenvolvidos, tornando a criança mais forte. Também o seu cérebro fica mais maduro promovendo a aquisição de novas competências motoras. Assim, para um desenvolvimento adequado, é sem dúvida importante o papel da alimentação. Porém, é normal que nesta fase a criança possa comer proporcionalmente menos do que em bebé. À medida que o ritmo do desenvolvimento vai diminuindo, elas vão necessitando de menor quantidade de calorias por quilo de peso. Mas há crianças que são mesmo muito difíceis para comer…e há pais que ficam extremamente preocupados por acharem que o seu filho não come o suficiente… mas se a sua criança tem energia, força muscular, cabelo e olhos brilhantes e consegue recuperar facilmente da fadiga de uma corrida ou de uma brincadeira fisicamente activa, a probabilidade de estar subnutrida será muito baixa. Se o seu peso e altura estão num percentil adequado, então, em princípio, não haverá motivo para preocupações.

Muito bem, o pediatra pode até dizer que está tudo bem com a saúde da criança e com o seu desenvolvimento mas, mesmo assim, é preciso resolver a questão dos comportamentos relacionados com o momento da alimentação, que foram referidos anteriormente e que provocam à família muita ansiedade. Para isso, aqui ficam algumas dicas de como evitar os comportamentos desadequados da sua criança à hora das refeições.

Crianças à mesa

  • Comece por avisar que a hora da refeição está a chegar e dê algum tempo para que a criança possa acabar o que está a fazer e preparar-se para o momento.
  • Dê o exemplo! Sempre! Para exigir a uma criança que se sente à mesa e lá permaneça durante a refeição, nada como todos o fazerem. A criança aprende principalmente por imitação.
  • Tente fazer do momento da refeição um momento agradável e de partilha da família, em que todos fazem parte e intervêm, falam do seu dia e das suas actividades.
  • Inclua a criança na preparação do momento, ou seja, peça-lhe para ajudar a por a mesa ou para ajudar na preparação dos alimentos mais simples, sempre com a sua supervisão e controlo, claro.
  • Coloque pequenas doses de comida no prato da criança, especialmente se se tratar de um alimento novo ou de um alimento de que ela gosta menos. Procure introduzir os alimentos novos um de cada vez e sempre acompanhados de outro alimento familiar de que a criança goste.
  • Dê-lhe alimentos simples e de fácil identificação. É frequente as crianças recusarem pratos muito complexos, com muita variedade.
  • Faça da refeição um momento também de educação. Explique à criança o que vai comer e fale sobre a origem dos alimentos, obviamente de acordo com o nível de entendimento da criança.
  • Dê a escolher, se necessário, entre 2 alimentos diferentes mas idênticos em termos nutricionais. Isso fará com que a criança tenha o poder de decidir mas claro, limite-lhe as opções para que seja mais fácil.
  • Estabeleça um limite de tempo razoável para a refeição. Após esse limite, retire o prato à criança e só volte a oferecer-lhe comida na refeição seguinte. Uma criança saudável não terá problemas se ficar sem comer a uma refeição, e por outro lado, precisa de aprender que existe um momento apropriado para o fazer – o momento em que a família está à mesa!

 

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