Doença de Parkinson

Doença neuro-degenerativaA Doença de Parkinson é a segunda doença neuro-degenerativa mais comum na população e resulta na acumulação anormal de proteínas no cérebro e na morte progressiva de neurónios. Pensa-se que uma grande parte das dificuldades motoras apresentadas pelos doentes derivam da perda de neurónios produtores de Dopamina.

Doença de Parkinson foi descrita em 1817 por James Parkinson e é uma das doenças neurológicas mais frequentes dos nossos dias. Apresenta uma distribuição universal, sendo transversal aos vários grupos étnicos e classes socioeconómicas. Estima-se uma prevalência de 100 a 200 casos por 100.000 habitantes e a sua prevalência aumenta com o avançar da idade. Esta doença é de um modo geral conhecida pelas suas características motoras como os tremores, rigidez, face pouco expressiva, lentificação dos movimentos e alterações da marcha. Também a presença de manifestações neuropsiquiátricas é frequente e conduzem à diminuição do funcionamento global do doente e consequentemente, da sua qualidade de vida. Destas manifestações destacam-se a depressão, ansiedade, dificuldades de sono, disfunção sexual ou demência.

Doença neurodegenerativaA Depressão aparece como a perturbação mais frequente na Doença de Parkinson, tendo uma prevalência de 25 a 50%. Associa-se a uma deterioração mais rápida da doença, a um declínio cognitivo mais acentuado e à ocorrência de quedas. As manifestações mais comuns incluem a lentificação psicomotora, a dificuldade em obter prazer em atividades em que anteriormente obtinha, alterações de peso, dificuldade de sono, diminuição da energia, fadiga e alterações da memória. Devido à presença de sintomas referentes à situação da Doença de Parkinson, o diagnóstico de depressão pode ser difícil de estabelecer. Comparativamente a outros doentes com depressão, estes doentes apresentam com menos frequência ideação suicida ou sentimentos de culpa.

Doença de ParkinsonNos doentes com Parkinson, a Perturbação de Ansiedade apresenta uma prevalência de cerca de 30%. Por norma a ansiedade aparece associada ao quadro depressivo e apresenta frequentemente dificuldades como ataques de pânico, fobias específicas ou fobia social. Outra sintomatologia como por exemplo a insónia, a hipersónia, a apatia ou a disfunção sexual podem estar presentes. Também os sintomas psicóticos podem afetar cerca de um terço dos doentes de Parkinson, representando as maiores complicações de um certo tipo de medicação. Estes sintomas incluem essencialmente as alucinações visuais complexas, ocorrendo sobretudo de noite. As alucinações auditivas e olfativas também podem ocorrer mas em casos mais raros. Nestes doentes podem também ocorrer ideias delirantes, nomeadamente no que diz respeito a ideação persecutória ou de infidelidade.

Doença degenerativaA Demência é outra patologia relativamente comum nos doentes com Parkinson (entre 20 a 40%) e constitui a principal causa de institucionalização. O risco de desenvolver demência relaciona-se com o aparecimento da Doença de Parkinson em idade tardia, a idade avançada do paciente, a severidade dos sintomas motores e dos sintomas psicóticos. As alterações mais precoces e que caracterizam a demência nestes indivíduos incluem as alterações das funções executivas, como por exemplo, incapacidade em planear, organizar e desenvolver tarefas, rigidez do pensamento e inflexibilidade. A memória não é notoriamente afetada numa fase inicial da doença, no entanto, com o passar do tempo verifica-se habitualmente a dificuldade de armazenamento de nova informação. A atenção poderá também ser prejudicada. A severidade da doença afeta ainda de forma marcada as capacidades visuo-espaciais, bem como a linguagem, por via da lentificação da compreensão de ordens verbais ou escritas. Estes défices cognitivos, apresentam usualmente um carácter flutuante.

Doença de Parkinson

Para se diagnosticar a Doença de Parkinson há que dar atenção ao aparecimento dos sintomas mas também, e de modo complementar, pode ser necessário fazer exames de imagiologia, como uma ressonância magnética cerebral, que poderá ajudar a confirmar o diagnóstico. Em termos de tratamento, o fundamental é farmacológico, e deve ser individualizado, uma vez que nem todos os doentes apresentam os mesmos sintomas nem a mesma intensidade. Este tratamento farmacológico destina-se a repor parcialmente os níveis dopamina no cérebro, melhorando os sintomas da doença, porém não evitam que a doença progrida. Casos mais extremos e particulares poderão ter uma intervenção cirúrgica. A investigação acerca das doenças neuro-degenerativas nas quais a Doença de Parkinson se inscreve, é de nível elevado, permitindo assim adivinhar avanços significativos nos próximos anos. A par da medicação pode ser também eficaz a fisioterapia, terapia da fala e o apoio psicológico, no sentido de reduzir o prejuízo funcional decorrente da doença, permitindo que o indivíduo tenha uma vida mais independente, com maior qualidade, por mais tempo.

 

Fontes:

Correia, D. T. (2013). Manual de Psicopatologia. Lidel – Edições Técnicas, Lda.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832007000400003&lng=pt&nrm=iso&tlng=en

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