A assertividade é uma competência social, que permite que o indivíduo defenda os seus direitos pessoais, expresse os seus pensamentos, sentimentos e crenças, de forma honesta, clara e adequada, ao mesmo tempo que respeita os direitos e opiniões dos outros. A comunicação assertiva promove uma melhor comunicação interpessoal e consequentemente relações pessoais mais gratificantes, maior realização pessoal e melhor qualidade de vida.
Cada indivíduo tem naturalmente o seu estilo próprio de comunicação. Uns mais passivos, outros mais agressivos, enfim, ser assertivo pode não ser propriamente uma característica inata comum mas com motivação e empenho, todos nós podemos aprender e treinar a assertividade e obter resultados surpreendentes ao nível dos relacionamentos, nos mais variados contextos de vida.
Uma vez que a assertividade básica envolve a simples defesa pessoal de direitos, crenças, sentimentos e opiniões, cabe ao sujeito a tarefa de aprender em primeiro lugar, quais são os seus direitos de afirmação pessoal. Assim, importa saber que todo o indivíduo deve ter o direito de auto-promover a sua dignidade pessoal, de expressar os seus sentimentos, de conseguir dizer não sem se sentir culpado, de cometer erros desde que esteja decidido a corrigi-los posteriormente, de pedir a informação de que necessita e poder reflectir antes de dar uma resposta, de poder criticar sem sentir culpa, de ser respeitado, de poder mudar de opinião e, claro, de não se sentir na obrigação de funcionar sempre no seu limite máximo.
Posto isto, como se processa então o treino assertivo? Em primeiro lugar é necessário identificar as áreas em que existe défice assertivo (e. g. relação com os professores, com o chefe, etc.). De seguida devem ser analisados quais os factores que impedem o sujeito de se expressar de forma adequada (e. g. desconhecimento dos direitos de afirmação, crenças irracionais, etc.). Depois, deverão ser ensaiadas e treinadas respostas assertivas nas áreas identificadas como problemáticas e posteriormente analisadas as suas consequências. Esta fase do treino assertivo deverá decorrer inicialmente em ambiente protegido, ou seja, nas sessões com o psicólogo. Por fim, o indivíduo tentará aplicar a aprendizagem realizada em situações reais.
As respostas assertivas incluem a expressão directa de pensamentos e sentimentos, a escuta do outro (escuta activa), a elaboração de questões abertas que visam conhecer as opiniões e desejos do outro, a utilização de frases curtas e directas, assim como a utilização de expressões iniciadas por eu. É também muito importante que o individuo, na sua comunicação com os outros, possa fazer a distinção entre factos e opiniões, bem como ter a possibilidade de fazer sugestões e críticas construtivas que se centram na acção do outro e não na sua pessoa ou no seu carácter.
Resumindo, a assertividade é a forma de comunicação mais eficaz e adequada para todos os contextos da vida. Podemos ser impulsivos, intempestivos e explosivos mas com ajuda, dedicação, vontade e treino, podemos aprender a comunicar de forma mais adaptativa, de modo a fazer valer os nossos desejos, sentimentos e opiniões, sem que para isso tenhamos que desrespeitar, ofender ou melindrar o nosso interlocutor. Por outro lado, os mais passivos, os que ficam aflitos quando não conseguem dizer não ou não conseguem dizer ao outro o que verdadeiramente estão a sentir, podem também beneficiar de um programa de treino assertivo e ver as suas relações com os outros mais facilitadas e prazerosas.
Gracinda e a Psicologia 