A ansiedade de separação é uma reação emocional comum nas crianças, caracterizada pelo medo e desconforto intensos ao serem afastadas dos pais ou das suas figuras de referência.
Este comportamento é especialmente frequente em crianças pequenas, geralmente entre os seis meses e os três anos de idade, quando o desenvolvimento emocional e cognitivo ainda está em formação. Este tipo de ansiedade pode ser indicador de um desenvolvimento saudável, pois representa o vínculo forte que a criança possui com os cuidadores, essencial para a sua segurança e bem-estar. No entanto, quando a ansiedade se torna exagerada ou persiste em idades mais avançadas, pode indicar uma perturbação de ansiedade de separação, que requer atenção.

Esta ansiedade é desencadeada principalmente pelo medo de perder a segurança e o conforto proporcionados pela figura de apego. As crianças pequenas têm uma compreensão limitada do conceito de permanência, ou seja, da ideia de que as pessoas continuam a existir mesmo quando não estão visíveis. Assim, para elas, a ausência de um cuidador pode parecer uma situação de abandono, gerando desespero e medo. A ansiedade de separação manifesta-se tipicamente por meio de comportamentos como choro intenso, recusa em se separar, manifestações físicas (como dores de cabeça ou estômago) e até reações de pânico. Em ambientes como escolas ou creches, onde a separação é inevitável, este tipo de ansiedade pode interferir no desenvolvimento social e educacional da criança.

Para lidar com a ansiedade de separação, pais e cuidadores podem adotar algumas estratégias que ajudam a criança a sentir-se segura e confiante. Uma abordagem eficaz é a criação de uma rotina previsível de despedidas e reencontros, que tranquilize a criança ao reforçar a ideia de que o cuidador sempre regressa. Outro método é realizar separações curtas inicialmente, aumentando gradualmente o tempo conforme a criança se vai adaptando. É importante também evitar despedidas dramáticas, pois isso pode fazer aumentar o stresse da criança.

Quando a ansiedade de separação persiste em idade escolar ou afeta o quotidiano da criança de forma significativa, é aconselhável procurar ajuda de um profissional, como psicólogos infantis, que podem oferecer abordagens específicas, como a terapia cognitivo-comportamental, para ajudar a criança a desenvolver estratégias de enfrentamento.

Assim, a ansiedade de separação é uma etapa natural e saudável do desenvolvimento infantil, mas que requer atenção nas crianças em idade escolar. Com o suporte adequado, a criança pode superar esta fase, desenvolvendo segurança e confiança para enfrentar futuras separações de maneira saudável e equilibrada.