Benefícios das Férias de Verão na Saúde Mental e Bem-Estar

A ansiedade é uma condição psicológica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, manifestando-se frequentemente em períodos de grande exigência e pressão devido ao trabalho. As obrigações profissionais constantes podem levar ao burnout, um estado de exaustão física e emocional, causado pelo stresse sentido em contexto de trabalho. Este fenómeno afeta não só o desempenho e a produtividade, mas também a vida pessoal dos indivíduos, podendo prejudicar seriamente a convivência familiar e a saúde mental.

Com a chegada do verão, muitas pessoas veem a oportunidade ideal para tirar férias e aliviar o stresse acumulado. O período de descanso pode ser um momento fundamental para ajudar à diminuição da ansiedade e dos sintomas de burnout. Férias em família, em especial, podem proporcionar momentos de prazer e descontração, essenciais para a recuperação do bem-estar físico e psicológico. Passar tempo de qualidade com os entes queridos, longe das obrigações profissionais, contribui para reequilibrar a energia física e o estado emocional.

Durante as férias de verão, a prática de atividades ao ar livre, como por exemplo caminhadas na praia, natação e passeios em parques, pode revelar-se altamente benéfico para a o restabelecimento da saúde física e mental. Essas atividades promovem a liberação de endorfinas, neurotransmissores que proporcionam sensação de prazer e de bem-estar. Além disso, a exposição ao sol aumenta a produção e absorção de vitamina D, importante para a regulação do humor.

É recomendável que as férias sejam bem planeadas para maximizar os seus benefícios. Desconectar-se das responsabilidades profissionais, ainda que temporariamente, favorece o verdadeiro descanso. Estabelecer limites claros entre trabalho e lazer é essencial para que o tempo de férias seja realmente reparador. Aproveitar para se dedicar a hobbies, ler um bom livro ou simplesmente relaxar sem pressões, pode ajudar a fazer a diferença e consequentemente melhorar a saúde e a satisfação com a vida.

Ao regressar ao trabalho, é comum que a sensação de bem-estar perdure, ajudando a enfrentar as obrigações profissionais com mais serenidade. Deste modo, investir nas férias de verão não é apenas uma questão de lazer. Poderá ser uma estratégia vital para manter estável, a sua saúde mental. O equilíbrio entre trabalho, descanso e prazer é a chave para uma vida mais saudável e feliz. Boas férias!

Quando a criança tem medo de falhar

Algumas crianças lidam desde cedo com medos e inseguranças que podem ser motivados por diversas ordens de razão. Estes medos podem fazer com que a criança deixe de querer “arriscar” ou quando o faz, seja acompanhado por muita ansiedade, comprometendo o seu desempenho e reforçando as suas inseguranças.

Para ajudar a criança que tem medo de falhar, é muito importante, em primeiro lugar que reconheça a situação. Devemos revelar que percebemos o que se está a passar e procurar que a criança fale sobre o assunto, ou seja, que expresse a sua preocupação. Exemplos como “vejo que estás preocupado com a apresentação do teu trabalho de amanhã na escola. Vamos conversar um pouco sobre isso? Este poderá ser o ponto de partida para ajudar a criança insegura com o seu desempenho numa atividade escolar. Validar os sentimentos da criança e refletir sobre o assunto, pode também ser bastante eficaz, para que ela se consiga acalmar. “Estás muito ansioso por causa do teu trabalho, eu compreendo, por vezes é difícil ter tantas coisas na cabeça e essa matéria é realmente complexa”. Será igualmente útil ajudar a criança a processar o medo. “O que achas que pode acontecer se te enganares numa data ou num nome, quando apresentares o trabalho de História amanhã? Qual é a pior coisa que pode acontecer? E então?“.

Continue a ler “Quando a criança tem medo de falhar”

Síndrome do impostor

A síndrome do impostor relaciona-se com a avaliação que cada um faz de si próprio e do seu desempenho. Refere-se a um sentimento de descrença no seu valor, mesmo quando confrontado com provas da sua competência em tarefas bem-sucedidas.

