Chegou a época dos testes! Vou ter exame, ai agora…

O medo e a ansiedade são naturais ao ser humano, desempenhando um papel muito importante no comportamento e na sobrevivência. É porque temos medo que nos protegemos e nos defendemos dos perigos que percecionamos. No entanto, medo em excesso pode interferir de forma muito negativa na nossa vida, uma vez que nos pode comprometer a nossa funcionalidade.

 Em contexto escolar, a ansiedade dos alunos perante a perspetiva de um teste é um fenómeno particularmente difícil. A ansiedade gerada pela avaliação, ou seja, a ansiedade de desempenho, principalmente em contexto formal, como é o caso de testes e exames, ou até mesmo informal, como a leitura de uma poesia em família, é sempre mais ou menos perturbadora. Ser avaliado corresponde a uma situação complexa que reúne várias dimensões (cognitiva, emocional, fisiológica e comportamental). Em termos teóricos, a ansiedade de desempenho face a um teste pode assumir duas formas distintas: como traço ou como estado. Enquanto traço, a ansiedade corresponde a uma predisposição psicológica para reagir com o mesmo nível de ansiedade (alto ou baixo) a um conjunto indiscriminado de situações. Enquanto estado (ou sobrecarga) a ansiedade acontece em situações esporádicas, como um exame particularmente difícil ou para o qual o aluno não se sente devidamente preparado.

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Regresso à escola e ansiedade

O mês de Setembro trás consigo o final das férias e o regresso à escola. Depois de algum tempo de descanso, descontração e alívio das responsabilidades letivas, o reinício de um novo ano escolar pode apresentar desafios, por vezes vividos com alguma ansiedade, quer pelas crianças, quer pelos pais ou educadores.

O regresso às aulas apresenta-se habitualmente como um momento muito esperado pela maioria das crianças, um vez que tem associado o reencontro com amigos, o conhecer novos colegas e ainda o entusiasmo pela descoberta dos professores e dos conteúdos de um novo ano letivo. Neste ano de pandemia, em que tanto a intermitência da permanência física na escola como a consequente adaptação a diferentes formas de exposição dos conteúdos, por parte dos professores, foi uma constante, muitas crianças anseiam o retomar da normalidade a que estavam habituadas ou aquela que lhes era anteriormente apresentada. Assim sendo, é expectável que para muitos alunos este recomeço seja um momento muito aguardado, embora ao mesmo tempo, potencial gerador de alguma ansiedade. Por outro lado, o ainda “fantasma do Covid-19” que paira sobre as nossas cabeças pode contribuir para um crescente estado ansioso, pelo receio de poderem contrair ou transmitir a doença.

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Ansiedade e faculdade, uma associação normativa

O momento em que os jovens terminam o enino secundário é um marco nas suas vidas. Aqueles que optam por continuar a sua formação em meio académico, enfrentam um grande desafio, desde o momento em que se candidatam, já para não falar, da por vezes difícil tomada da decisão acerca do curso e da instituição de ensino superior que irão escolher mas também até saberem se foram colocados, onde e em que curso. Tudo isto pode ser naturalmente, gerador de ansiedade.

A ansiedade é uma resposta natural do organismo a uma situação de alarme, medo, surpresa, desafio ou novidade. Por norma, aquilo que não conhecemos ou controlamos, pode provocar-nos ansiedade. É uma emoção normativa e por vezes muito protetora e adaptativa, no entanto, a ansiedade intensa e associada a sensações de angústia e a sintomas fisiológicos, pode tornar-se incapacitante e conduzir a patologia, causando um mal-estar significativo e pondo em causa a funcionalidade do indivíduo. A eminência da mudança, de um meio escolar conhecido e na maioria das vezes confortável, para ingressar no ensino universitário, novo e desconhecido, pode levar a uma expetativa apreensiva e causar sentimentos de ansiedade relacionados com a necessidade de adaptação ao contexto e ás vivências académicas.

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Adolescentes e fobia social!

Na adolescência, o medo da avaliação dos outros é um aspeto de certo modo normativo. O grande problema é que esse medo pode tornar-se incapacitante, com prejuízo no desempenho e na funcionalidade do jovem. Nestes casos estamos perante um problema de fobia social.

