Segundo a definição da APA (American Psychology Association), a demência caracteriza-se por múltiplos défices cognitivos que incluem a diminuição da memória juntamente com pelo menos umas das seguintes perturbações cognitivas: afasia (dificuldade ou impossibilidade de falar), apraxia (dificuldade ou incapacidade de coordenação motora), agnosia (dificuldade ou perda da capacidade de reconhecer objectos) ou perturbação da capacidade de execução.
Qualquer pessoa pode desenvolver demência, porém, o mais comum é que esta ocorra após os 65 anos. Em pessoas acima dos 85 anos, 1 em cada 4 apresenta sintomatologia demencial. Contudo, esta patologia pode também afectar pessoas entre os 40 e 60 anos.
O diagnóstico precoce da demência é muito importante na medida em que permite que se faça o planeamento da doença. Contudo esta ainda não se consegue diagnosticar antes do aparecimento de sintomatologia. A sintomatologia apresentada na demência é influenciada pelo tipo de personalidade do individuo. O excesso de stresse emocional acumulado e as diferentes características da personalidade poderão constituir um ponto de partida para a demência.
Em termos de intervenção, um dos métodos terapêuticos eficaz nos idosos é a reminiscência. O terapeuta deverá encorajar o paciente com demência a contar e recontar as suas histórias pessoais de vida de modo a estimular a memória, para retardar a sua deterioração. Outros métodos como o treino e estimulação cognitiva apresentam resultados muito satisfatórios.
Demência de Alzheimer
A Demência de Alzheimer é a forma mais comum de demência e tem maior prevalência na mulher do que no homem. Os sintomas iniciais são a falta de memória, principalmente a de curto prazo mas com o avançar da doença o individuo deixa progressivamente de reconhecer os elementos da família e posteriormente deixa de se reconhecer a si próprio.
O diagnóstico é muito importante principalmente se se puder intervir numa fase inicial, o que irá permitir ao doente e ao seu cuidador definir estratégias e planear mudanças de modo a uma maior adaptabilidade de ambos à realidade. Testes psicométricos podem ajudar no despiste/rastreio da doença. Por vezes podem coexistir diferentes tipos de demência. Em 90% dos casos, aproximadamente, a doença é causada pela demência vascular conjuntamente com a demência de Alzheimer.
É muito importante que tenha a consciência de que o doente de Alzheimer continua a ser a mesma pessoa, embora apresente alterações no seu funcionamento cerebral. Os dias não serão todos iguais, haverá uns dias em que as funções cognitivas estarão mais preservadas e outros, em que a doença se revelará mais.
Cada pessoa é afectada de forma diferente e os sintomas podem variar, no entanto o doente não está sozinho. Profissionais da área da saúde mental estão preparados para compreender o que se está a passar e podem ajudar. Não hesite em procurar ajuda, para si próprio ou para um familiar ou amigo. Actualmente existem maneiras de lidar melhor com a doença e de retardar os seus efeitos.