A menopausa é uma fase natural na vida de todas as mulheres e que marca o fim do período reprodutivo. Normalmente ocorre entre os 45 e os 55 anos, embora possa surgir mais cedo ou mais tarde. Esta etapa, caracterizada pelo final da menstruação devido à redução na produção de estrogénios e progesterona pelos ovários, traz consigo diversas alterações físicas, emocionais e psicológicas que merecem uma abordagem holística.
As mudanças hormonais que acompanham a menopausa são frequentemente acompanhadas por sintomas físicos, como afrontamentos, insónias, secura vaginal, aumento do peso e alterações no metabolismo. Embora estas manifestações sejam físicas, têm um impacto direto na qualidade de vida e no bem-estar emocional das mulheres. Por exemplo, a insónia, comum neste período, pode gerar cansaço acumulado, aumentando a irritabilidade e diminuindo a capacidade de concentração. Os afrontamentos, especialmente quando inesperados e intensos, podem levar à ansiedade social, uma vez que as mulheres podem sentir-se desconfortáveis em ambientes públicos.
Estes efeitos físicos, frequentemente visíveis, podem também afetar a autoestima e a autoconfiança. Do ponto de vista psicológico, a menopausa é um período de transição que pode desencadear uma mistura de emoções. Algumas mulheres experimentam alívio por não terem mais ciclos menstruais ou a possibilidade de uma gravidez indesejada. Outras, no entanto, enfrentam sentimentos de perda ou de envelhecimento, especialmente numa sociedade onde a frescura da juventude é frequentemente valorizada acima de tudo.
A depressão e a ansiedade são comuns nesta fase, em parte devido às flutuações hormonais, mas também pelos significados sociais e pessoais atribuídos à menopausa. Esta etapa pode coincidir com outros desafios da meia-idade, como filhos a sair de casa, mudanças na dinâmica conjugal, ou preocupações com o envelhecimento dos pais. Estas circunstâncias podem amplificar o impacto emocional da menopausa. A psicologia desempenha um papel fundamental no apoio às mulheres durante esta fase da vida. Através de abordagens como a terapia cognitivo-comportamental, é possível ajudar as mulheres na gestão dos sintomas emocionais e a desenvolver estratégias para lidar com os desafios associados a esta transição. Técnicas de relaxamento, mindfulness e a promoção de uma atitude positiva em relação às mudanças corporais são ferramentas importantes.
Além disso, a terapia de grupo pode ser particularmente útil, permitindo às mulheres partilharem experiências e criarem redes de apoio. Este tipo de intervenção promove o sentimento de pertença e ajuda a normalizar as experiências vividas, reduzindo o isolamento. A compreensão e aceitação da menopausa como uma etapa natural e inevitável é essencial para promover o bem-estar integral. A adoção de hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada, prática regular de exercício físico e a manutenção de um sono adequado, complementa as intervenções psicológicas e melhora a qualidade de vida.
Por fim, é muito importante quebrar os tabus e estigmas associados à menopausa, incentivando o diálogo aberto e informado sobre o tema. As mulheres devem ser encorajadas a procurar apoio médico e psicológico sempre que necessário, valorizando esta fase da vida como uma oportunidade de crescimento e transformação. A menopausa não é apenas o fim de um ciclo, mas também o início de uma nova fase repleta de possibilidades. Com apoio adequado, é possível enfrentar os desafios e aproveitar esta etapa com leveza, saúde e bem-estar.
Gracinda e a Psicologia 