Crianças ansiosas: ajude-as!

Ansiedade socialAs perturbações de ansiedade surgem frequentemente em idade precoce. Crianças e adolescentes não estão “imunes” a este problema, no entanto, isso não significa que tenham que viver com ele para o resto das suas vidas. Os problemas relacionados com a ansiedade tratam-se e esta pode deixar de ser perturbadora e passar a ser adaptativa.

Sabe-se que o medo e a ansiedade são protetores e que uma dose moderada de cada um deles fazem parte do processo normativo do desenvolvimento infantil.  Uma das formas de ansiedade mais comum nas crianças, mesmo as de mais tenra idade, é a ansiedade de separação. Reagir com choro à separação da mãe ou de outra figura de vinculação é uma característica deste tipo de perturbação. Mais tarde, a entrada para o infantário, pode ser também um momento em que a ansiedade se manifesta de forma mais ou menos perturbadora. Os medos também são característicos de determinadas fases do desenvolvimento, como é o caso do medo do escuro ou dos fantasmas ou monstros, por volta dos 4 anos. Posteriormente, em idade escolar, é também comum aparecerem “novos” medos como a morte ou as agressões. No início da adolescência, é muito frequente a ansiedade social, ou seja, medo ou perturbação de falar em público, de se exporem.

Ansiedade e bullyingTodas estas dificuldades relacionadas com manifestações de ansiedade são por norma contornadas de uma forma tranquila, com paciência, calma e alguma sabedoria, no entanto, há casos em que se torna muito perturbadora e desadaptativa, interferindo negativamente na vida da criança e com grande impacto na vida familiar. Habitualmente, a escola é o contexto onde surgem as manifestações de ansiedade que podem ser mais impactantes no funcionamento da criança/adolescente. Esta questão em relação à escola conjuga diferentes facetas das perturbações de ansiedade, como por exemplo a ansiedade de separação e a ansiedade social. Separar-se dos pais ou outros cuidadores e ficar na escola, com todos os desafios que esta encerra, pode ser difícil para algumas crianças/adolescentes. Por outro lado, lidar com os pares, por vezes em situações mais complicadas como é o caso do bullying, pode ser muito perturbador.

Ansiedade de separaçãoMuitas vezes a ansiedade da criança/adolescente pode manifestar-se por sintomatologia somática. As típicas dores de barriga, de cabeça e as náuseas, são muito representativas de uma ansiedade já considerável e de um mal-estar e sofrimento psicológico. Por outro lado, a irritabilidade, a inquietude, a dificuldade de concentração ou as dificuldades de sono, podem ser também sintomas de que a criança/adolescente não está bem. É importante que os pais ou outros cuidadores fiquem atentos aos sinais e que percebam quando devem intervir. Muitas vezes as crianças têm dificuldade em expressar o que sentem até porque por vezes também não sabem bem identificar e descrever as causas do seu desconforto.

Ansiedade infantilQuando a criança/adolescente preocupa os pais porque manifesta ansiedade e esta passa a ser impeditiva do seu bom funcionamento, estes deverão procurar tranquiliza-la e ajuda-la. Nos casos mais graves, há sempre a possibilidade de recorrerem à ajuda profissional. Há várias técnicas e estratégias que ajudam a reduzir a sintomatologia ansiosa, porém, na maioria das vezes é um caminho longo. A intervenção comportamental é a ajuda que a Sua Psicóloga se propõe oferecer. Contudo, nos casos mais complicados pode ser necessário conjugar a intervenção psicológica com a intervenção medicamentosa, sob orientação do pedopsiquiatra, num trabalho de equipa em prol da criança. É muito importante que a criança aprenda a lidar com a ansiedade e que cresça com “ferramentas” que guardará para a vida. Ignorar os sintomas de ansiedade e desvalorizar a situação irá contribuir para o perpetuar do sofrimento e para potenciar o aparecimento de outras patologias em idade adulta.

Ansiedade e

A ansiedade não tem que ser um fardo a carregar durante toda a vida. A criança pode aprender a identificar os “sinais de alarme”, a controla-los e a lidar com a ansiedade de forma adaptativa. Ajude-a a fazer o seu caminho de uma forma mais serena e equilibrada.

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