Esquizofrenia

EsquizofreniaA esquizofrenia é uma doença cerebral crónica e grave que se caracteriza pela perda de contacto com a realidade. É um quadro complexo que envolve sintomas muito típicos, em que o indivíduo, durante grande parte do tempo e num período mínimo de seis meses,  passa a funcionar num nível bastante abaixo ao seu funcionamento anterior.

O doente esquizofrénico pode apresentar vários tipos de sintomas, como alucinações (ver, ouvir, sentir, cheirar coisas que os outros não conseguem percepcionar), delírios (crenças falsas, resistentes ao confronto lógico e racional), discurso desorganizado ou empobrecido, embotamento afectivo (face inexpressiva, fala monocórdica e monótona), perda da capacidade de iniciar e manter actividades planeadas, perda de prazer no dia a dia, isolamento social, entre outros.Em relação aos sintomas psicomotores, estes consistem em alterações dos movimentos corporais como por exemplo trejeitos e caretas repetidas, dificuldade na mobilidade dos membros por falta de tónus muscular ou catatonia (o indivíduo permanece imóvel e sem responder aos outros). Em termos cognitivos, os sintomas podem ser subtis e difíceis de identificar, podendo ser reconhecidos apenas através de testes. Porém, têm um impacto bastante negativo no funcionamento diário, uma vez que incluem um funcionamento executivo pobre (dificuldade em descodificar informação e dificuldade na tomada de decisões), problemas de atenção e concentração e decréscimo da memória de trabalho.

EsquizofreniaA esquizofrenia abrange diferentes subgrupos: Tipo Paranoide (alucinações auditivas e delírios mas com o funcionamento cognitivo e o sistema afectivo relativamente preservados), Tipo Desorganizado (discurso e comportamentos desorganizados, afecto embotado ou desadequado), Tipo Catatónico (perturbação psicomotora marcada), Tipo Indiferenciado (dominam pelo menos dois dos sintomas referidos mas sem se organizar como os tipos anteriores e por fim o Tipo Residual (o indivíduo teve pelo menos um episódio de esquizofrenia mas os sintomas encontram-se actualmente atenuados).

É uma doença que atinge cerca de um em cada cem indivíduos, com elevada prevalência familiar, o que aponta para uma causalidade genética, ainda que os factores ambientais, especialmente infecções e traumatismos cranianos precoces, possam ter um papel relevante. Estudos têm vindo a identificar como causa, um desequilíbrio nas substâncias químicas que fazem a comunicação entre as células cerebrais (ex. dopamina e glutamato) assim como uma estrutura cerebral diferenciada, em alguns doentes com esquizofrenia (ventrículos cerebrais mais dilatados).

Esquizofrenia

A esquizofrenia não faz distinção de género ou raça. Sintomas como alucinações ou delírios têm início maioritáriamente entre os 16 e os 30 anos. Os homens tendem a apresentar os sintomas mais precocemente em relação ás mulheres. O aparecimento de sintomas de esquizofrenia depois dos 45 anos é raro, sendo uma doença igualmente rara em crianças e de muito difícil diagnóstico em adolescentes, uma vez que os primeiros sinais são semelhantes a alguns dos comportamentos normativos nesta faixa etária (mudança de amigos, decréscimo do rendimento escolar, dificuldades de sono e irritabilidade). Os adolescentes em risco tendem a manifestar uma combinação de factores preditivos, como é o caso do isolamento, aumento da suspeição e/ou uma história familiar de psicose.

Algumas pessoas com esta doença conseguem manter-se funcionais mantendo a sua actividade profissional ou académica, embora o mais frequente seja que a esquizofrenia interfira com a actividade ocupacional do indivíduo.

A investigação sobre a esquizofrenia é vasta e novos medicamentos e mais eficazes têm surgido nos últimos anos, esperando-se que com o futuro se percebam melhor as causas de modo a potenciar a eficácia dos medicamentos.

Esquizofrenia

A par da terapêutica medicamentosa (antipsicóticos) que actua ao nível dos sintomas, pode também incluir-se a intervenção Psicológica, que inclui práticas que ajudam os indivíduos que já se encontram estabilizados com a medicação e que são orientadas, por exemplo, para a ajuda em lidar com as actividades do dia a dia, na monitorização da toma da medicação e na manutenção das relações sociais. A Terapia cognitivo comportamental, pode ser muito útil para ensinar o doente a lidar com sintomas mais resistentes, como, por exemplo, as alucinações, a testar a realidade dos seus pensamentos disfuncionais e das suas percepções erróneas. Esta terapia tem-se mostrado bastante eficaz no aumento da qualidade de vida do doente, pelo facto de poder reduzir a gravidade dos sintomas assim como o risco de recaída.

A medicação é fundamental, o acompanhamento psicológico é o complemento ideal!

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