Estima-se que a fobia social tenha uma prevalência de aproximadamente 0,9% em crianças e 1,1% em adolescentes, sendo este um período crítico para o desenvolvimento desta perturbação. Dos critérios de diagnóstico, destacam-se o medo acentuado e persistente de uma ou mais situações sociais e de desempenho, nas quais o adolescente está exposto a pessoas desconhecidas ou à possível observação de outras pessoas. O jovem receia poder vir a comportar-se de modo humilhante ou embaraçador e teme revelar os sinais da sua ansiedade A exposição à situação social temida provoca quase sempre um medo muito angustiante, que pode, em casos mais extremos, chegar à forma de um ataque de pânico situacional. Num caso de fobia social, o adolescente reconhece que o medo é excessivo ou irracional, no entanto tem enorme dificuldade em gerir as suas emoções de forma a enfrentar ou a ultrapassar a situação.

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Isolamento profilático, ficar em casa…

Nestes tempos de pandemia a expressão “isolamento profilático” tornou-se muito comum. Todas as pessoas que tiveram contacto considerado de risco com pessoas infetadas com Covid-19, devem, por indicação das autoridades de saúde, ficar em isolamento profilático no domicílio, com todo o transtorno e os desafios que isso implica.

O isolamento profilático pressupõe que se fique em casa, mantendo o distanciamento social, o que significa que o quotidiano fica temporariamente alterado (cerca de 10 a 14 dias), sendo necessária uma adaptação à situação mas com uma limitação das atividades disponíveis. Sair para passear, ver um espetáculo, visitar amigos, partilhar refeições com familiares ou outras atividades que impliquem a socialização estão temporariamente desaconselhadas. Assim, há que ser criativo, resiliente e paciente e descobrir em si mesmo a capacidade de reorganizar o seu dia-a-dia, de acordo com as limitações e de descobrir novas formas de estar e de se relacionar com os outros.

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A adolescência e o medo do julgamento

Sendo as perturbações de ansiedade das mais prevalentes no universo infantojuvenil, a fobia social é um tipo de perturbação com grande expressão na adolescência, quer pelas suas especificidades, quer pelas características do desenvolvimento típicas desta faixa etária.

A ansiedade social caracteriza-se por um medo acentuado e persistente de uma ou mais situações sociais e de desempenho, nas quais o jovem está exposto a pessoas com as quais não tem proximidade nem à-vontade. Nessas situações, o jovem sente-se observado e avaliado e teme ser humilhado, envergonhado ou criticado. Nas situações em que tem que se expor, o adolescente sente-se muito ansioso embora possa reconhecer que tal sentimento é irracional e excessivo. Em alguns casos, o facto de ter que se expor, por exemplo perante a turma para a apresentação oral de um trabalho, o jovem pode mesmo ver escalar a sua ansiedade para um ataque de pânico. O medo da avaliação dos outros é normativo na adolescência, contudo quando esse medo impede a funcionalidade do jovem e lhe causa sofrimento, deverá ser alvo de avaliação e intervenção.

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Ansiedade na criança e no adolescente

As perturbações de ansiedade surgem frequentemente em idade precoce. Crianças e adolescentes não estão “imunes” a este problema, no entanto, isso não significa que tenham que viver com ele para o resto das suas vidas. Os problemas relacionados com a ansiedade tratam-se e esta pode deixar de ser perturbadora e passar a ser adaptativa.

Sabe-se que o medo e a ansiedade são protetores e que uma dose moderada de cada um deles fazem parte do processo normativo de desenvolvimento infantil.  Uma das formas de ansiedade mais comum nas crianças, mesmo as de mais tenra idade, é a ansiedade de separação. Reagir com choro á separação da mãe ou de outra figura de referência é uma característica deste tipo de perturbação. Mais tarde, a entrada para o infantário, pode ser também um momento em que a ansiedade se manifesta. Os medos também são característicos de determinadas fases do desenvolvimento, como é o caso do medo do escuro ou dos fantasmas ou monstros, por volta dos 4 anos. Posteriormente, em idade escolar. É também comum aparecerem “novos” medos como a morte ou as agressões. No início da adolescência, os jovens podem ainda desenvolver ansiedade social, ou seja, medo ou perturbação da avaliação dos outros e que se manifesta pela dificuldade de falar em público e de se exporem.

