Obesidade na criança e no adolescente

obesidadeA prevalência de problemas de excesso de peso e obesidade, na infância e na adolescência, tem vindo a aumentar consideravelmente nas últimas décadas, tendo-se tornado num grave problema de saúde pública, não só em Portugal, mas também em muitos outros países da Europa e do mundo.

Importa diferenciar obesidade de excesso de peso, sendo que a Organização Mundial de Saúde (2007) Considera excesso de peso o aumento do peso corporal do indivíduo acima do seu peso normal em 10-20%, o que corresponde a um índice de massa corporal (IMC) entre 25-30 Kg/m2. Obesidade corresponde a um aumento do peso corporal do indivíduo superior a 20% do seu peso normal, por acumulação de gordura e que equivale a um IMC igual ou superior 30 Kg/m2, pondo em risco a sua saúde. As causas da obesidade são multifactoriais: factores biológicos, genéticos, comportamentais, ambientais e culturais influenciam o desenvolvimento desta condição. Embora a hereditariedade e a genética pareçam exercer uma grande influência no desenvolvimento da obesidade, os factores comportamentais, têm nos dias de hoje, muita relevância.

obesidadeA obesidade na infância e na adolescência potencia o risco do desenvolvimento de patologias graves como hipertensão, problemas cardiovasculares, diabetes do tipo-2, entre outros. Para além disso, esta problemática está também intimamente relacionada com problemas do foro psicológico, emocional e social, como por exemplo a depressão, o isolamento ou o bulliyng, problemas estes que poderão persistir na idade adulta. Deste modo, o papel da Psicologia assume uma importância fundamental, quer na prevenção e na promoção de hábitos de vida saudáveis, como na intervenção, no sentido de minimizar o impacto desta problemática na vida das pessoas. A investigação sobre este tema sugere que as crianças e adolescentes retiram maior benefício da adesão a estilos de vida saudáveis e à manutenção dos mesmos, com carácter preventivo, do que dos programas de intervenção aplicados depois da problemática já se ter instalado (Wadden et al., 2004; Wilfley et al., 2007).

Excesso de pesoDe há um tempo a esta parte, os hábitos alimentares da nossa população sofreram grandes alterações. A grande maioria das escolas disponibilizava até há relativamente pouco tempo, refeições altamente calóricas. Por outro lado o aparecimento de cadeias de fast food (comida rápida) tem vindo a aumentar, e, para além da comodidade que este tipo de refeições oferece, também o baixo custo é aliciante. A diversidade de refrigerantes e outros produtos altamente açucarados é grande e a publicidade apelativa, tornando-se tentador o seu consumo. Por outro lado, o sedentarismo tomou conta da vida de uma grande parte das crianças e dos adolescentes. As brincadeiras na rua e as correrias, deram lugar a muitas horas de sofá e écran, pela utilização dos diversos meios audiovisuais electrónicos. As idas a pé para a escola, foram substituídas por viagens de carro ou de transportes, muitas vezes fornecidos pelas próprias escolas.

ObesidadeParece então evidente que a intervenção, quer preventiva, quer remediativa, deverá incidir principalmente sobre os factores comportamentais, uma vez que são modificáveis, com planos que podem ser relativamente fáceis de implementar e monitorizar, permitindo resultados muito satisfatórios. O Psicólogo, (com a colaboração do Nutricionista), pode estabelecer planos de mudança de hábitos, que conduzam a um estilo de vida mais saudável, e trabalhar a motivação das crianças/adolescentes, para a mudança.

obesidade e excesso de pesoO plano de intervenção deverá contemplar a definição clara de objectivos realistas, planos de acção e a disponibilização de conteúdos informativos sobre alimentação e actividade física como factores essenciais na manutenção de um bom estado de saúde. Deverá também incluir a promoção de comportamentos saudáveis e equilibrados assim como, promover o desenvolvimento de competências de autorregulação e controlo dos impulsos, através do ensino e treino de estratégias adaptadas a cada situação. Não deverá ficar esquecida a criação de uma lista de reforços, escolhidos pela criança/adolescente, para que todos os seus esforços sejam recompensados e os comportamentos adequados se mantenham.

Excesso de peso e obesidade Uma criança ou um adolescente motivado irá aderir mais facilmente ao programa, no entanto, o envolvimento da família, é uma vez mais essencial, não só em termos práticos (tipo de compras, modo de cozinhar, disponibilização dos alimentos, partilha de actividades físicas) mas também no apoio à monitorização e dando o exemplo. Porque não beneficiar toda a família de um programa de modificação de hábitos que conduz a uma saúde melhor?

 

 

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