A Terapia Cognitivo-Comportamental é uma abordagem específica, breve e focada no problema actual do cliente. Explica que o que nos afecta não são os acontecimentos em si mas sim a forma como os interpretamos é que vai influenciar, senão determinar, o modo como nos vamos sentir e comportar.
As terapias cognitivo-comportamentais têm por base vários modelos. O modelo de aprendizagem de competências, foca-se no desenvolvimento de reportórios adaptativos e competências específicas de autonomia, comunicação e relação interpessoal, bem como de autocontrolo e autorregulação emocional. O modelo de resolução de problemas ensina métodos para examinar os problemas e encontrar a melhor solução. Pensar alternativas, antecipar consequências, chegar a compromissos, ensaiar soluções, etc. Também o modelo de estruturação cognitiva tem o seu papel relevante na medida em que promove um funcionamento adaptativo, tanto comportamental como emocional, alterando os processos cognitivos disfuncionais. Permite identificar pensamentos, analisar a interligação de variáveis, analisar distorções da realidade e procurar interpretações mais realistas.O decurso do processo terapêutico contempla seis fases:
- Estabelecimento da relação, recolha de informação e processo de avaliação
- Formulação duma compreensão dos problemas
- Devolução dos resultados da avaliação e estabelecimento dos objectivos terapêuticos
- Selecção e implementação das técnicas comportamentais para alterar comportamentos e de técnicas cognitivas para alterar cognições
- Aplicação e monitorização das técnicas
- Avaliação da eficácia terapêutica e dos objetivos atingidos
O processo terapêutico deve ser estruturado, limitado no tempo, activo, orientado para objectivo e didáctico, permitindo ao cliente a aquisição de competências e ensinamentos que poderá generalizar a outras situações, pela vida fora, sem que para isso dependa da actuação do Psicólogo. É um processo onde deverá haver a interligação entre avaliação, intervenção e resultados terapêuticos, com ênfase na qualidade da relação terapêutica, pela empatia, compreensão e aceitação.
A relação entre terapeuta e cliente deverá ser colaborativa funcionando ambos em conjunto. O terapeuta trabalha com o cliente ajudando-o a envolver-se em experiências de aprendizagem que promovam a mudança (cognitiva, comportamental e emocional) e o cliente participa nas decisões, como os objectivos da terapia, os critérios de mudança, as técnicas a serem utilizadas e na avaliação dos resultados. O Psicólogo procura feedback contínuo do cliente em termos de adesão, compreensão, motivação, resistência, etc. e pelo questionamento directo, linguagem não-verbal ou pelas alterações emocionais.