
Os pensamentos intrusivos são um sintoma comum a muitas perturbações psiquiátricas como a depressão, a ansiedade a perturbação obsessivo- compulsiva. Estes pensamentos são muito persistentes, recorrentes, incomodativos e difíceis de controlar.
O problema de ter “pensamentos intrusivos,” embora comum, é de certo modo desconhecido uma vez que muitas pessoas não sabem exatamente o que são e como se manifestam. Estes pensamentos são automáticos e surgem na mente, na maioria das vezes de forma negativa. Ocorrem sem que haja necessariamente um motivo que o desencadeie e parecem muito reais e concretos, podendo interferir diretamente nas emoções e nos sentimentos da pessoa.

Os pensamentos intrusivos não afetam apenas o estado emocional, podem afetar também o comportamento, por serem ser muito insistentes, podendo levar a pessoa a evitar situações. Por exemplo, alguém que tenha o pensamento persistente de que vai ser atropelado, pode evitar sair de casa, o que pode ter um impacto muito negativo e a diminuição da sua funcionalidade.

O que causa estes pensamentos intrusivos? Este tipo de pensamento pode ser experienciado ao longo da vida, sem que causem propriamente perturbação. No entanto, tornando-se muito frequentes, causam uma enorme perturbação no indivíduo. Por isso, é extremamente importante que se consigam identificar as causas ou associações que possam potenciar esse problema. A identificação da causa pode ajudar a lidar de forma mais adaptativa com o problema.

Das principais causas conhecidas que podem potenciar os pensamentos intrusivos estão a perturbação obsessivo-compulsiva, a perturbação de ansiedade, traumas do passado ou ainda fatores sociais e ambientais. Os investigadores nesta área referem que os pensamentos intrusivos são o resultado de uma combinação de fatores internos e externos. Contudo, é importante salientar que nem todos os pensamentos intrusivos são casos graves, devendo por isso ser feita uma cuidada avaliação psicológica, para que se possa proceder a uma intervenção ajustada á necessidade do indivíduo.

Os sintomas dos pensamentos intrusivos habitualmente surgem inesperadamente e tendem a ser repetitivos e persistentes. São normalmente associados a emoções distintas, como o medo, a ansiedade, a tristeza ou a raiva, podendo variar de indivíduo para indivíduo e causar grande desconforto. Geralmente as frases ou palavras intrusivas, não têm sentido ou podem ser absurdas e incluir imagens de acontecimentos perturbadores, que ocorrem fora do controlo da pessoa. Alguns destes sintomas incluem preocupação excessiva, medo, hipervigilância ou desesperança, como por exemplo, “eu devia ter feito aquilo” ou “se não fizer isto vai acontecer algo grave”.

É fundamental aprender a controlar estes pensamentos, para que seja possível enfrentar as preocupações que daí derivam de forma mais adaptativa. A primeira etapa para controlar os pensamentos intrusivos é compreender que eles são apenas pensamentos e não factos ou a realidade, pois isso vai ajudar a tratá-los da maneira certa. As técnicas de relaxamento e de respiração controlada, entre outras, podem ajudar a controlar o problema. Deve ainda evitar-se a autocrítica e tentar abordar os pensamentos intrusivos da forma correta, ou seja, em vez de permitir que estes se tornem um tormento, utiliza-los como uma oportunidade para procurar ajuda especializada e apoio psicológico.