A síndrome do impostor tem a ver com a forma como nos avaliamos a nós próprios, bem como a forma como avaliamos o nosso desempenho. Muitas vezes, quando temos um bom desempenho em determinada tarefa, acabamos por atribuir as responsabilidades do sucesso a fatores externos, não conseguindo aceitar que o sucesso tem a ver principalmente com a qualidade do nosso trabalho. Algumas pessoas com síndrome do impostor, avaliam-se a si mesmas como uma “fraude”, chegando mesmo a recear serem descobertas, sem que verdadeiramente haja motivo para tal. É como se não aceitassem como válidas as suas capacidades e duvidassem das suas competências.

Alguém que sofre da síndrome do impostor pensa frequentemente que se fez algo bem, foi porque teve sorte e não porque se esforçou ou se preparou bem para a tarefa, chegando mesmo a pensar que numa próxima vez, as coisas não irão correr tão bem. No fundo trata-se de uma falta de confiança e de uma perceção distorcida da sua autoeficácia.

Os sintomas mais frequentes da síndrome do impostor estão relacionados com o pensamento, havendo um medo recorrente de se ser descoberto como fraude. Outro sintoma comum é o estabelecimento de comparações com os outros, acreditando que estes são mais inteligentes e capazes. A imagem idealizada daquilo que é suposto atingir numa situação, é outra característica destes indivíduos, que acabam por nunca ficar satisfeitos com o resultado final do seu trabalho, por consideraram que não está suficientemente bom. A síndrome do impostor faz ainda com que a pessoa tenha uma tendência para se escusar de receber elogios, lidando mal com os mesmos, por acreditar que o sucesso não é por responsabilidade sua. Esta situação poderá também conduzir a problemas de ansiedade.

Foram identificados alguns fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da síndrome do impostor, sendo eles a baixa autoestima ou os elevados padrões de exigência durante a infância, como por exemplo a exigência por parte dos pais por notas máximas em provas escolares, ou até por um comportamento social exemplar. Quando sistematicamente o indivíduo sente que estava aquém do que esperavam dele, ou isso estava implícito na cultura familiar, este vai achar que é insuficiente e que nunca vai conseguir fazer suficientemente bem, originando ansiedade (variável de pessoa para pessoa) e dependência da validação externa.

O primeiro passo para ultrapassar o mal-estar provocado pela síndrome do impostor é a tomada de consciência. Há que separar a realidade, daquilo que são pensamentos disfuncionais e emoções por eles geradas. Há que conseguir perceber que é necessário alterar a perceção que se tem da realidade, isto é, pensar que a função que se desempenhou e que foi elogiada, estava de facto bem conseguida, graças às capacidades e empenho do próprio e não a fatores como a sorte. Há ainda que ajustar as espectativas e refletir acerca do que se é e do que se pretende ser, no sentido de evitar a frustração. O apoio das pessoas significativas pode ser determinante neste trabalho de aceitação de si e também do erro, uma vez que este faz parte de qualquer processo.

O apoio psicológico pode ajudar na necessária reestruturação cognitiva, orientando e acompanhando o processo de mudança!

Síndrome de Burnout

A síndrome de burnout corresponde a um conjunto de sintomas que caracterizam um estado de “esgotamento” físico e mental, causado pelo exercício de uma atividade profissional. Esta síndrome pode ocorrer quando as exigências laborais são desajustadas face aos conhecimentos e/ou ás capacidades dos indivíduos.

Uma das 3 dimensões da síndrome de burnout é a exaustão. Esta é a primeira reação ao stresse provocado pelas exigências do trabalho, e relaciona-se com sentimentos de sobrecarga e de falta de recursos, tanto físicos como emocionais. Assim, o indivíduo sente-se cansado, sem energia, com as suas capacidades reduzidas, e com extrema dificuldade em enfrentar os desafios e as exigências em contexto de trabalho. As principais causas desta exaustão são a sobrecarga de tarefas e/ou o desajuste das mesmas, mas também os conflitos interpessoais em contexto laboral. Este sentimento de exaustão pode provocar reações de distanciamento emocional, de si próprio e do trabalho, supostamente como um mecanismo para conseguir lidar melhor com a sobrecarga.

