Muitos estudantes enfrentam períodos em que se sentem desmotivados em relação aos estudos, por diversas razões. No entanto, muitas vezes a falta de motivação e o baixo rendimento, prende-se com o facto de não terem desenvolvido ainda, métodos de estudo eficazes. Aqui ficam algumas estratégias simples, que podem ajudar os alunos a recuperar o entusiasmo e a encontrar a motivação necessária para o sucesso.
Em primeiro lugar recomenda-se que sejam definidos objetivos claros e alcançáveis para os estudos. Falamos de metas de curto prazo, como executar ou concluir uma tarefa específica, mas também metas de longo prazo, como obter uma determinada nota a uma determinada disciplina ou até mesmo passar de ano! Analisar e definir exatamente o que tem que ser feito, é o primeiro passo para se organizar o tempo para estudar, sem esquecer que também é preciso tempo para se divertirem.
Terminadas as férias de verão, o regresso ás aulas pode ser algo tão desejado como temido. Se para muitas crianças e adolescentes este momento é esperado com entusiasmo, para muitos outros é vivido com enorme ansiedade. Os pais também podem sentir apreensão ou mesmo receio, no momento de levarem os seus filhos de regresso á escola.
O regresso às aulas é para a maioria crianças e jovens um momento aguardado com alguma ansiedade, embora nem sempre pelas mesmas razões. As crianças mais pequenas tendem a aguardar com entusiasmo o momento de regressar á escola, de rever colegas e professores e de retomar as suas rotinas, atividades e brincadeiras. A escola para além das aprendizagens em sala de aula é também um lugar de diversão e partilha, para o qual as crianças mais novas habitualmente anseiam regressar no final do verão. No entanto, e principalmente em anos de mudança de ciclo ou de escola, a ansiedade pode ter um papel importante na forma como crianças e pais avaliam esse momento, o que é perfeitamente normal, principalmente se o contexto escolar no qual a criança vai ingressar for novo e desconhecido.
Dentro do espectro das perturbações de ansiedade na infância e na adolescência, a ansiedade de separação é uma das formas mais expressivas e que pode ter consequências com impacto muito significativo na vida da criança e da família.
A ansiedade de separação caracteriza-se essencialmente por um medo excessivo da separação das figuras de vinculação ou de referência, habitualmente os pais ou outros cuidadores que os substituem. Este medo pode começar a manifestar-se por volta dos oito meses de idade, no entanto, a perturbação de ansiedade de separação tem por norma o seu início entre os 7 e os 12 anos, podendo em alguns casos ter um começo mais precoce e manifestar-se antes dos 6 anos. A investigação nesta área aponta para uma prevalência de 3 a 13% em crianças e 1,8 a 2,4% em adolescentes, com maior incidência no sexo feminino (Costello & Angold, 1995).
Dentro dos critérios de diagnóstico desta perturbação, encontram-se manifestações como a ansiedade excessiva e desadequada para a idade da criança/adolescente em situações em que tem que se separar dos pais, como por exemplo quando tem que ficar na escola ou na casa de outro familiar. Estas crianças tendem a sentir um mal-estar desmedido e persistente sempre que situações de separação são antecipadas, podendo manifestar sintomas físicos como dores de barriga, náuseas ou dores de cabeça, entre outros.
Crianças com perturbação de ansiedade de separação revelam uma preocupação excessiva pela perda dos pais ou por possíveis males que lhes possam acontecer, assim como um medo exagerado de poderem ser raptadas ou de se perderem. É ainda comum apresentarem grande relutância em estarem sozinhos em casa ou noutros locais sem a companhia de um adulto significativo. Também o dormir ou adormecer sozinho pode ser uma dificuldade e pode ser frequente terem pesadelos que envolvam o tema da separação das figuras parentais.
São várias são as consequências negativas desta perturbação e podem afetar a vários níveis. Por vezes, a dificuldade em ficar na escola ou em se manter lá pelo tempo que seria suposto, pode levar a uma menor participação nas atividades curriculares e ao decréscimo do rendimento escolar. Por outro lado, os pais, poderão ver a sua atividade laboral prejudicada e interrompida por telefonemas constantes por parte dos educadores/professores ou pela própria criança/adolescente, com solicitações para o irem buscar. Com o medo de se afastarem dos pais, as crianças/adolescentes podem perder oportunidades de socialização e de divertimento como festas de aniversário, passeios da escola ou estadias em campos de férias, com tudo o que de divertido e desafiante essas situações podem proporcionar e que são tão importantes para o desenvolvimento saudável das crianças/jovens.
Esta perturbação causa grande sofrimento e pode conduzir a situações extremas, devendo por isso ser tratada com cautela e ser alvo de intervenção. Situações desadequadas como ter medo de estar sozinho na casa-de-banho mesmo com os pais em casa ou recusar-se em ir à escola, podem ocorrer causando grande stresse familiar. Para além disso, este tipo de perturbação poderá ser um fator de risco para o desenvolvimento de perturbação de pânico ou agorafobia na idade adulta. Perante um quadro de manifestação deste tipo de sintomas ou comportamentos, os pais ou cuidadores deverão pedir ajuda especializada para avaliação do caso, de modo a permitir a intervenção adequada à situação, no sentido de reduzir os impactos negativos que o problema poderá ter, quer na vida emocional e social da criança/adolescente, quer nas suas rotinas diárias.
