Luto

O luto é uma reacção característica a uma perda significativa.

É um processo necessário, normal e adaptativo após uma perda e que engloba quatro dimensões que traduzem o sofrimento decorrente da quebra de um laço emocional.

• Emoções – tristeza, zanga, desamparo, solidão…
• Cognições – negação, pensamentos intrusivos, dificuldade na tomada de decisão…
• Sensações físicas – vazio no estômago, nó na garganta, aperto no peito…
• Comportamentos – choro, perturbações do sono, do apetite, isolamento…

Vários são os modelos que explicam o luto e os mecanismos envolvidos no seu processo. O modelo de Stroebe & Stroebe postula que uma boa adaptação ao luto constitui um processo dinâmico que envolve confronto e evitamento de elementos stressores orientados para a perda e elementos stressores orientados para o restabelecimento. O tratamento do luto complicado é implementado através de estratégias terapêuticas cognitivo-comportamentais focadas na perda e na restauração. Este modelo defende que a elaboração do luto alterne entre a “orientação para a perda” e a “orientação para a recuperação”, entre a atenção aos sentimentos de tristeza e angustia e a reflexão sobre tudo o que a perda envolve e a reorientação para as tarefas domésticas e laborais que para além de serem obrigações nossas servem também para “descansar” da intensa angustia e ansiedade que acompanham a elaboração activa do luto. Segundo este modelo, o luto complica-se quando nos orientamos apenas numa destas direcções, excluindo a outra, ficando petrificados em reflexões intermináveis ou evitando completamente a dor.