Continue a ler “Síndrome de Burnout”

Chegou a época dos testes! Vou ter exame, ai agora…

O medo e a ansiedade são naturais ao ser humano, desempenhando um papel muito importante no comportamento e na sobrevivência. É porque temos medo que nos protegemos e nos defendemos dos perigos que percecionamos. No entanto, medo em excesso pode interferir de forma muito negativa na nossa vida, uma vez que nos pode comprometer a nossa funcionalidade.

 Em contexto escolar, a ansiedade dos alunos perante a perspetiva de um teste é um fenómeno particularmente difícil. A ansiedade gerada pela avaliação, ou seja, a ansiedade de desempenho, principalmente em contexto formal, como é o caso de testes e exames, ou até mesmo informal, como a leitura de uma poesia em família, é sempre mais ou menos perturbadora. Ser avaliado corresponde a uma situação complexa que reúne várias dimensões (cognitiva, emocional, fisiológica e comportamental). Em termos teóricos, a ansiedade de desempenho face a um teste pode assumir duas formas distintas: como traço ou como estado. Enquanto traço, a ansiedade corresponde a uma predisposição psicológica para reagir com o mesmo nível de ansiedade (alto ou baixo) a um conjunto indiscriminado de situações. Enquanto estado (ou sobrecarga) a ansiedade acontece em situações esporádicas, como um exame particularmente difícil ou para o qual o aluno não se sente devidamente preparado.

Continue a ler “Chegou a época dos testes! Vou ter exame, ai agora…”

Motivar para aprender

A motivação é o ponto de partida parta uma aprendizagem eficaz. Alunos com capacidades cognitivas normativas, se motivados, estão predispostos a aprender e a dar significado às suas aprendizagens. A par da motivação está a autoestima. Um aluno com boa autoestima, reconhece as suas capacidades e permite-se utilizar estratégias adequadas a uma aprendizagem orientada para o sucesso!

Muitos jovens e até crianças, revelam nos dias de hoje, uma grande desmotivação face à escola e à aprendizagem, com efeitos muito significativos ao nível do decréscimo do rendimento escolar e do seu bem-estar emocional e familiar, O desinteresse e a desmotivação com a escola, habitualmente, não é determinado por uma única causa mas sim, por um conjunto de determinantes que podem englobar fatores temperamentais, ambientais ou contextuais e ainda fatores genéticos. Uma das causas mais frequentemente apontadas para a desmotivação para o estudo é a forma como os conteúdos programáticos são lecionados ou a dificuldade na relação com os professores. Outra razão para o desinteresse, prende-se com o facto de que as crianças e os jovens podem não reconhecer utilidade a alguns dos referidos conteúdos, ou de não entenderem de que forma essas aprendizagens lhe podem ser úteis, quer no presente, quer no futuro.

Continue a ler “Motivar para aprender”

Regresso à escola e ansiedade

O mês de Setembro trás consigo o final das férias e o regresso à escola. Depois de algum tempo de descanso, descontração e alívio das responsabilidades letivas, o reinício de um novo ano escolar pode apresentar desafios, por vezes vividos com alguma ansiedade, quer pelas crianças, quer pelos pais ou educadores.

O regresso às aulas apresenta-se habitualmente como um momento muito esperado pela maioria das crianças, um vez que tem associado o reencontro com amigos, o conhecer novos colegas e ainda o entusiasmo pela descoberta dos professores e dos conteúdos de um novo ano letivo. Neste ano de pandemia, em que tanto a intermitência da permanência física na escola como a consequente adaptação a diferentes formas de exposição dos conteúdos, por parte dos professores, foi uma constante, muitas crianças anseiam o retomar da normalidade a que estavam habituadas ou aquela que lhes era anteriormente apresentada. Assim sendo, é expectável que para muitos alunos este recomeço seja um momento muito aguardado, embora ao mesmo tempo, potencial gerador de alguma ansiedade. Por outro lado, o ainda “fantasma do Covid-19” que paira sobre as nossas cabeças pode contribuir para um crescente estado ansioso, pelo receio de poderem contrair ou transmitir a doença.

Continue a ler “Regresso à escola e ansiedade”