Fontes:
Costello, E. J., & Angold, A. (1995). Developmental epidemiology. In D. Cicchetti & D. J. Cohen (Eds.), Developmental psychopathology, Vol. 1. Theory and methods (pp. 23–56). John Wiley & Sons.
Figueroa, A., Soutullo, C., Ono, Y., & Saito, K. (2015). Ansiedade de separação. IACAPAP e-Textbook of Child and Adolescent Mental Health.(edição em Português.
A ansiedade é uma reação comum e até certo ponto funcional, na vida de qualquer indivíduo, podendo manifestar-se por comportamentos de fuga ou evitamento. É normal que cada um de nós, em vários momentos da nossa existência, experienciemos o sentimento de ansiedade, sempre que avaliamos cognitivamente uma situação ou um acontecimento que consideramos importante.
O regresso às aulas é para a maioria crianças e jovens, um momento aguardado com alguma ansiedade. Corresponde ao reinício de rotinas e tarefas, interrompidas pelo período de férias. Principalmente as crianças do primeiro ciclo, tendem a revelar uma grande vontade de recomeçar a escola e de rever colegas e professores, o que de um modo geral, nem sempre é vivido com o mesmo entusiasmo por parte dos adolescentes. De qualquer modo, o momento de se confrontarem com novos professores, distribuição de turmas e horários, bem como novas disciplinas e novas matérias, pode ser sempre acompanhado de alguma ansiedade e outras emoções intensas.
A dislexia é uma perturbação da aprendizagem específica, em que o indivíduo apresenta uma dificuldade significativa na aprendizagem da leitura. Caracteriza-se principalmente por dificuldades ao nível do reconhecimento preciso ou fluente de palavras escritas, da descodificação e da capacidade de soletrar.
O indivíduo disléxico, apesar de apresentar frequentes erros fonológicos e erros visuo-espaciais, não significa que tenha um problema visual ou auditivo, ainda que possa não conseguir discriminar os sons das letras. A dislexia também não é resultado de uma estimulação escolar deficitária, dificuldades cognitivas ou perturbações mentais, nem mesmo de falta de experiências socioculturais adequadas. A sua origem é multifatorial com destaque para os fatores os genéticos, neurológicos neuro-cognitivos. A dislexia compromete essencialmente as funções relacionadas com o processamento fonológico e à memória verbal, porém pode também afetar outras funções. Estando as aprendizagens escolares diretamente relacionadas com a leitura, esta perturbação pode comprometer seriamente o desempenho e aproveitamento escolar.
A motivação é o ponto de partida parta uma aprendizagem eficaz. Alunos com capacidades cognitivas normativas, se motivados, estão predispostos a aprender e a dar significado às suas aprendizagens. A par da motivação está a autoestima. Um aluno com boa autoestima, reconhece as suas capacidades e permite-se utilizar estratégias adequadas a uma aprendizagem orientada para o sucesso!
Muitos jovens e até crianças, revelam nos dias de hoje, uma grande desmotivação face à escola e à aprendizagem, com efeitos muito significativos ao nível do decréscimo do rendimento escolar e do seu bem-estar emocional e familiar, O desinteresse e a desmotivação com a escola, habitualmente, não é determinado por uma única causa mas sim, por um conjunto de determinantes que podem englobar fatores temperamentais, ambientais ou contextuais e ainda fatores genéticos. Uma das causas mais frequentemente apontadas para a desmotivação para o estudo é a forma como os conteúdos programáticos são lecionados ou a dificuldade na relação com os professores. Outra razão para o desinteresse, prende-se com o facto de que as crianças e os jovens podem não reconhecer utilidade a alguns dos referidos conteúdos, ou de não entenderem de que forma essas aprendizagens lhe podem ser úteis, quer no presente, quer no futuro.
Impelidos pela curiosidade, pressão dos pares, busca de novas sensações, necessidade de se alhearem dos seus problemas, auto-descoberta, definição da identidade e consequente assunção de comportamentos de oposição à autoridade parental, muitos são os jovens que experimentam e consomem álcool, tabaco ou outras substâncias psicoativas. Estes comportamentos põem em risco a sua saúde física e psicológica, não só presente mas também futura.
Os jovens encontram nos seus pares os seus modelos de identificação, adotando os comportamentos do grupo uma vez que na maioria dos casos e devido à sua imaturidade cerebral, principalmente das estruturas do córtex pré-frontal, os adolescentes não têm ainda a capacidade de compreender as potenciais consequências dos seus atos.
O consumo de álcool, na adolescência, muitas vezes vai para além da experiencia e torna-se abusivo, logo, prejudicial. É considerado abuso, um padrão comportamental muito pouco adaptativo, com a duração superior a um mês, em que um jovem continua a consumir uma substância mesmo conhecendo a sua perigosidade. Este padrão de comportamento desadequado e arriscado inclui, por exemplo, a condução de veículos após o consumo de álcool, o que coloca em risco a sua vida e a de terceiros. Um dos perigos da experiencia do consumo de substâncias psicoativas é o perigo de se tornar abusivo ou até mesmo de levar o adolescente à dependência. Esta pode ser fisiológica, psicológica ou ambas e o mais provável é que se não houver intervenção, se prolongue pela idade adulta.