Idade escolar

Crianças 6-8 anosOs seis anos são uma idade muito importante na vida de uma criança e na vida da sua família, uma vez que é por norma a idade da entrada para a escola, ou seja, para o primeiro ano do ensino básico.

O início do percurso escolar de uma criança é também um marco no seu desenvolvimento cognitivo e social. Aos 6 anos as crianças já compreendem o ponto de vista dos outros e por isso têm consciência de que os outros podem pensar de um modo diferente do seu. O seu pensamento é concreto, isto é, conseguem perceber vários aspectos de um problema simples ao mesmo tempo. A capacidade de concentração aumenta para períodos de tempo mais longos o que vai facilitar o seu envolvimento nas tarefas escolares.

Com esta idade as crianças começam a ter já noção das horas e dos dias da semana e por volta dos 8 anos são capazes de situar acontecimentos em sequências de tempo. O pensamento torna-se mais organizado e isso permite que as crianças pensem em alternativas e voltem atrás se for preciso, para resolverem os seus problemas. Comunicam melhor e durante mais tempo com os outros e apresentam já memória de curto e de longo prazo. Têm um vocabulário de cerca de 20.000 palavras e embora ainda não as utilizem todas, expressam-se por si mesmas e já compreendem e interiorizam melhor muitas coisas, nomeadamente as normas morais e de conduta (o bem e o mal). Desenvolvem a partir desta idade um forte sentido de justiça, com uma concepção rígida do que está certo e do que está errado e compreendem que o justo está relacionado com o mérito: quem trabalha mais merece uma recompensa especial.

Crianças 6-8 anosNo que diz respeito às competências sociais das crianças entre os 6 e os 8 anos, destaca-se o facto de adquirirem um conceito de si mesmas, baseado no desempenho escolar, na capacidade de fazer amigos e na sua aparência física. Há uma mudança na autoestima e autoeficácia, pois as crianças medem o seu valor com base na aceitação social e sentido de competência. Compreendem que podem sentir duas emoções ao mesmo tempo (ex. Eu gosto do Pedro, mas detesto o modo como ele grita quando brinca) e mostram grande interesse pelos seus amigos, preferindo os do mesmo género. Vêm a amizade como uma oportunidade para dar e receber, para o estabelecimento de relações de confiança e partilha de experiências. Nesta fase, as crianças passam a não depender tanto da aprovação dos adultos nas suas relações com os pares, mas sim a querer pertencer ao grupo e serem aceites pelos amigos.

Crianças 6-8 anosEnvolvem-se a brincar com várias crianças por longos períodos de tempo e compreendem que há pontos de vista diferentes dos seus, conseguindo já colocar-se na perspectiva do outro em termos de pensamentos e emoções, desenvolvendo a empatia e a compaixão. As brincadeiras e jogos também mudam e passam do faz-de-conta para jogos e actividades mais competitivas e com regras, cujo objectivo é ganhar (tendo por norma mau perder). A relação destas crianças com os pais e cuidadores pode começar a mudar na medida em que são capazes de fazer mais coisas sozinhas e gostam de mostrar autonomia em algumas tarefas.

Crianças 6-8- anosOs pais e cuidadores devem procurar apoiar as crianças no desenvolvimento do sentido de competência, dando-lhes por exemplo a oportunidade de desenvolverem habilidades como ajudarem na preparação das refeições, fazerem trabalhos manuais ou aprenderem um instrumento musical, entre outras. Estas crianças devem ser ensinadas pelos que lhes são mais próximos a resolverem os seus problemas sem recurso à violência. Deste modo, os pais e cuidadores podem usar situações reais do dia-a-dia e pedir a ajuda das crianças para a resolução das mesmas, nunca se esquecendo que são os primeiros professores dos seus filhos e o seu modelo. Ensine às crianças os valores e regras da família, o que está certo e errado e que consequências podem resultar do incumprimento das regras. Incentive as crianças a desenvolverem o sentido de partilha, empatia e cooperação dando-lhes a oportunidade para ajudarem no cuidado de um animal doméstico ou mesmo de alguém em situação mais desfavorecida.

Crianças 6-8 anosPasse tempo com os seus filhos e tente fazer actividades em conjunto como por exemplo jogos de tabuleiro. Estes são muito úteis na aprendizagem e no cumprimento de regras. Uma forma de os poder ensinar na resolução de problemas é falar com eles acerca dos seus próprios problemas. Diga em voz alta, por exemplo, “não tive tempo para fazer o jantar de hoje, vou telefonar ao pai para que traga comida feita, quando estiver a voltar do trabalho”. E por fim, demonstre aos seus filhos que as acções e os comportamentos têm consequências sobre todas as pessoas envolvidas numa situação, para que eles possam aprender o que devem ou não devem fazer, avaliar as respectivas consequências e tomar as suas próprias decisões.

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