O treino cognitivo refere-se a um conjunto de atividades ou intervenções, estruturadas com o objetivo de melhorar ou preservar as funções cognitivas, como a memória, a atenção, a concentração, a linguagem e o raciocínio. Este tipo de treino é amplamente utilizado em diferentes faixas etárias e contextos, desde crianças com dificuldades de aprendizagem, até idosos que desejem prevenir o declínio cognitivo associado ao envelhecimento.
Apesar do seu potencial, é essencial que o treino cognitivo seja realizado de forma segura e adequada às necessidades individuais, evitando práticas que possam ser frustrantes ou ineficazes. O treino cognitivo pode ter diferentes finalidades, dependendo das necessidades de cada pessoa. A prevenção do declínio cognitivo, em idosos, ajuda a preservar as funções cerebrais e a promover o envelhecimento saudável. Em crianças e adolescentes, potencia competências como a resolução de problemas e a atenção e concentração. Em indivíduos com défices cognitivos decorrentes de doenças, como a demência ou lesões cerebrais, o treino de estimulação cognitiva pode ajudar a recuperar ou compensar funções perdidas.
Para que o treino cognitivo seja eficaz e seguro, é necessário seguir algumas orientações importantes:. Antes de iniciar qualquer programa de estimulação cognitiva, é essencial realizar uma avaliação, para identificar as áreas que necessitam de maior atenção. Esta avaliação pode ser conduzida por um psicólogo, neuropsicólogo ou outro profissional de saúde qualificado, utilizando, por exemplo, testes padronizados. O treino cognitivo deve ser adaptado às capacidades e objetivos do indivíduo. Para crianças, podem ser utilizadas atividades lúdicas, como jogos de memória ou quebra-cabeças. Para adultos, exercícios de resolução de problemas ou aplicações digitais específicas, e, para idosos, atividades como palavras cruzadas, jogos de tabuleiro e tarefas que estimulam a memória, são as mais recomendadas.
Embora existam muitas ferramentas e aplicações digitais disponíveis para treino cognitivo, a supervisão de um profissional de saúde é essencial, sobretudo em casos de reabilitação cognitiva. O acompanhamento assegura que os exercícios sejam adequados e evita frustrações ou sobrecarga cognitiva ou até emocional. O treino cognitivo deve ser realizado com uma frequência equilibrada para evitar fadiga. Sessões de cerca de 30 minutos, algumas vezes por semana, são geralmente suficientes. Sessões muito longas podem levar à exaustão, enquanto práticas muito espaçadas no tempo podem comprometer os resultados.
As atividades devem ser realizadas num espaço calmo e sem distrações e num ambiente tranquilo que facilite a concentração e aumente a eficácia do treino. Este tipo de treino pode ser complementado com atividades do quotidiano que estimulem o cérebro, como por exemplo, aprender uma nova habilidade, cozinhar seguindo uma receita mais complexa, ou resolver problemas práticos.
Gracinda e a Psicologia 