Escola, brincar e aprender

A escola é parte integrante da vida da criança, e é em contexto escolar que ela passa muitas das horas do seu dia, em interações múltiplas, repletas de oportunidades de aprendizagem, socialização e crescimento.

A escolaridade obrigatória é um direito e um dever para todos os cidadãos com idades entre os 6 e os 18 anos. O Estado Português defende que os 12 anos de escolaridade são relevantes para o progresso social, económico e cultural da população e do país. Dentro da sala de aula, a criança aprende de forma estruturada as atividades e os conteúdos programáticos correspondentes ao ano que frequenta, no entanto, fora da sala de aula (e não menos importante), a criança experimenta diversas atividades e tem a possibilidade aprender através do brincar. Esta aprendizagem informal é de extrema importância a vários níveis, nomeadamente ao nível da socialização e desenvolvimento de competências relacionais.

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O trabalhador do século XXI

A psicologia do desenvolvimento e gestão de carreiras em contexto organizacional, tem como objeto de estudo a relação entre o individuo e a organização onde trabalha. Os interesses, a produtividade e o proveito mútuo, são tópicos relevantes a ter em conta, de modo a sustentar o desenvolvimento dos indivíduos, dar resposta às necessidades das organizações e procurar um compromisso entre a estratégia organizacional e as aspirações de cada trabalhador.

Do trabalhador do século XXI espera-se que reúna um conjunto de características potenciadoras de uma carreira bem-sucedida. Em primeiro lugar deverá ter flexibilidade cognitiva e emocional, necessária para a mudança do seu campo de atuação e adaptação às necessidades do mercado. A criatividade, ou seja, a forma como o individuo lida com a informação obtida, de forma inovadora e “fora da caixa”, pode ser mais valorizada do que os seus conhecimentos propriamente ditos, uma vez que o que parece ser mais significativo no tratamento da informação é a originalidade, a imaginação e a capacidade de “pensar diferente”. Outra característica importante é a capacidade para fazer formação ao longo da vida. A evolução da tecnologia e o aumento de informação, obrigam a constantes atualizações, de modo a que se possam abraçar novos desafios. O individuo deve também promover o autoconhecimento, de forma a poder direcionar a sua ação no sentido da realização pessoal e da competência profissional, adequando as suas características individuais ao mercado de trabalho, ao longo do curso de vida. A cultura geral e o conhecimento eclético são fundamentais para o processo de construção da identidade e adaptação aos diversos ambientes e formas de trabalho.

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Sobredotação, criatividade e aprendizagem

Para que se considere que uma criança é sobredotada, o critério tradicional é que possua um quociente de inteligência – QI igual ou superior a 130, ou seja, elevado. Para isso, as crianças são sujeitas a testes de avaliação psicológica, onde põem à prova as suas competências nas diversas dimensões passíveis de avaliação, como por exemplo a compreensão verbal, a organização percetiva, a velocidade de processamento, entre outras.

A definição de sobredotação pode excluir crianças altamente criativas, cujas respostas pouco típicas e fora do comum fazem diminuir a sua pontuação nos referidos testes. Podem ainda ficar excluídas crianças provenientes de grupos minoritários, cujas habilidades podem não estar bem desenvolvidas, por falta de experiencias, oportunidades e de estímulos, embora possa existir potencial para tal. O mesmo se pode aplicar a crianças com aptidões específicas, que podem ser avaliadas como medianas ou mesmo revelar problemas de aprendizagem, noutras áreas distintas. Assim, foi adotada uma definição mais ampla, que inclui crianças que apresentam alta capacidade ou competência intelectual, criativa, artística ou de liderança em campos académicos específicos, e que necessitam de serviços e atividades educacionais especiais, no sentido de desenvolverem totalmente essas capacidades. O método de avaliação pode abranger critérios múltiplos que incluam resultados em testes de desempenho, desempenho em sala de aula, produção criativa, informação fornecida por pais e professores e entrevistas com os alunos. No entanto o valor do QI permanece como fator importante e muitas vezes determinante.

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Ensinar e aprender

O desejo de saber e a capacidade para aprender são características inatas do ser humano. Desde os primeiros dias de vida, as crianças utilizam as suas capacidades motoras, percetuais e sensoriais, para exercerem influência sobre os outros e sobre tudo o que os rodeia. É assim que identificam, apreendem e compreendem os vários ambientes onde se inserem, desenvolvendo competências físicas, cognitivas e sociais.

Quando as crianças entram na idade dos porquês, por volta dos 4 anos, isso não é mais do que a exploração da sua curiosidade, do seu desejo de saber. Na entrada para a para a escola, todo um novo mundo se abre às crianças. Mas será que o modelo clássico de escola e de ensino essencialmente expositivo, mata, aproveita ou incentiva o desejo de saber das crianças dos nossos dias? Supostamente a escola é uma fonte privilegiada de informação, onde as crianças têm acesso ao conhecimento e onde se dão, sem dúvida alguma, importantes processos de aprendizagem. Os professores são os grandes atores deste teatro de ensinamentos e conhecimentos, mas também os pares têm um papel muito significativo. Todas as experiências que ocorrem em contexto escolar, não só dentro da sala de aula mas também de recreio, são fontes de aprendizagem relevantes. No entanto, sem vontade e sem motivação não se aprende, não há aquisição de conhecimentos, ou se há, pode não ser suficientemente sólida e duradoura.

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Resolução criativa de problemas

A criatividade é um conceito abstrato que envolve a produção de ideias originais. É um processo que se desenvolve através da combinação do conhecimento já existente com novas aquisições ou com perspetivas inovadoras de conhecimentos anteriores, ou ainda, através de um rompimento com o passado, emprestando o que já se conhece a novos conceitos.

A criatividade pode ser utilizada para diversos fins e em diferentes contextos de vida. Há quem revele a sua criatividade pela expressão artística, pela forma como se relaciona socialmente com os outros, como desempenha as suas funções laborais ou como resolve os seus problemas. A resolução criativa de problemas encerra em si várias etapas, que devem ser ultrapassadas uma a uma, de forma ordenada, no sentido de potenciar uma resolução adequada e adaptativa. O primeiro passo é a compreensão do problema. Não podemos resolver um problema se não o compreendermos ou não o entendermos como tal. Essa compreensão passa por uma descoberta objetiva dos factos, como por exemplo a gestão do tempo e o estabelecimento de prioridades. Imaginemos que o problema se relaciona com o facto de termos que desempenhar muitas tarefas e muito diversificadas, com limitações de tempo, o que causa muita ansiedade e desconforto. Entendemos o problema, sabemos a sua causa e provavelmente intuímos como seria melhor a nossa qualidade de vida, resolvendo o problema. No entanto, podemos não saber como fazer…

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Medir a criatividade

A criatividade envolve a produção de ideias originais. É um constructo abstrato que para ser estimulado tem que ser definido, avaliado e que exige uma reflexão critica uma vez que é multifatorial.

A criatividade é um processo que envolve a combinação do conhecimento já existente, numa nova forma através da aplicação de ideias antigas a novos contextos ou através da perspetivação inovadora de conhecimentos antigos, ou ainda, através de um rompimento com o passado, emprestando o que já se conhece a novos conceitos. A raiz etimológica da palavra criatividade vem do termo latim creare que significa criar, produzir, formar. Há cerca de 100 anos o estudo ou reflexão sobre a criatividade fazia-se apenas com base nas biografias de figuras eminentes. As primeiras abordagens científicas à criatividade eram abordagens dinâmicas inspiradas na teoria de Freud e a psicanálise abriu portas a interpretações criativas.

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