Não é demais recordar que o reforço potencia a ocorrência de um determinado comportamento. Assim, sempre que as nossas crianças apresentam um comportamento adequado e desejado, o reforço imediato torna-se imprescindível para que se possa obter o desejado – que o comportamento ocorra mais vezes, de preferência até se tornar automático.
Parece consensual a importância da definição de regras por parte dos pais e educadores. Para potenciar a eficácia das regras, estas deverão ser claras, estáveis e específicas, de modo a que a criança as possa compreender e cumprir. As regras e instruções para além de claras devem ser curtas e dadas pela positiva. Por exemplo, em vez de um discurso como “És sempre o mesmo desarrumado do costume, nunca arrumas os brinquedos! Estou farta de te avisar que os brinquedos não podem ficar espalhados pela casa, bla, bla ,bla…”, experimente dizer ao seu filho “Por favor arruma os brinquedos. Cá em casa mantemos os quartos arrumados”.Procure dar instruções aos seus filhos sempre que todos estejam calmos. Se estiver muito irritado ou se o seu filho estiver no meio de uma birra, não adianta, não irá resultar. Faça por dar ordens realistas e de acordo com a idade e compreensão da criança. Principalmente as crianças mais novas, podem-se sentir-se confusas ou sobrecarregadas se lhes der vários comandos de uma só vez. Procure dar-lhes uma ordem ou regra de cada vez para evitar esse sentimento de equivoco ou embaraço.
Tente que os seus comandos sejam isentos de julgamento ou crítica e acima de tudo dê o exemplo. Grande parte das aprendizagens das crianças são feitas por imitação e os pais são os primeiros grandes professores dos filhos. Como quer, por exemplo, que a sua criança se mantenha sentada à mesa durante toda a refeição se você também não o faz?
E quando as regras não são respeitadas? E quando eles não obedecem? Pois bem, se a sua criança resiste em cumprir com as regras estabelecidas ela terá que saber que o seu comportamento tem consequências. As consequências devem estar de acordo com a idade da criança e devem ser realistas. Fuja da tentação de dizer “não vês mais televisão durante um mês” se sabe que no dia seguinte já vai permitir que a criança o faça.
À semelhança do reforço, as consequências devem ser aplicadas logo após a ocorrência do comportamento para que não haja qualquer dúvida de que a ele estão relacionadas. Opte por explicar à criança que o seu comportamento desadequado leva a uma determinada consequência e que se está sujeita a ela é por sua própria escolha, ou seja, porque decidiu não respeitar uma regra ou ordem. A criança irá aprender a tomar decisões e a ser responsável pelo seu próprio comportamento.
As consequências podem ser naturais ou lógicas. As naturais referem-se a algo que acontece sem a sua intervenção, como por exemplo “Não vieste para a mesa quando te chamei, a sopa arrefeceu e agora terás que a comer fria”. As consequências lógicas são consequências criadas pelo adulto, por exemplo “Se escreveres com o lápis na parede, terás que a limpar”. As consequências funcionam melhor em crianças a partir dos 5 anos. Quando utilizadas com crianças mais novas, o adulto tem que ter a certeza de que a criança entendeu a relação entre o seu comportamento e a consequência.
Disciplinar pode não ser tarefa fácil e por vezes dá muito trabalho mas é seguramente compensador sempre que vemos a criança apresentar comportamentos adequados. E já agora, não poupe em elogios. Elogie sempre os bons comportamentos!
Existem outras estratégias para ajudar a disciplinar a sua criança. O seu Psicólogo poderá ajuda-lo nessa tarefa.