Famílias modernas

FamíliaNas últimas décadas, as sociedades ocidentais têm sofrido alterações bastante significativas em relação às gerações anteriores. A família, enquanto instituição, tem sido alvo de muitas mudanças ao longo do tempo, devido ao aumento do número de separações e de divórcios, a par de outras transformações de carácter económico e social.

Socialmente, o divórcio já não é visto como outrora, em que o estigma conduzia muitas vezes a um sentimento de vergonha e de baixa autoestima, principalmente por parte das mulheres. Com a entrada da mulher no mundo profissional e com profissões cada vez mais diferenciadas, que conduzem a uma maior autonomia económica, o problema da dependência financeira do marido, deixou em muitos casos de ser um entrave à separação. Por outro lado, a procura da felicidade e do bem-estar emocional, constitui-se como um direito de todos, sendo que as exigências afetivas passaram a ter um papel cada vez mais determinante na decisão da manutenção ou da dissolução de uma união.

FamíliasUm estudioso destas matérias (Hall, 1999) identificou três formas de pensar acerca do casamento: a visão mais tradicional, que vê o casamento como uma obrigação de relação mútua, romântica e algo hierarquizada, a visão mais autocentrada, ou seja, que vê o casamento de forma mais paralela, prática, individualista e menos romântica e uma outra visão mais extremista no que diz respeito ao estatuto do casamento, muito orientada para a obrigação e muito pouco para o romantismo. Qualquer uma destas formas de olhar o casamento tem subjacente um conceito comum, a família, sendo que a cada modo de percecionar o casamento poderá corresponder um modelo de família. O modelo de família tradicional, caracteriza-se pelo destaque pela a autoridade paterna, a funcionalidade da união e a relação com a família alargada e a comunidade. Outro modelo de família, refere-se a um tipo de construção familiar mais influenciado pelo individualismo e autonomia, mais nuclear e menos complexa e que se centra essencialmente nos afetos e nos sentimentos. Por fim a família pós-moderna, pautada pela aceitação de formas menos convencionais, com maior flexibilidade e diversidade nos seus constituintes.

FamíliaPodemos encontrar hoje em dia famílias tradicionais, constituídas por pais, filhos, por vezes avós ou outros que coabitam e/ou que se relacionam de uma forma tipicamente hierarquizada. As famílias monoparentais, que são cada vez mais frequentes, assim como também vão sendo notórias, famílias cujos laços nem sempre são de sangue e que se organizam de uma forma menos convencional e mais flexível. Atualmente, as novas formas de conjugalidade concorrem com as mais tradicionais, no que se refere aos papéis de género, à sexualidade, à cultura, à religião, entre outros aspetos das sociedades modernas. Apesar de toda a diversidade de famílias que podemos encontrar na sociedade atual, existem algumas características comuns como a diminuição do número de filhos e de membros, o aumento da participação feminina no mercado de trabalho e a participação dos diversos elementos da família na economia doméstica. Observa-se assim que a evolução e a transformação das famílias, conduziu a uma organização das mesmas, mais democrática cooperante e participativa, comparativamente ao modelo de família patriarcal em que o chefe de família era o pai e se constituía como o núcleo económico e de poder.

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