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Crianças ansiosas: ajude-as!

Ansiedade socialAs perturbações de ansiedade surgem frequentemente em idade precoce. Crianças e adolescentes não estão “imunes” a este problema, no entanto, isso não significa que tenham que viver com ele para o resto das suas vidas. Os problemas relacionados com a ansiedade tratam-se e esta pode deixar de ser perturbadora e passar a ser adaptativa.

Sabe-se que o medo e a ansiedade são protetores e que uma dose moderada de cada um deles fazem parte do processo normativo do desenvolvimento infantil.  Uma das formas de ansiedade mais comum nas crianças, mesmo as de mais tenra idade, é a ansiedade de separação. Reagir com choro à separação da mãe ou de outra figura de vinculação é uma característica deste tipo de perturbação. Mais tarde, a entrada para o infantário, pode ser também um momento em que a ansiedade se manifesta de forma mais ou menos perturbadora. Os medos também são característicos de determinadas fases do desenvolvimento, como é o caso do medo do escuro ou dos fantasmas ou monstros, por volta dos 4 anos. Posteriormente, em idade escolar, é também comum aparecerem “novos” medos como a morte ou as agressões. No início da adolescência, é muito frequente a ansiedade social, ou seja, medo ou perturbação de falar em público, de se exporem. Continue a ler “Crianças ansiosas: ajude-as!”

Ano Novo, ansiedade velha…

AnsiedadeSentir ansiedade em determinadas situações pode ser comum e normativo. A ansiedade e o medo protegem-nos e podem ser adaptativos, no entanto, se forem em excesso limitam-nos, interferem no nosso dia-a-dia, impedem-nos de cumprir as nossas rotinas, baixam a nossa qualidade de vida e podem mesmo conduzir a outras perturbações como por exemplo a depressão.

Importa diferenciar a ansiedade “normal” de perturbação de ansiedade, uma vez que ter medo ou ficar ansioso é em muitas situações muito adaptativo. Termos medo que um automóvel nos possa atropelar ajuda-nos a dar mais atenção quando atravessamos uma estrada. Ficarmos levemente ansiosos perante um exame académico leva-nos a sermos mais cuidadosos na preparação do mesmo e possivelmente a obter um melhor resultado. No entanto, medo e ansiedade em excesso podem chegar ao ponto de nos impedir de sair à rua com medo de sermos atropelados ou a deixarmos de comparecer no dia do exame por medo de não o conseguirmos fazer. Este tipo de comportamentos são típicos de uma perturbação de ansiedade e não de ansiedade normativa. Deve ser encarado como um problema de saúde psicológica, que de maior ou menor gravidade, sempre que interfere com a funcionalidade do indivíduo, deve ser tratado e não ignorado. Continue a ler “Ano Novo, ansiedade velha…”

Adolescência e ansiedade social: as possíveis consequências

Adolescentes e ansiedade socialDe um modo relativamente consistente, precoce e estável, as manifestações de ansiedade social revelam-se desde a infância, tornando-se tendencialmente mais expressivas e intensas na fase da adolescência.

A adolescência é um período da vida em que há uma particular vulnerabilidade à ansiedade social. As manifestações deste tipo de ansiedade interferem no desempenho do adolescente no que diz respeito às suas relações sociais mas também na realização de tarefas e atividades do quotidiano. Tendo as relações sociais uma especial relevância nesta etapa da vida, a ansiedade social pode ter uma influência de tal modo negativa que poderá afetar o indivíduo de forma permanente, se não for tratada. Tanto a relação do jovem com os outros quer o seu desempenho público, como por exemplo a apresentação oral de trabalhos em contexto escolar, podem ser fortemente prejudicados pela ansiedade, sempre que este se sente de alguma forma avaliado. Continue a ler “Adolescência e ansiedade social: as possíveis consequências”