Estudo eficaz!

Muitos estudantes enfrentam períodos em que se sentem desmotivados em relação aos estudos, por diversas razões. No entanto, muitas vezes a falta de motivação e o baixo rendimento, prende-se com o facto de não terem desenvolvido ainda, métodos de estudo eficazes. Aqui ficam algumas estratégias simples, que podem ajudar os alunos a recuperar o entusiasmo e a encontrar a motivação necessária para o sucesso.

Em primeiro lugar recomenda-se que sejam definidos objetivos claros e alcançáveis ​​para os estudos. Falamos de metas de curto prazo, como executar ou concluir uma tarefa específica, mas também metas de longo prazo, como obter uma determinada nota a uma determinada disciplina ou até mesmo passar de ano! Analisar e definir exatamente o que tem que ser feito, é o primeiro passo para se organizar o tempo para estudar, sem esquecer que também é preciso tempo para se divertirem.

Continue a ler “Estudo eficaz!”

Quando a criança tem medo de falhar

Algumas crianças lidam desde cedo com medos e inseguranças que podem ser motivados por diversas ordens de razão. Estes medos podem fazer com que a criança deixe de querer “arriscar” ou quando o faz, seja acompanhado por muita ansiedade, comprometendo o seu desempenho e reforçando as suas inseguranças.

Para ajudar a criança que tem medo de falhar, é muito importante, em primeiro lugar que reconheça a situação. Devemos revelar que percebemos o que se está a passar e procurar que a criança fale sobre o assunto, ou seja, que expresse a sua preocupação. Exemplos como “vejo que estás preocupado com a apresentação do teu trabalho de amanhã na escola. Vamos conversar um pouco sobre isso? Este poderá ser o ponto de partida para ajudar a criança insegura com o seu desempenho numa atividade escolar. Validar os sentimentos da criança e refletir sobre o assunto, pode também ser bastante eficaz, para que ela se consiga acalmar. “Estás muito ansioso por causa do teu trabalho, eu compreendo, por vezes é difícil ter tantas coisas na cabeça e essa matéria é realmente complexa”. Será igualmente útil ajudar a criança a processar o medo. “O que achas que pode acontecer se te enganares numa data ou num nome, quando apresentares o trabalho de História amanhã? Qual é a pior coisa que pode acontecer? E então?“.

Continue a ler “Quando a criança tem medo de falhar”

As crianças e a gestão do tempo

Uma das estratégias mais eficazes para o aumento da produtividade é a adequada gestão do tempo. Se para os adultos, o seu quotidiano beneficia de uma boa gestão do tempo, esta competência não é menos importante e benéfica, quando se trata de crianças e de adolescentes.

A gestão do tempo é um fator relevante e muitas vezes apontado pelos mais novos como uma dificuldade e preocupação. As crianças e adolescentes vêm-se confrontadas com múltiplas tarefas e exigências, que incluem a escola, a família, as atividades extracurriculares e as exigências sociais, fundamentais para um ótimo desenvolvimento enquanto seres humanos. Aprender a gerir o tempo é muito importante, não apenas para que consigam dar resposta adequada a todas as solicitações, mas também para que o tempo possa ser aproveitado com qualidade e para que haja um bom ajustamento psicossocial.

A gestão do tempo é um processo de priorização e organização de tarefas que envolve o seu planeamento e execução, orientados para o melhor aproveitamento do tempo investido nas mesmas, tendo como resultado uma maior produtividade e eficiência. O modelo de gestão do tempo de Lakein, é um modelo simples que sugere 3 fases distintas. Na 1ª fase o objetivo é incentivar a criança/adolescente a definir o que é mais importante para si, de modo que consiga determinar os seus objetivos a alcançar, ou seja, definir prioridades. Na 2ªfase, a criança/adolescente deverá definir tarefas para conseguir realizar de forma bem-sucedida as prioridades que estabeleceu, ou seja, o que é que precisa de fazer para atingir determinado objetivo. Na 3ª fase, a criança/adolescente deverá ser orientada na divisão do seu tempo disponível e na sua distribuição pelas tarefas definidas, começando pelas prioritárias.

