
Uma das tarefas do psicólogo/a é apoiar o seu cliente na resolução de problemas. Para isso há que trabalhar passo a passo, seguindo etapas, até que este chegue a uma solução ponderada e consciente, que se pretende que seja a melhor escolha, visando o sucesso e a eficácia decorrentes da sua implementação.
Ter problemas é comum a todos nós. Resolver problemas, é um assunto por vezes penoso mas necessário. Porém, há problemas que não podemos resolver, simplesmente porque não dependem de nós – não controlamos a situação. Para todos os outros problemas, ou seja, para situações que de alguma forma podemos controlar, há que encontrar a melhor solução. Por vezes, resolver um problema pode ser muito fácil, pode ser algo tão banal, que nem damos por isso, a sua resolução é automática e quase inconsciente. No entanto, há situações mais complexas em que precisamos de ajuda para resolver o nosso problema, da melhor forma.

A técnica de resolução de problemas, muito utilizada especialmente em intervenção psicológica de orientação cognitivo-comportamental, pressupõe um conjunto de etapas numa sequência que não deve ser alterada, no sentido de se obter um resultado satisfatório. A primeira etapa do processo consiste na identificação e definição do problema. Alguns problemas podem resolver-se por si só nesta fase, pois ao refletir sobre a situação, o individuo pode chegar á conclusão que de facto não tem realmente um problema ou que não está nas suas mãos resolvê-lo. Assim terá que ser feito um trabalho de aceitação, que implica aprender a lidar com a situação em questão, de forma mais adaptativa.

A segunda etapa corresponde à criação de várias possíveis soluções para o problema identificado. É uma prática de brainstorming, em que a preocupação principal não deve ser a qualidade das soluções mas sim a quantidade, bem como a exploração da criatividade no sentido de permitir a descoberta de ideias que habitualmente não ocorrem. Segue-se a terceira fase que consiste na avaliação cuidadosa das alternativas obtidas na fase anterior. Deverão ser rejeitadas as soluções que após a sua avaliação possam não fazer sentido ou que sejam indesejadas. Todas as outras, que sejam exequíveis e razoáveis, deverão ser ordenadas de forma preferencial. Esta etapa inclui ainda a ponderação de custos e benefícios, de cada uma das opções encontradas e selecionadas como possíveis.

A terceira etapa do processo de resolução de problemas consiste na escolha de uma das soluções. Depois de escolhida a solução, deverá ser determinado quando e como esta será implementada (planeamento da ação), de forma clara e detalhada. A quarta etapa é a da implementação da solução exatamente como foi planeada. Deverá ser tido em consideração que esta solução foi a escolhida, de forma consciente e responsável, cujos prós e contras foram devidamente avaliados, no sentido de potenciar os resultados finais. Por fim, a última etapa consiste na avaliação do resultado, isto é, o indivíduo deverá avaliar a eficácia da solução escolhida e implementada. Se a eficácia for satisfatória, à partida o problema está resolvido. Caso contrário, o indivíduo deverá voltar á segunda etapa e selecionar uma nova solução, repetindo os passos subsequentes.

A resolução de um problema pode ser um processo complexo e com implicações ao nível das emoções e da ansiedade. Quando um indivíduo apresenta dificuldades para chegar a uma solução eficaz sozinho, o acompanhamento de um psicólogo/a pode ser altamente benéfico. Este poderá orientar o indivíduo nas suas decisões e ao mesmo tempo ajudá-lo na sua autorregulação emocional e na gestão do stresse. O apoio técnico especializado irá proporcionar ao individuo uma maior confiança e segurança ao longo deste processo, assim como na manutenção dos bons resultados obtidos.