Falando um pouco sobre esquizofrenia

Este é um daqueles temas que muitas pessoas evitam ou só conhecem através de estereótipos errados. Quando pensamos em esquizofrenia, é fácil lembrarmo-nos de filmes ou séries que mostram pessoas completamente desconectadas da realidade, mas a verdade é bem mais complexa e, sobretudo, muito mais humana.

A esquizofrenia é uma perturbação psiquiátrica grave que afeta a forma como a pessoa pensa, sente e percebe o mundo à sua volta. Normalmente, os primeiros sinais aparecem no final da adolescência ou no início da idade adulta. Não é, como algumas pessoas pensam, uma “dupla personalidade” ou simplesmente “loucura”. É uma condição séria que pode ter um grande impacto na vida da pessoa doente e das pessoas à sua volta.

Os sintomas podem variar bastante, mas costumam incluir alucinações (Ex. ouvir vozes ou ver coisas que não estão lá), delírios (acreditar em coisas que não fazem sentido para os outros), pensamento desorganizado e dificuldades em expressar emoções ou manter uma conversa coerente. Além disso, muitos doentes acabam por se isolar, perdem o interesse nas atividades diárias e podem ter dificuldades em cuidar de si próprios. É importante perceber que a esquizofrenia não tem uma única causa. Parece resultar de uma combinação de fatores genéticos, químicos e ambientais. O stresse ou o uso de substâncias psicoativas pode desencadear ou agravar os sintomas, mas não é a “culpa” da pessoa ter esta condição.

O tratamento existe e, quando seguido corretamente, pode fazer toda a diferença. Normalmente, envolve medicação para ajudar a controlar os sintomas e psicoterapia para ensinar a lidar com os desafios do dia-a-dia. O apoio da família e dos amigos também é fundamental. Infelizmente, muitas pessoas com esquizofrenia acabam por ser estigmatizadas e afastadas da sociedade, o que só piora a situação e aumenta o seu sofrimento.

Falar abertamente sobre esquizofrenia ajuda a desmistificar o assunto e a combater o preconceito. Se conheces alguém que lida com esta condição, lembra-te que essa pessoa não escolheu estar doente. O que ela precisa é de compreensão, apoio e um ambiente que favoreça o tratamento. Quanto mais informados estivermos, melhor conseguimos ajudar e construir uma sociedade mais inclusiva para todos.

Uma opinião sobre “Falando um pouco sobre esquizofrenia

  1. Muito necessária esta postagem. Tantas pessoas nesta condição, precisa da nossa empatia e um olhar amoroso. Na minha família por parte de mãe, tivemos um primo que aos treze anos já teve de ser internado, passou por situações bem difíceis, pois na época usavam choques. Mas quando retornou, nós crianças o abraçamos e o incluía em tudo. Mas não era o que os adultos fazia. Hoje temos duas primas, uma é agressiva e outra mais pacata, mas ambas se retraem e não se permitem ser tratada como deve ser, para assim terem uma vida mais suportável, digamos assim.

    Liked by 1 person

Deixe um comentário