Podemos entender a gestão do tempo como uma estratégia para hierarquizar os objetivos pelo seu grau de prioridade, pela definição das tarefas, pela sua execução e monitorização do seu progresso. Treinar este tipo de estratégias e aplicá-las às exigências do quotidiano tem certamente efeitos benéficos ao nível do autoconceito, autoeficácia, autoestima e satisfação, mas também na redução dos níveis de ansiedade, que podem por vezes comprometer o bom desempenho. Ao aprender a gerir o tempo, a criança/adolescente deverá contemplar não só as tarefas inerentes àquilo que gosta e deseja fazer, mas também as tarefas decorrentes de obrigações pessoais ou sociais. O desequilíbrio entre estas duas áreas pode tornar irrealista a divisão do tempo e a sua eficácia. A objetividade é um fator muito relevante quando se trata de gerir o tempo, ou seja, todas as tarefas devem ser claras e concretas no sentido da criança/adolescente saber exatamente o que tem que fazer e como fazer, para que se torne fácil estabelecer o limite de tempo necessário a cada uma delas.

Sabemos que os imprevistos acontecem, e daí a importância de haver um plano B. Deverá ser definido um plano de ação para lidar com as situações inesperadas. Gerir bem o tempo é não só cumprir com o planeado mas também saber ajustar o seu plano, sendo flexível perante o imprevisto, sem que algumas tarefas tenham que ficar para trás. Dar mais tempo ao tempo, poderá ser uma forma de ter tempo para se lidar com o inesperado não descurando outros afazeres. Prever no planeamento do tempo intervalos que permitam incluir novas atividades sem que seja necessário sacrificar outras mais importantes, pode ser o ideal!

A vida não é o que o tempo vai fazendo connosco, mas sim o que escolhemos fazer com o nosso tempo!

Fonte:

Lakein, A. (1973). How to get control of your time and your life. New York: New American Library.

O psicólogo educacional

A psicologia da educação é o estudo científico dos processos psicológicos em contexto educacional. O psicólogo educacional desempenha um papel de extrema importância em contexto escolar ou académico, tendo em conta os inúmeros desafios que os tempos atuais oferecem.

A psicologia educacional é uma ciência aplicada com o rigoroso conhecimento dos métodos de investigação e avaliação em psicologia, e das formas de os utilizar na prática do dia-a-dia, em diferentes situações e de intervir e regular essa intervenção. Assim, a psicologia da educação serve para ajudar a alcançar objetivos em melhores condições, permitindo uma maior qualidade, eficácia, segurança, controlo, planeamento, flexibilidade, adaptabilidade e previsibilidade dos processos educacionais.

Continue a ler “O psicólogo educacional”

Escola, desempenho, socialização e (des)motivação

A Psicologia tem dado ao longo dos tempos um forte contributo para a melhoria do ensino e da aprendizagem em sala de aula. Sabe-se que o bem-estar emocional influencia positivamente o desempenho escolar, a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças e dos jovens.

O ensino e a aprendizagem estão intrinsecamente relacionados com fatores sociais e comportamentais do desenvolvimento, incluindo a cognição, a motivação, a interação social e a comunicação. Uma avaliação da saúde psicológica poderá ser de grande importância, não só em termos de prevenção, como no desenvolvimento de estratégias de intervenção, no sentido de melhorar o desempenho escolar e académico, as relações familiares e com os pares, e, consequentemente, a satisfação dos jovens com a vida. Promover o bem-estar emocional de crianças e jovens, irá certamente potenciar o sucesso da sua funcionalidade diária, bem como o sucesso do seu desempenho, tanto em sala de aula, como no restante ambiente escolar e não só…

Continue a ler “Escola, desempenho, socialização e (des)motivação”

Regresso às aulas: uma ansiedade natural

A ansiedade é uma reação comum e até certo ponto funcional, na vida de qualquer indivíduo, podendo manifestar-se por comportamentos de fuga ou evitamento. É normal que cada um de nós, em vários momentos da nossa existência, experienciemos o sentimento de ansiedade, sempre que avaliamos cognitivamente uma situação ou um acontecimento que consideramos importante.

O regresso às aulas é para a maioria crianças e jovens, um momento aguardado com alguma ansiedade.  Corresponde ao reinício de rotinas e tarefas, interrompidas pelo período de férias. Principalmente as crianças do primeiro ciclo, tendem a revelar uma grande vontade de recomeçar a escola e de rever colegas e professores, o que de um modo geral, nem sempre é vivido com o mesmo entusiasmo por parte dos adolescentes. De qualquer modo, o momento de se confrontarem com novos professores, distribuição de turmas e horários, bem como novas disciplinas e novas matérias, pode ser sempre acompanhado de alguma ansiedade e outras emoções intensas.

Continue a ler “Regresso às aulas: uma ansiedade natural”

Intervenção psicológica na dislexia

Define-se dislexia como uma perturbação específica da aprendizagem, ao nível da escrita e da leitura, com prejuízo nas tarefas de cariz verbal. A criança disléxica pode apresentar dificuldades do tipo visual e/ou fonológico.

Antes de se decidir qual o plano de intervenção a aplicar é fundamental fazer-se uma avaliação cuidada, analisando a situação da criança ao nível das suas competências pessoais e de personalidade, sociais, familiares e escolares. Esta avaliação é feita com recurso a várias “ferramentas” e é indispensável para que se possa desenhar um plano de ação adequado àquela criança, com as suas particularidades. A avaliação permite ainda conhecer os contextos em que a criança está inserida e se desenvolve, bem como perceber a sua representação da escola e dos seus constituintes, incluindo ela própria. Devem ser avaliados os processos nos quais a criança apresenta défice, nomeadamente os envolvidos na aprendizagem da leitura e da escrita.

Continue a ler “Intervenção psicológica na dislexia”

Alunos disléxicos

A dislexia é uma perturbação da aprendizagem específica, em que o indivíduo apresenta uma dificuldade significativa na aprendizagem da leitura. Caracteriza-se principalmente por dificuldades ao nível do reconhecimento preciso ou fluente de palavras escritas, da descodificação e da capacidade de soletrar.

O indivíduo disléxico, apesar de apresentar frequentes erros fonológicos e erros visuo-espaciais, não significa que tenha um problema visual ou auditivo, ainda que possa não conseguir discriminar os sons das letras. A dislexia também não é resultado de uma estimulação escolar deficitária, dificuldades cognitivas ou perturbações mentais, nem mesmo de falta de experiências socioculturais adequadas. A sua origem é multifatorial com destaque para os fatores os genéticos, neurológicos neuro-cognitivos. A dislexia compromete essencialmente as funções relacionadas com o processamento fonológico e à memória verbal, porém pode também afetar outras funções. Estando as aprendizagens escolares diretamente relacionadas com a leitura, esta perturbação pode comprometer seriamente o desempenho e aproveitamento escolar.

Continue a ler “Alunos disléxicos”

Aprender estudando e aprender brincando

Se é verdade que é na sala de aula que se aprendem conteúdos fundamentais para o desenvolvimento do conhecimento humano, não é menos verdade que fora da sala de aula também se fazem muitas aprendizagens essenciais a uma adequada adaptação do indivíduo ao meio.

Alguns pais apresentam uma grande tendência para se focarem demasiado no desempenho escolar dos seus filhos, sobrevalorizando-o em detrimento de outras aprendizagens. Se é de grande importância que os conteúdos programáticos sejam adquiridos e compreendidos e se vejam refletidos em boas notas, também as aprendizagens feitas em contexto escolar mas fora da sala de aula são importantes. A aprendizagem social, as competências relacionais e as interações com o grupo de pares são de uma enorme riqueza por vezes desvalorizada. Também o tempo do “brincar” é por vezes diminuído, em virtude das inúmeras atividades extracurriculares estruturadas, que sobrecarregam as crianças e as obriga uma rigidez de horários que deixa muito pouco tempo livre para as brincadeiras desestruturadas, descontraídas, criativas e prazerosas.

Continue a ler “Aprender estudando e aprender brincando”